Quatro jogos consecutivos. Nas últimas quatro ocasiões em que defrontou o Sp. Braga, o FC Porto venceu sempre, naquela que já é a melhor série dos dragões contra os minhotos no espaço de cinco anos — e onde marcaram sete golos e sofreram apenas um, o deste domingo, por Roger.

Nico, o génio que até faz o apanha-bolas jogar bem (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Com a vitória no Dragão, perante um dos adversários mais complexos da Primeira Liga, a equipa de Vítor Bruno somou a quarta jornada consecutiva a ganhar e garantiu a manutenção dos três pontos de distância para a liderança do Sporting antes da pausa para os compromissos internacionais. Mais do que isso, o FC Porto conseguiu reagir da melhor maneira à desilusão da Liga Europa, onde sofreu o empate contra o Manchester United já nos descontos depois da escorregadela na Noruega perante o Bodø/Glimt.

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Depois do apito final, na zona de entrevistas rápidas, Vítor Bruno sublinhou um “jogo difícil” contra um adversário de “grau de dificuldade elevado”. “Na primeira parte podíamos ter sentenciado a partida com mais golos, tivemos duas ou três oportunidades para fazer o golo. Depois o Sp. Braga entra bem na segunda parte e, com um bom remate, faz o empate e nós fazemos de seguida o golo em que ficamos por cima no resultado. Depois foi defender aquilo que tinha sido conquistado. Eu também não quero que a equipa se coloque atrás, mas não há equipas que não se unam e não tenham este compromisso. Os jogadores que entraram tiveram um rendimento alto. Depois foi sofrer um pouquinho no fim, com algumas bolas a passar perto da nossa baliza. Queríamos ganhar antes da pausa, agora é recarregar baterias para voltarmos bem”, indicou o treinador dos dragões, que também elogiou a preponderância do apanha-bolas no golo de Pepê.

“Sem dúvida, é importante. Estes meninos são muito importantes. Também é preciso que quem está de fora e não diretamente a interagir com o jogo perceba como pode ajudar, mesmo estando de fora. Hoje temos mais três pontos também graças a ele. Vai ter o tributo que merece”, garantiu Vítor Bruno.

Por fim, o treinador do FC Porto comentou o facto de, ainda na primeira parte e antes do golo de Galeno, se terem ouvido alguns assobios nas bancadas do Dragão. “No fundo, acaba tudo por assentar numa lógica de reciprocidade. É importante que nos casemos. Eu percebo a impaciência dos adeptos, eu também fico impaciente quando estou no banco. Às vezes também é preciso uma voz de conforto e alívio para os jogadores também sentirem isso. É um plantel jovem, o espaço para errar é muito curto. Estou muito orgulhoso daquilo que eles fazem e têm feito. Ao contrário de quinta-feira, que fui com uma dor de alma gigante para casa, hoje vou muito satisfeito”, sublinhou.

Já Nico González, que esteve no golo de Pepê e foi eleito o melhor jogador em campo, mostrou-se satisfeito com a reação da equipa ao resultado na Liga Europa. “Na quinta-feira ficámos lixados com o empate. Foi outro jogo, merecemos definitivamente a vitória. Este ano estamos a ter esta marca em muitos jogos, reagimos muito bem aos golos sofridos, somos uma equipa com muita coragem e isso nota-se. Hoje ou, por exemplo, na Supertaça”, começou por dizer, comentando também a ação rápida do apanha-bolas no golo decisivo.

“Fomos felicitá-lo. Já no primeiro golo [anulado a Samu] dá-me muito rápido a bola e o golo também é um pouco dele. É o estádio todo que nos ajuda a superar as adversidades, incluindo os apanha-bolas. Existe uma união em torno da equipa. Agora temos de descansar, são muitos jogos, mas temos de continuar a crescer. Somos uma equipa jovem, a crescer a cada jogo, é aproveitar o dia e aproveitar também a paragem para ajudar tudo”, terminou o médio espanhol, que ofereceu o prémio de melhor jogador em campo ao dito apanha-bolas.