O dia 16 de Outubro de 2024 trouxe notícias animadoras para a Saúde em Portugal. Numa conferência realizada no Auditório LEAP, em Lisboa, a Médis – marca do Grupo Ageas Portugal – divulgou as principais conclusões de um estudo orientado pelo especialista em Saúde Pública Adalberto Campos Fernandes.

Designado “A Saúde dos Portugueses: Um B.I. em Nome Próprio” a investigação do Projeto Saúdes, que conheceu a sua primeira edição em 2021, revelou melhorias na maior parte dos indicadores, embora os dados concluam que existem ainda alguns desafios no acesso e equidade do sistema. Maria do Carmo Silveira, responsável de orquestração estratégica do ecossistema de saúde do Grupo Ageas Portugal, considera que este estudo “contraria uma narrativa demasiado pessimista que se instalou”. No entanto, e “embora sejam boas notícias, a responsável acredita que se deve trabalhar os desafios e oportunidades de forma coordenada, a bem da sustentabilidade do sistema”.

Digitalização é a maior responsável pela melhoria dos serviços

Dizem os portugueses que a literacia em saúde aumentou significativamente, desde 2021, graças à digitalização da saúde. Significa isto que a crescente utilização da internet como fonte de informação sobre este tema é um dos factores que melhor explica a satisfação dos portugueses em relação aos serviços públicos e privados. Mais informação, mais conhecimento, portanto.

Acesso desigual e saúde financeira são os maiores desafios

Apesar das melhorias globais, o estudo da Médis conclui que as desigualdades regionais continuam a ser um problema no nosso país: saliente-se que o Grande Porto destaca-se como a região com melhor acesso e maior confiança na capacidade de resposta do SNS; enquanto que o Algarve regista a maior dificuldade de acesso, com uma queda de 25% na perceção do acompanhamento em saúde, face a 2021.

Mas o maior desafio parece mesmo estar ligado aos portugueses com menos rendimentos, já que 33% diz ter sentido um impacto negativo na sua saúde, no último ano, provocado por problemas financeiros. Entre os inquiridos que afirmam rendimento abaixo das necessidades do agregado familiar, 46% enfrentaram problemas de saúde mental nos últimos dois anos, o que demonstra o impacto das dificuldades financeiras no bem-estar psicológico.

Portugueses empenham-se pouco em melhorar a sua saúde

De acordo com o indicador “potência saúde” do estudo – que avalia o esforço individual e pró-ativo para melhorar o seu estado de saúde – os resultados revelam um enorme potencial de melhoria. Se 48% dos inquiridos ambicionam melhorar a sua condição de saúde, apenas 20% dessa população demonstra que tem comportamentos adequados para atingir esse objetivo no dia a dia, nomeadamente com cuidados de alimentação, exercício físico e relacionamentos sociais. Este é um indicador determinante não só para demonstrar a preocupação de cada um em melhorar, mas também em manter o seu estado de saúde. Estará ele relacionado com o bem-estar psicológico e as dificuldades financeiras, apontadas no ponto anterior?

O estudo, feito em parceria com a Return On Ideas, contou com uma amostra representativa de 1056 pessoas e analisou a evolução de cinco indicadores chave em saúde: qualidade, acesso, literacia, perceção e “Potência Saúde”. Para saber mais, visite saudes.pt.