O rei Abdullah da Arábia Saudita, de 90 anos, foi hospitalizado esta quarta-feira, de acordo com fontes oficiais daquele país. O monarca está a ser submetido a uma bateria de exames, embora não se conheçam detalhes sobre o seu estado de saúde. Numa das últimas aparições em público, a 9 de março, quando se encontrou com o Presidente norte-americano Barack Obama, Abdullah já mostrava alguns sinais de debilidade: respirava com auxílio de um tubo de oxigénio e deslocava-se numa cadeira de rodas.

Apesar da idade avançada do soberano, o estado de saúde de Abdullah está a gerar muitas preocupações. A eventual morte do rei poderá ter impactos na estabilidade da Arábia Saudita e no mercado petrolífero – a Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e se o país enfrentar uma crise de sucessão, tal poderá ter consequências na economia da Arábia Saudita e, consequentemente, na economia mundial.

Os números parecem refletir os anseios dos investidores: depois do anúncio do internamento do rei Abdullah, o principal índice de ações da Arábia Saudita chegou a cair 5,24%, a maior queda desde 16 de setembro. Fechou a sessão a cair 1,81%. De acordo com dados disponibilizados pela Bloomberg, o Al Rajhi bank, o segundo maior banco da Arábia Saudita, chegou a cair 6,4% e fechou a sessão com uma queda de 2,94%. A Saudi Basic Industries Corp., uma produtora de petroquímicos, teve uma queda ainda superior: depois de ter chegado a cair 7%, fechou a sessão com 2,37%.

O rei Abdullah tem, progressivamente, delegado responsabilidades, o que parece indicar que a sua renúncia poderá estar para breve – em maio do ano passado, o monarca nomeou o seu filho, o príncipe Miteb, como ministro da Guarda Nacional, já depois de, em dezembro de 2013, ter nomeado o príncipe Meshaal, outro dos seus descendentes, como governador da província de Meca. Além disso, nos últimos tempos, e cada vez com mais frequência, é o seu meio-irmão, o príncipe Salman, de 79 anos, que tem conduzido os assuntos de Estado, incluindo as reuniões com o Conselho de Ministros.

“Como acontece com qualquer líder do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), quando a sua saúde está em jogo, há sempre aqueles que especulam sobre o que pode acontecer (…) Sabemos que o rei tem uma série de doenças…” admitiu Theodore Karasik, um consultor de investimentos daquele país.

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