A Vision-Box, empresa nascida em Portugal e conhecida pelo controlo de fronteiras eletrónico e a biometria utilizada, foi vendida à gigante Amadeus, tecnológica ligada à indústria do turismo.
De acordo com um comunicado da Amadeus, a Vision-Box foi vendida por 320 milhões de euros. A Amadeus ficará com a totalidade da empresa que emprega cerca de 470 trabalhadores e que passam todos para a empresa espanhola fundada em 1987.
O negócio ainda está sujeito a aprovações regulatórias, esperando a Amadeus conclui-lo ainda na primeira metade deste ano.
“A aquisição da Vision-Box trará novas capacidade de hardware e software biométrico, acrescentando soluções de controlo fronteiriço à linha de produtos da Amadeus, que agora poderá oferecer aos passageiros uma experiência completa e sem complexidades, desde a reserva até à chega ao aeroporto, passando pelo controlo de fronteiras e embarque”. É assim, em comunicado, que a Amadeus explica o racional da compra, que contribuirá, acrescenta a empresa espanhola, para o objetivo de ser um ecossistema integrado que liga o setor das viagens e garante uma interoperabilidade biométrica “excecional” entre aeroportos, companhias de aviação e autoridades de controlo fronteiriço.
A Amadeus cita o Biometrics Research para indicar a projeção de que o setor da biometria a nível global possa representar os 86.100 milhões de dólares em 2028, contra os 47.800 milhões de 2023. A Vision-Box fatura cerca de 70 milhões de euros e tem um EBITDA de 20 milhões. A sua tecnologia está presente em cerca de 100 países.
A Vision-Box nasceu em 2001 pela mão dois investigadores do INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial, Bento Correia e Miguel Leitmann. No início a empresa dedicou-se aos sistemas de videovigilância em centros comerciais. Mas em 2005 o projeto nacional Rapid para o passaporte eletrónico mudou o rumo da Vision-Box. Em 2015 entrou no seu capital o fundo de investimento Keensight Capital que agora vende também a sua posição.