O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) disse esta segunda-feira que “os professores não adormecem na almofada da recuperação do tempo de serviço”, exigindo maior investimento na Educação.
“O próximo Orçamento do Estado vai ser uma radiografia das intenções do Governo”, disse Mário Nogueira em Aveiro, advertindo que “os professores não adormeceram em cima da almofada da recuperação do tempo de serviço”, reivindicação do tempo da ‘troika’ que o Governo começou a resolver.
Mário Nogueira, em conferência de imprensa destinada a apresentar os resultados de um levantamento das condições no início do ano escolar, traçou as metas que os professores vão reivindicar.
A Fenprof quer que o próximo Orçamento do Estado espelhe “o caminho para atingir os 6% até ao final da legislatura” de investimento na Educação, passando de 3,2% para 4,5% já em 2025.
A par do aumento do investimento, a Federação Nacional de Professores exige a valorização das carreiras para atrair jovens para a profissão, na revisão do Estatuto da Carreira Docente.
As reivindicações começam esta segunda-feira a ser discutidas em plenários distritais em Aveiro e Beja, estando agendados dois por dia, por ordem alfabética dos distritos, terminando em 3 de outubro em Viseu e Vila Real.
Após essa ronda distrital de plenários, a Fenprof convoca para 5 de outubro, Dia Mundial do Professor, os docentes a concentrarem-se em Lisboa, no Rossio, desfilando depois para o Largo de Camões.
Entre 12 e 20, correspondendo aos primeiros dias de atividade letiva nas escolas, a Fenprof recolheu informação sobre as condições de abertura, junto das direções de mais de 400 escolas.
“Em relação às medidas tomadas pelo Governo, não se nota diferença em relação ao ano anterior e neste momento são cerca de 100 mil os alunos sem professor”, afirmou o secretário-geral da Fenprof.
Os problemas detetados nesse levantamento “não se esgotam na falta de professores, sendo a causa principal a falta de investimento”.
A sobrelotação das escolas é um deles, com um fenómeno recente que é a frequência de filhos de imigrantes, que nalguns casos chegam a ser 14%, e faltam também professores de Português como língua não materna.
Outra das questões é o excesso de alunos por turma, com cerca de 42% das escolas inquiridas a admitirem que o número excede os limites legais, nomeadamente quando há alunos com necessidades especiais.
Faltam também, sobretudo a sul, professores de Educação Especial, e assistentes operacionais em 44,5% das escolas, “apesar da transferência de competências para os municípios”.
O amianto ainda presente em 8% das escolas, e as infiltrações de água, são dois problemas identificados quanto ao edificado.