A ministra da Cultura defendeu esta sexta-feira que a melhor homenagem que se pode prestar a Aristides de Sousa Mendes, depois da inauguração da Casa do Passal, passa por criar condições para “fazer a sua história o mais objetivamente possível”.

“A reconstrução da Casa do Passal, com toda a sua dimensão arquitetónica e simbolismo de respeito pela sua vida e coragem, deverá concretizar um programa que favoreça a investigação, crie bolsas, faça desenvolver os recursos documentais e os instrumentos de prova”, destacou Dalila Rodrigues.

Na cerimónia de inauguração da Casa Museu de Aristides Sousa Mendes, no concelho de Carregal do Sal, distrito de Viseu, Dalila Rodrigues sublinhou que só assim será possível chegar às “melhores interpretações, procurando estabelecer comparações e determinando quais os regimes de heroicidade mais relevantes para compreender” o cônsul de Bordéus.

Chefe de Estado diz que Museu de Aristides de Sousa Mendes é lição para o futuro

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“Dotar a Casa do Passal de recursos documentais e bibliográficos que permitam transformá-la em lugar de memória e de formação de cidadãos responsáveis e conscientes da barbárie dos massacres racistas que foi o Holocausto, muito em especial num país que julga ter permanecido à margem da Shoah, é um imperativo que esta homenagem a Aristides Sousa Mendes, estou em crer, vai permitir e consolidar”, sustentou.

Ao longo da sua intervenção, a ministra da Cultura recordou que Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de vidas, num contexto e circunstâncias que “engrandecem ainda mais a sua coragem e a sua desobediência iluminada a uma ordem dos homens, para obedecer a um imperativo maior”.

O seu legado não é apenas o seu exemplo, é tudo aquilo que ele tornou possível. A sua história e a história das vidas que salvou mostram-nos o valor inestimável da resistência face ao horror: está nas nossas mãos garantir que, até nos lugares mais violentos e nos momentos mais difíceis, a cultura e a humanidade sobrevivem”, apontou.

De Aristides de Sousa Mendes, “um homem singular”, evidenciou a sua empatia e sentido de solidariedade, em maio e junho de 1940, que lhe “valeram o estatuto de herói”.

“O Museu Aristides de Sousa Mendes é, a partir de hoje, um espaço singular do património nacional e um lugar de grande relevância cultural, social e histórica para o nosso País. A Casa do Passal é um símbolo da memória de Aristides de Sousa Mendes e da nobreza da sua ação heroica que, num dos capítulos mais negros da história da humanidade, salvou a vida a milhares”, concluiu.