O guitarrista e compositor António Chainho coloca esta sexta-feira ponto final numa carreira de cerca de 60 anos, atuando em público pela última vez, na Praça do Município, em Lisboa.
O espetáculo de entrada livre “Lisboa Saudade” realiza-se às 21h00 e conta com os fadistas Carminho e António Zambujo, a sua discípula Marta Pereira da Costa, o quarteto de cordas Naked Lunch, e os seus músicos habituais, Ciro Bertini, no baixo e acordeão, e Tiago Oliveira, na viola.
Semanas antes do concerto, Chainho afirmou à Lusa que um dos motivos que o levou a tomar esta decisão foi quando notou problemas no dedo indicador da mão direita, “que é base para tocar”.
“Nas coisas que eu aprendi com os grandes guitarristas, nas mais complicadas, aí já sinto uma certa dificuldade”, disse o autor de “Voando sobre o Alentejo”, comparando os dedos do guitarrista às pernas dos corredores. “Eu estou a sentir agora os problemas dos quase 90 anos de idade”.
Em declarações à agência Lusa, António Chainho reconheceu que “quem começa a brincar com este instrumento aos 6 anos é impossível largá-lo” e garantiu que continuará a compor, a tocar para os amigos e a seguir mais atentamente a escola que ostenta o seu nome, em Santiago do Cacém, seu concelho natal, no distrito de Setúbal.
Com uma discografia em nome próprio iniciada em 1975, António Chainho conseguiu a proeza de ter gravado um álbum, “O Abraço da Guitarra”, depois dos 85 anos.
Ao longo da carreira são muitos os nomes com quem gravou, como Carlos do Carmo, Gal Costa, Maria Bethânia, José Carreras, Maria Dolores Pradera, Adriana Calcanhoto ou Teresa Salgueiro.