O ex-líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e a mulher, Sandra Madureira, chegaram esta manhã ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para o início da fase de instrução da Operação Pretoriano, que decorreu à porta fechada por se temer a existência de confrontos. Segundo o Correio da Manhã, a diligência terminou com Madureira e a sua mulher a remeterem-se ao silêncio. Os arguidos querem, primeiro, saber se a juíza aceita ouvir as testemunhas que as suas defesas arrolaram, noticia o Jornal de Notícias — entre as testemunhas arroladas pelas defesas do casal estão Pinto da Costa, Vítor Baía, Fernando Gomes e Adelino Caldeira.

Um forte dispositivo policial esteve montado em redor do tribunal. À chegada, a mulher de Fernando Madureira não prestou declarações aos jornalistas, enquanto se ouviam gritos de apoio de familiares. Entretanto, alguns membros da claque dos Super Dragões fixaram uma tarja no exterior do tribunal em que se lê “Liberdade ao Macaco” .

O arranque da instrução do processo, que tem entre os nove arguidos Fernando Madureira, foi adiado na passada sexta-feira pela segunda semana consecutiva, devido à greve dos oficiais de justiça, mas começou na manhã desta segunda-feira.

Justiça. Greve de oficiais volta a adiar início da instrução da Operação Pretoriano

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A fase instrutória teve início com os interrogatórios de Fernando Madureira, que está em prisão preventiva há nove meses, e de Sandra Madureira, sua mulher e antiga vice-presidente dos Super Dragões, um dos grupos organizados de adeptos afetos ao FC Porto. Ambos optaram por ficar em silêncio.

Seguem-se as audiências com alguns dos outros arguidos, entre os quais Carlos Nunes, mais conhecido por ‘Jamaica’, José Pedro Pereira e Fernando Saul, ex-funcionário do clube ‘azul e branco’.

Em causa está a designada Operação Pretoriano, cuja acusação do Ministério Público (MP) denuncia uma eventual tentativa de os Super Dragões “criarem um clima de intimidação e medo” numa Assembleia Geral (AG) do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, então liderado por Pinto da Costa.

Fernando Madureira é o único arguido em prisão preventiva, enquanto os restantes oito foram sendo libertados em diferentes fases, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão ou Hugo Carneiro, apelidado de ‘Polaco’ e igualmente com ligações à claque.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação.

Hugo Carneiro também está acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.

O FC Porto e a SAD gestora do futebol profissional ‘azul e branco’ constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos observados na AG extraordinária do clube, tendo resultado na detenção de 12 pessoas.