O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) promoveu um manifesto sobre a justiça em Portugal. Em menos de uma semana recolheu 920 assinaturas, representando mais de metade dos 1700 procuradores no ativo em Portugal, escreve o jornal Expresso.

O manifesto, segundo o semanário, nasceu de um grupo de Whatsapp e surge como resposta ao “Manifesto dos 50”, que apelava a uma reforma na justiça em Portugal. Subscrito por políticos, juristas e jornalistas, assumia-se contra as “recorrentes quebras do segredo de justiça”, os “julgamentos populares” e “a proliferação de escutas telefónicas prolongadas, de buscas domiciliárias injustificadas e mesmo de detenções preventivas precipitadas e de duvidosa legalidade”.

No contramanifesto do SMMP, os procuradores signatários demonstram “o seu profundo repúdio pelo desconhecimento e desinformação gerados por um conjunto limitado de cidadãos que proferem juízos infelizes, falsos e despropositados.”

O manifesto não é, no entanto, consensual dentro do Ministério Público. Alguns magistrados ouvidos pelo Expresso consideram que é “panfletário” e inútil. Um dos procuradores que o assinou reconheceu mesmo que apenas o fez por “solidariedade”, apontando que perpassa com o documento “uma lógica corporativa que é má” e que “pode até ter o efeito perverso de acentuar ainda mais as críticas ao próprio MP”.

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