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23 dicas “fora da caixa” para proteger e valorizar o seu dinheiro em 2023

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Encontrar novas formas de poupar terá de ser, em 2023, mais que apenas uma resolução de ano novo: será uma necessidade face ao aumento geral dos preços. Veja como proteger e valorizar o seu dinheiro.

Faça um mapa das suas finanças e despesas fixas

Não carregue o telemóvel durante a noite

Para quem gosta de desafios – o “Desafio das 52 Semanas”

Opte pelos transportes públicos ou pelo veículo mais eficiente do mundo

Se tem uma vivenda, chegou a hora de colocar painéis solares

Prestação da casa vai continuar a subir. Não espere pelo banco para renegociar

O incrível mundo dos grupos de descontos no Telegram

Consolide os créditos e, se puder, amortize. Vai fazer uma grande diferença

Vá todos os meses ao e-fatura (e aproveite até ao último cêntimo)

Atire o desperdício fora com a água do banho

O perigo do “standby”. Quantos dispositivos têm em casa a gastar mesmo quando está fora?

Não pense apenas no curto prazo. Compre eletrodomésticos eficientes

Fugir às comissões bancárias é impossível, mas há formas de poupar

Aperte com as empresas de telecomunicações e poupe dezenas

Como sobreviver aos aumentos dos custos nos supermercados

Evite sustos na fatura de luz e gás, com o mercado regulado (mas a poupança começa em casa)

Tenha atenção às mensalidades dos ginásios e subscrições que usa pouco

Combustíveis. Poupe, “gamificando” as suas viagens diárias

Planeie as refeições da semana e experimente um “slow cooker”

Os seguros vão subir: “faça contas e renegoceie"

Se tem um quarto a mais, pode valer centenas de euros por mês

Faça uma poupança automática mensal e crie um fundo de emergência

Depósitos? Só se for para “novos clientes”. Opte pelo aforro do Estado

Faça um mapa das suas finanças e despesas fixas
Qualquer plano de poupança deve ter por base um retrato das despesas fixas e da situação financeira global de cada família, afirma Bárbara Barroso, fundadora do MoneyLab e especialista em finanças pessoais. “A única forma de saber para onde está a ir o seu dinheiro é ter a noção exata de como gasta cada cêntimo”.

Ganhe o hábito de, em poucos minutos, consultar o seu homebanking no computador ou telemóvel todos os dias – assim poderá preencher uma folha de Excel (há soluções online gratuitas, como o Google Sheets) onde marca as despesas fixas e o dia do mês a que costumam ser debitadas da conta bancária.

Pode, também, incluir uma linha para somar quanto é que gastou, por exemplo, em restaurantes a cada mês. Se preferir, há várias apps de smartphone onde pode fazer este registo de forma mais simples – a Boonzi é uma das mais usadas.

Não carregue o telemóvel durante a noite
“A maior parte das pessoas tem o hábito de carregar o telemóvel à noite e este acaba por ser um mau hábito”, diz a plataforma de comparação de preços ComparaJá. “Nenhum dispositivo necessita de estar cerca de 8 horas ligado à eletricidade”.

Quem trabalha em escritórios, por exemplo, não tem razão para carregar o telemóvel e outros dispositivos durante a noite – a poupança energética será pouco significativa (apenas alguns euros por dispositivo, por ano) mas estará a proteger as baterias evitando que permaneçam tanto tempo no carregamento máximo, o que é algo a evitar nas baterias de lítio. Sobretudo por essa razão, deve evitar o carregamento noturno.

Atire o desperdício fora com a água do banho
Vários municípios já anunciaram os aumentos do preço da água para o próximo ano, pelo que tem mais razões para poupar no consumo – até, também, pelas questões ligadas à ecologia e ao combate ao desperdício.

“Para poupar, pode haver a necessidade de realizar pequenos investimentos em cabeças de chuveiro, redutores de caudal ou num sistema de dupla descarga no autoclismo”, afirma a Deco Proteste. Mas estes investimentos, associados a alguns hábitos simples, podem cortar o consumo anual de água das famílias para pouco mais de um terço, segundo um modelo elaborado pela revista.

No que diz respeito aos redutores de caudal, a Deco Proteste publicou um guia onde explica como saber se é uma opção que se adequa a si – porque depende da pressão de caudal que existe na sua área de residência.

Com mais ou menos caudal, a regra principal tanto na cozinha como na casa de banho é evitar a todo o custo ter água a correr desnecessariamente – incluindo “lavar os dentes com copo e não com água a correr”, sublinha Carina Meireles, consultora especialista em Finanças Pessoais e Empresariais.

O mesmo se aplica na lavagem da loiça. Já se for usada máquina de lavar loiça, a Deco Proteste aconselha a que “faça ciclos de lavagem só com carga completa, sem recorrer a ciclos com pré-lavagem” já que estes “só se justificam em casos excecionais, quando as sujidades estão excessivamente ressequidas”.

Para quem gosta de desafios – o “Desafio das 52 Semanas”
Gosta de desafios? Na área das finanças pessoais, uma das ideias mais interessantes que surgiram nos últimos tempos é o “desafio das 52 semanas” – as 52 semanas do ano. Comece por poupar um euro na primeira semana de 2023 – pode fazê-lo com moedas, num mealheiro, ou ver se o seu banco tem alguma modalidade de poupança que permita pequenos reforços.

Na segunda semana, poupe dois euros, e assim sucessivamente. Use um calendário de parede para saber quanto tem de poupar a cada semana. O hábito incremental que vai estar a formar irá ajudá-lo a chegar às últimas semanas do ano com maiores probabilidades de conseguir poupar as várias dezenas de euros que terá de acumular para vencer o desafio.

Se conseguir, vai chegar ao final do ano com 1.378 euros – um valor que pode, por exemplo, ficar guardado para pagar as férias de verão de 2024. E, se tiver corrido bem o desafio em 2023, provavelmente no verão de 2024 já poderá estar bem encaminhado para acumular mais 1.378 euros para pagar as férias de 2025.

Este desafio das 52 semanas pode ajudar adultos mas também pode ser uma boa ferramenta para ensinar a poupança às crianças: divida os valores por 10 e incentive os seus filhos a pouparem 10 cêntimos na primeira semana do ano, 20 cêntimos na segunda…

Na última semana do ano só têm de conseguir 5,20 euros e vão entrar em 2024 com 137,80 euros no mealheiro. Se os dois pais acompanharem um filho nesse “jogo”, vão chegar ao fim de 2023 com 413,40 euros nessa poupança.

O perigo do “standby”. Quantos dispositivos tem em casa a gastar mesmo quando está fora?
O modo “standby” é muito conveniente em dispositivos como televisões, boxes de TV ou sistemas de som – permite iniciar a utilização mais rapidamente e usando apenas os telecomandos. Mas é um perigo para a sua fatura de eletricidade.

Evitar os modos “standby” é uma dica de poupança já antiga, mas muita gente continua a não a pôr em prática porque se subestima a relevância destes consumos – e isso “é, muito provavelmente, o maior erro das casas portuguesas”, frisa o ComparaJá.

“O modo standby mantém os aparelhos com um consumo reduzido, mas existente e desnecessário”, pelo que deve, sempre que possível, “desligar os equipamentos das tomadas, em vez de os manter em standby a todo o momento”.

Uma forma de tornar este hábito mais fácil é usar “extensões com interruptor dado que bastará apertar um botão para garantir que tudo fica desligado”, o que também ajuda a cumprir esta dica de poupança mesmo quando não é prático desligar o cabo de alimentação dos dispositivos e tirar a ficha da tomada.

Mas se insiste mesmo em ter a TV ligada em “standby” quando chega a casa uma alternativa é a utilização de tomadas programáveis (por horas do dia). Se se justificar, compre tomadas inteligentes ligadas por wi-fi que podem ligar-se e desligar-se a horas programadas ou através de “apps” de telemóvel que pode usar em qualquer lugar.

Não pense apenas no curto prazo. Compre eletrodomésticos eficientes
Outra forma de economizar em energia é a aposta em eletrodomésticos com boa classe energética. “O preço será, invariavelmente, o principal fator a ter em conta no momento de adquirir um novo eletrodoméstico”, reconhece o ComparaJá.

Ainda assim, não pense apenas na poupança a curto prazo: “tente optar por equipamentos com classe A, dado que será utilizada uma menor quantidade de energia para realizar o mesmo trabalho”, recomenda o portal de comparação de preços e serviços.

“Apesar de poderem ser mais caros ao início, a poupança poderá mesmo ultrapassar os 50% a médio/longo prazo”, acrescenta o ComparaJá.

Fugir às comissões bancárias é impossível, mas há formas de poupar
As baixas taxas de juro nos últimos anos levaram os bancos a subir as comissões bancárias de forma muito significativa.

Porém, agora que as taxas de juro estão a subir, desengane-se quem achar que os bancos irão, agora, começar a baixar comissões – no melhor dos casos, podem congelá-las, como fez a Caixa Geral de Depósitos (não acompanhando a inflação).

Esta é uma despesa a que a maior parte das pessoas presta pouca atenção, mas certamente irá ficar surpreendido se ler, em detalhe, o relatório anual que o banco lhe vai enviar em janeiro sobre comissões.

Carina Meireles, consultora especialista em Finanças Pessoais e Empresariais, afirma que “pouca gente analisa, com olhos de ver, o relatório anual que os bancos são obrigados a enviar aos clientes, em janeiro, que discrimina todas as comissões que foram pagas no ano anterior”.

Como é que se pode poupar? Cada caso é um caso, mas comece por pegar nas principais comissões que pagou e vá ao comparador de comissões do Banco de Portugal. Se tem muitas comissões é possível que esteja a pagar de forma individual serviços que o banco já integrou em pacotes.

Para “empurrar” os clientes para as contas-pacote os bancos têm aumentado as comissões em algumas operações quando feitas de forma isolada, uma forma de persuadir os clientes a optarem pelos tais pacotes, isto é, modalidades em que há uma cobrança mensal mas que podem representar uma poupança no acumulado do ano.

Sendo impossível fugir totalmente às comissões, contacte o seu gestor de conta para saber que ofertas ele tem para reduzir esse encargo (e não tenha problemas em visitar a concorrência – e dizer ao seu banco que está a fazê-lo).

Se tiver mesmo de cortar nesta despesa ou se não se justificar pagar muito, pelo uso que faz da conta, avalie a criação de uma conta de serviços mínimos bancários, que lhe vai custar menos de 5 euros por ano. Tenha em atenção que, salvo algumas exceções, se tiver uma conta de serviços mínimos bancários não poderá ter mais nenhuma outra conta em outro banco.

Vá todos os meses ao e-fatura (e aproveite até ao último cêntimo)
Tem até dia 23 de fevereiro para validar todas as despesas do agregado familiar que foram comunicadas ao fisco pelos comerciantes cujos bens ou serviços comprou ao longo de 2022.

A maior parte dos portugueses já tem o hábito de fazer essa validação, porque sabe que as faturas podem significar largas centenas de euros no reembolso do IRS – mas muitas pessoas deixam para a última hora, o que não só torna o processo mais maçador como se fica sem tempo para corrigir discrepâncias ou erros.

Imagine que num dos hotéis ou restaurantes a que foi nas férias, por exemplo, a fatura não foi comunicada ao fisco pelo comerciante: se deixar tudo para a última já não irá a tempo de corrigir (ou pode já nem se lembrar). O ideal é fazer uma visita ao portal todos os meses, validando as faturas enquanto a memória ainda está fresca.

E se uma fatura não aparecer deve tomar a iniciativa de registar manualmente a despesa (porém, dê um ou dois meses de tolerância porque o processo de comunicação não é imediato). Tenha atenção às faturas que aparecem como Pendentes, porque se não as validar essas não vão mesmo contar para o reembolso.

Ter uma rotina de visita frequente ao portal do e-fatura também vai ajudá-lo a ter melhor noção de quais são as rubricas específicas que permitem dedução – ginásios, cabeleireiros, saúde, educação, restauração, etc. – e pode ver em quais é que ainda não atingiu os limites e, portanto, ainda tem margem para obter mais dedução.

E não se esqueça de ir registando, também, as faturas que tenham sido passadas com o NIF dos seus filhos, tendo em mente que as “despesas gerais familiares” dos filhos também podem contar se os dois pais não tiverem atingido o limite (que é de 500 euros por agregado familiar).

Aperte com as empresas de telecomunicações e poupe dezenas
Não espere pelo fim da fidelização para se pôr ao telefone com a sua operadora de telecomunicações. Se faltarem poucos meses para ser um “cliente livre” vai verificar que do outro lado da linha vai encontrar alguém muito disponível para lhe oferecer um melhor negócio para reter o cliente.

Importante: municie-se, previamente, com uma ou duas ofertas de operadores concorrentes que lhe parecem mais vantajosas. É um pequeno esforço mas pode valer-lhe algumas dezenas de euros em descontos mensais – e, se “apertar bem” com a sua operadora, é provável que ainda lhe possam oferecer alguns bónus gratuitos como “boxes” 4K ou “routers” mais avançados, por exemplo.

Não aceite a primeira oferta que lhe fizerem, seja assertivo e mostre que está mesmo disponível para vencer a inércia que leva muitos clientes a não mudarem de operador. E, se não gostar da oferta que lhe fazem, mude mesmo.

“Por vezes há pacotes que já estão desajustados e com preços mais elevados face a novas ofertas. Procure a melhor e mude”, diz Bárbara Barroso.

Não se esqueça, também, de contactar todos os anos as empresas que prestam outros serviços como, por exemplo, empresas de segurança e alarmes – normalmente os descontos na fatura que estas empresas oferecem expiram ao fim de um ano e é preciso renovar sempre o pedido de desconto, idealmente para um valor ainda mais baixo do que no ano que passou.

Como sobreviver aos aumentos dos custos nos supermercados
A subida dos preços dos produtos que compra nos super e hipermercados obriga, mais do que nunca, a adotar estratégias de poupança.

As cadeias tentam aproveitar para fidelizar os clientes, usando estratégias como promoções em cartão para levar os consumidores a concentrarem mais as compras em apenas um local, como forma de mitigar um pouco os aumentos.

Mesmo assim, deve sempre fazer comparações entre preços porque, frequentemente, aquilo que é a promoção num dado produto é “recuperado” pela retalhista noutro produto que o cliente vai comprar.

Deve, por isso, ser cirúrgico, diz Carina Meireles. “Leve sempre uma lista de compras preparada previamente”, diz a especialista em finanças pessoais – não se deve ir às compras sem saber exatamente o que tem em casa e, como é sabido, nunca vá com fome (está mais que provado que terá tendência para gastar mais).

E, acrescenta Carina Meireles, não perca a oportunidade de envolver as crianças nessa inventariação do que faz falta em casa. Outras dicas simples incluem ir às compras sozinho, porque tenderá a ser mais rápido, e colocar headphones com música animada.

Se tem uma vivenda, chegou a hora de colocar painéis solares
Será uma boa hipótese sobretudo para quem vive em moradias, porque em apartamentos e condomínios a coisa complica-se um pouco.

O IVA dos painéis solares passou em julho de 23% para 6% e há cada vez mais soluções no mercado que não cobram instalação e permitem pagar os painéis sem juros, em prestações de poucas dezenas de euros que podem pagar-se a si próprias – ou seja, através da poupança na energia que é preciso ir buscar à rede.

Até poderá querer tornar-se produtor (vender eletricidade à rede) mas a partir de certas quantidades isso envolve alguma burocracia – por isso, comece por estudar as soluções para autoconsumo.

Será uma boa forma de poupar, numa altura de crise energética, e vai tornar-se mais consciente sobre os consumos energéticos da sua família, tirando partido das “apps” que ajudam a gerir e monitorizar os consumos de energia dos painéis e da rede.

Nota final: nos primeiros meses do ano deverá ser lançado novo programa do Fundo Ambiental e se abater a totalidade do valor dos painéis pode apresentar a fatura para pedir o apoio público que lhe irá reembolsar a maior parte do que pagou (deverá ser 85% ou um valor próximo) – o processo burocrático não é muito simples mas tente ajuda nessa candidatura por parte de quem lhe vende os painéis. Se a candidatura for aceite, alguns meses depois terá o dinheiro na conta.

Evite sustos na fatura de luz e gás, com o mercado regulado (mas a poupança começa em casa)
Quem não puder optar por painéis solares, tem de encontrar outras formas de poupar nos custos com eletricidade e gás.

Para fazer face à enorme volatilidade causada pela invasão russa da Ucrânia, o Governo criou a possibilidade – antes vedada – de os consumidores voltarem para o mercado regulado caso já tivessem passado para o mercado liberalizado.

Os preços tendiam a ser mais baixos neste último mas há exposição a variações súbitas como as que se verificaram após o início da guerra – e que terão surpreendido alguns consumidores.

Noutros planos, a primeira dica que os especialistas em finanças pessoais dão é que, se o contador não fizer esse envio automaticamente, deve sempre comunicar as leituras para evitar que o fornecedor de energia faça estimativas que, regra geral, tendem a ser mais gravosas do que a realidade.

“Esta pode ser uma tarefa algo aborrecida” mas é a “única forma de se certificar de que irá pagar efetivamente aquilo que consome”, afirma o ComparaJá. Informe-se sobre o dia em que a operadora faz o cálculo do seu consumo mensal e coloque um lembrete no telemóvel para, alguns dias antes, fazer essa comunicação.

Outras dicas práticas incluem utilizar mais vezes o microondas e menos o forno elétrico, eliminar as lâmpadas convencionais e substituí-las por lâmpadas LED e fugir dos termoventiladores como o diabo foge da cruz – sobretudo não use aquecimentos dispendiosos para mitigar um problema de temperatura que, tantas vezes, é na realidade um problema de humidade. Conheça mais dicas práticas aqui.

Tenha atenção às mensalidades dos ginásios e subscrições que usa pouco
A despesa com ginásios tende a ser um dos primeiros custos fixos que as famílias sacrificam numa altura de aperto – use isso a seu favor numa renegociação das suas condições. Mesmo que não lhe baixe a mensalidade poderá conseguir obter mais benefícios e serviços a que tem acesso incluído.

Porém, esta é uma altura em que é importante refletir sobre se está a tirar partido ou se pode substituir por atividades gratuitas ou ao ar livre: “Se vamos poucas vezes, pode fazer sentido cortar essa despesa ou optar por um ginásio que dê liberdade de usar menos vezes”, diz Carina Meireles.

Procure, na sua zona, ginásios mais baratos ou que não necessitem de fidelização – sabendo-se que a fidelização é uma forma que os ginásios têm de “prender” os clientes, mesmo aqueles (muitos) que acabam por reduzir a frequência ao fim de alguns meses após a inscrição.

Em alternativa, procure nas redes sociais grupos de pessoas que, com ou sem orientação de profissionais, se juntam para praticar o seu desporto favorito – será uma forma de poupar dinheiro e manter a forma física.

Tem, ainda, outra alternativa: se gostar de fazer exercício em casa procure nos sites de venda em segunda mão equipamentos em boas condições, que estão na posse de pessoas que compraram (sobretudo nos confinamentos pandémicos) e agora estão disponíveis para vender a uma fração do preço.

Outra despesa que deve avaliar se está a usar como previa é as subscrições de serviços de “streaming”. Essas são despesas normalmente pequenas mas que se somam – sobretudo numa ótica de custo anual.

É um “perigo” para as finanças familiares, diz a Deco. Se tiver várias subscrições ativas avalie se uma, a sua favorita, não seria suficiente. Se concluir que pode cortar algumas, explicamos como aqui.

O incrível mundo dos grupos de descontos no Telegram
Um aspirador de marca que custa mais de 150 euros nas lojas mas uma oportunidade para o comprar a 79 euros? Roupa e calçado que aparece com “desconto de saldo” todo o ano? Telemóveis baratos, trotinetes novas a metade do preço, detergentes da loiça em caixas de 6 que saem muito mais baratos?

Se ainda não conhece, instale a “app” de conversação Telegram (semelhante ao Whatsapp) e é lá que vai encontrar vários grupos onde diariamente são colocadas dezenas de grandes oportunidades que se encontram em lojas como a Amazon (espanhola) e outras como a GShopper e Tomtop, mais distantes mas que frequentemente têm os artigos em armazéns em França ou noutros países europeus.

Procure por “descontos” no Telegram e vai encontrar os mais populares em Portugal – vai encontrar de tudo, literalmente. Ao comprar alguns produtos será necessário colocar um pequeno código – específico do grupo – para poder beneficiar do desconto quando se entra no site da Amazon, por exemplo, para fazer a compra.

Noutros, nem é preciso qualquer código. Se tiver Amazon Prime, que custa 4,99 euros por mês e inclui o serviço de vídeo por streaming, as entregas vão ser mais rápidas e baratas. Poderá fazer poupanças nos produtos que vão surgindo com desconto e que tem de aproveitar rapidamente porque os stocks, normalmente, são bastante limitados.

Porém, seja disciplinado, porque embora se consigam fazer poupanças, não é difícil começar a comprar coisas que não são tão essenciais e que só vai estar a comprar porque o desconto é irresistível.

Opte pelos transportes públicos ou pelo veículo mais eficiente do mundo
Os passes em Lisboa e Porto não vão subir: vão continuar a custar 30 ou 40 euros por mês (conforme a abrangência). Se for viável para si, essa será a solução mais barata para as viagens diárias – com o bónus de também servirem para um passeio ao fim de semana (as crianças até 12 anos têm direito a passe gratuito).

Tem a certeza de que conhece todas as opções de transportes públicos? Faça um teste com “apps” como a Moovit – é possível que fique surpreendido com algum autocarro que passou a fazer um trajeto que lhe é conveniente.

Se não existir uma solução viável, considere o meio de transporte mais eficiente: a bicicleta – se comprar uma a partir de 1 janeiro já só paga 6% (não 23%) de IVA, o que (em teoria) irá fazer baixar os preços nas lojas. Muitas vezes, as distâncias que nos habituámos a percorrer de carro não são tão longas assim.

Chuva? Lisboa teve 268 dias sem chuva em 2021. O Porto teve 215. Transpiração e subidas? Pode optar por uma bicicleta elétrica – os custos de comprar uma ou eletrificar a sua bicicleta normal estão a baixar de ano para ano. Além da poupança (potencialmente muito significativa) para a sua carteira, vai ajudar o ambiente e a sua saúde física e mental.

Combustíveis. Poupe, “gamificando” as suas viagens diárias
São já bem conhecidas algumas dicas básicas para poupar em combustível – desde o uso de apps e sites para saber onde estão os postos mais baratos até, na própria condução, evitar acelerações rápidas e rotações mais elevadas.

Para levar a poupança ao próximo nível, porém, quem tiver carros um pouco mais modernos vai conseguir saber no mostrador digital qual é o seu consumo instantâneo. Apesar de ter a velocidade no ponteiro analógico, é precisamente a velocidade que a maior parte das pessoas acaba por ter, também, no mostrador digital.

Se é o seu caso, habitue-se a colocar nesse mostrador digital não a velocidade mas o consumo de combustível. Não precisa de ter o consumo instantâneo, ao segundo (até porque isso pode contribuir para que se distraia ao volante), mas procure a opção de consumo médio desde que deu à chave (muitos carros têm a opção “since start”).

Dessa forma, se tem mesmo de ir de carro para o trabalho – e não pode optar por uma das alternativas que já referimos na dica anterior –, vai verificar que pequenas mudanças na forma como conduz podem fazer com que chegue ao trabalho gastando uma média de 4,5 litros aos 100km, por exemplo, em vez de 5,5 ou 6.

Ter essa média visível, a todo o momento, vai ajudá-lo a ser mais poupado na condução e estar constantemente a procurar formas de fazer o mesmo percurso poupando mais algumas décimas do que na véspera – quase como se fosse um jogo. Numa primeira fase, porém, também pode alternar com o consumo instantâneo em certos momentos para conhecer melhor o seu carro.

Essa pode ser uma ferramenta boa para aprender a gastar menos combustível e, até, corrigir alguns “mitos” como a utilização do “ponto-morto” (carro desengatado) para poupar – muitas pessoas pensam que é assim mas, pelo contrário, deve evitar ao máximo circular sem uma mudança engrenada porque o motor consome muito combustível se estiver a andar desengatado. Se estiver numa descida, por exemplo, mantenha o carro engatado e tire o pé do acelerador – só assim estará a gastar zero.

Planeie as refeições da semana e experimente um “slow cooker”
As despesas com alimentos foram as que mais penalizaram os orçamentos familiares no ano que passou.

Mais pessoas estão a cortar nos restaurantes do dia a dia, a julgar pelo que disse ao jornal i a secretária-geral da AHRESP – “já temos mais pessoas outra vez de lancheira”, afirmou Ana Jacinto.

A verdade é que mesmo os custos de fazer a tal “lancheira” subiram, devido ao aumento dos preços dos alimentos no supermercado. Bárbara Barroso diz que “a melhor forma de evitar desperdício de dinheiro é optar pelo planeamento de refeições semanais”. “Todas as semanas verifique a sua despensa e faça um inventário, aproveite para organizar a despensa, coloque os produtos que terminam o prazo mais cedo mais visíveis.

“Depois junte a família e defina o menu semanal”, diz a especialista em finanças pessoais. Será em função desse menu que irá fazer as compras, que pode cozinhar ao fim de semana e congelar em “marmitas” pensadas para cada dia, recomenda Bárbara Barroso.

E há uma forma pouco conhecida em Portugal (embora muito usada em outros países, como o Reino Unido) de cozinhar de forma muito mais barata e, acredite, mais saborosa: a utilização de slow cookers (também conhecidos pela designação americana “crockpot”). São caçarolas elétricas para onde basta atirar os alimentos crus de manhã, antes de ir trabalhar, colocar a tampa e… nada vai acontecer.

A acumulação de temperatura é muito lenta e gradual – só passado um par de horas vão começar a aparecer algumas bolhinhas de cozedura. Mas ao fim de algumas horas (como as horas de um dia de trabalho normal) vai ter a comida perfeitamente cozinhada e tenra – e não há perigo de queimar os alimentos.

Há vários modelos de “slow cookers” à venda (não se limite às lojas portuguesas) e podem ser baratos, sobretudo tendo em conta que vai poupar em energia: conforme o modelo, deixar um “slow cooker” a funcionar durante todo o dia equivale a deixar uma pequena luz ligada em casa.

Os seguros vão subir: “faça contas e renegoceie"
O supervisor dos seguros pediu ao setor que tenha “contenção” na subida dos prémios cobrados aos clientes – mas é uma certeza que esses prémios vão aumentar no próximo ano, incluindo alguns aumentos superiores à inflação. Isso torna ainda mais essencial começar o novo ano a analisar os seguros que tem, seja na casa, no carro ou em outras áreas.

No que diz respeito aos seguros associados ao crédito à habitação, Bárbara Barroso diz que “muitas vezes é nesta rubrica que estão as grandes poupanças” e é por isso que Carina Meireles acrescenta que “todos os anos devemos olhar para os nossos seguros – todos os anos, mesmo, nem que tenha de pôr um alerta no telemóvel”.

Uma dica dada por Carina Meireles é analisar qual é o grau de incapacidade mínimo que está previsto no seguro de vida associado ao crédito da casa. Ou seja, além do cenário de uma morte, normalmente os seguros também são ativados caso a pessoa sofra alguma doença ou acidente que a incapacite - “normalmente, esses graus de incapacidade são muito elevados – como 90% – são graus de quase ‘estado vegetativo’, como costumo dizer”.

O conselho é procurar alternativas junto de outras companhias – “é bem provável que consiga ficar a pagar menos e ter graus de incapacidade menores, na ordem dos 60%”, diz Carina Meireles, que lembra que nada obriga a ter o seguro no banco onde tem o crédito. Isso pode trazer bonificações mas “faça contas e negoceie, seja insistente”, diz Carina Meireles.

A especialista em finanças pessoais, que trabalhou mais de 20 anos na banca, também recomenda usar mediadoras que trabalham com várias seguradoras – e “conseguem melhores negócios sem perder a relação pessoal que acaba por ser sacrificada em algumas seguradoras online”.

Através dessa relação mais pessoal também terá maior facilidade em tentar fazer a consolidação de várias apólices, de seguros diferentes, e ficar a pagar menos.

Prestação da casa vai continuar a subir. Não espere pelo banco para renegociar
Se está a pagar a casa ao banco, e tem um crédito indexado a taxa variável, é muito provável que essa vá ser a despesa que mais vai penalizar o seu orçamento familiar no novo ano.

Ao longo de 2022 as famílias já foram sentindo os aumentos bruscos, conforme o prazo da Euribor que têm (3, 6 ou 12 meses) e os meses em que foram feitas as atualizações. Mas os juros vão continuar a subir – e, para quem tem dúvidas, basta ler as últimas declarações dos responsáveis do BCE, pelo que é importante ser pró-ativo, fazer simulações e precaver dificuldades.

Se o peso dos encargos com a dívida se tornar menos comportável, poderá ser sensato avançar para uma renegociação com o banco, que pode envolver soluções como baixar o spread, alongar prazos, acordar períodos de carência, entre outras possíveis soluções.

O Governo lançou há poucas semanas legislação nova que veio obrigar os bancos a analisar cada cliente e detetar situações de agravamento rápido da taxa de esforço – o que não impede que os clientes possam também tomar a iniciativa de dialogar. Leia aqui mais detalhes sobre esta nova legislação e como pode ajudá-lo a poupar e diminuir a pressão sobre os orçamentos familiares.

Consolide os créditos e, se puder, amortize. Vai fazer uma grande diferença
A nova legislação criada pelo Governo também inclui uma cláusula que, ao longo de 2023, o isenta de quaisquer comissões se quiser (e puder) fazer amortizações antecipadas – designadamente usando, para isso, poupanças que têm em depósitos que, devido à inflação, estão a perder valor (real) a grande velocidade.

Só quem tem créditos a taxa variável é que irá poder beneficiar desta isenção, que lhe poupa 0,5% do montante que usar para amortizar antecipadamente – quem tem taxa fixa, que até paga quatro vezes mais em comissão se abater o empréstimo (2%), ficou de fora.

Se tem, por exemplo, 10 mil euros que pode usar e se o seu empréstimo for de 100 mil euros, ainda tiver 25 anos para pagar e um spread de 1% a sua prestação mensal baixa de 467 euros para 420 – ou seja, terá poupado 564 euros no final do ano. Sem pagamento de comissão, esta opção é ainda mais apetecível para quem tem alguma poupança de lado.

Quem não tiver, porém, poderá tentar alargar o prazo do crédito (se tiver margem para o fazer) e o banco está proibido de lhe cobrar um juro mais alto – vai, porém, estar a pagar o crédito mais tempo e, no final, terá pago mais dinheiro em juros.

Por isso é que vai ter cinco anos para voltar atrás. Outra forma de poupar nos créditos, se tiver mais do que um, é a consolidação de créditos – isto é, juntar vários créditos que tenha (mesmo que em bancos diferentes) e passar a pagar só uma prestação que poderá ser substancialmente mais baixa. Fale com o seu banco, não espere que venham ter consigo.

Se tem um quarto a mais, pode valer centenas de euros por mês
Nos últimos anos, subiram em flecha os preços dos quartos para arrendamento a estudantes ou arrendamentos de curto prazo. Há muita procura, nas zonas certas, e pouca oferta.

Se tem um quarto disponível e condições, em casa, para receber uma pessoa – e encontrar a pessoa certa – vai conseguir obter um rendimento extra muito significativo (em algumas situações, pode ser comparável àquilo que paga ao banco pela casa toda).

Tenha atenção, porém, que deve fazer um contrato de arrendamento como se fosse uma casa inteira, para cumprir a legalidade e precaver-se de eventuais dissabores que são frequentes nestas situações. Deve procurar uma minuta de contratos para “arrendamento de quarto para habitação com prazo certo”, onde todas as condições devem ser exaustivamente descritas – peça ajuda a um advogado, se tiver dúvidas.

Depois, tem de registar o contrato no Portal das Finanças, na secção “arrendamento” e pagar o imposto de selo (até 28% do valor de uma renda, mas pode ser menos se o prazo for mais longo). Também terá, claro, de incluir esses rendimentos na sua declaração anual de IRS. Se tem condições para isso, pondere esta opção – estará a ajudar alguém que precisa e vai aumentar o seu rendimento disponível.

Faça uma poupança automática mensal e crie um fundo de emergência
Se conseguir cumprir a maioria destas dicas, tem maiores probabilidades de conseguir uma poupança maior no fim do mês. Mas não espere até ao fim do mês para pôr algum dinheiro de parte, recomenda Bárbara Barroso: “antes de pagar as suas contas mensais, estabeleça uma regra para si mesmo e todos os meses retire uma percentagem do seu rendimento para uma conta poupança”.

Como explica a especialista em finanças pessoais, “o objetivo desta dica é fazer com que crie um hábito, para que no futuro seja mais fácil poupar”. “O valor que escolhe deixar de lado não é importante, no entanto opte por montantes reais que sabe que vai conseguir guardar todos os meses”, acrescenta Bárbara Barroso.

Não se esqueça que “ter dinheiro de parte para fazer face a adversidades é fundamental para evitar entrar em rutura financeira” ou incorrer em créditos dispendiosos.

“Uma avaria num eletrodoméstico, uma obra inesperada em casa ou uma perda de rendimentos são alguns exemplos de situações em que lhe vai dar muito jeito ter uma almofada financeira”, diz Bárbara Barroso, recomendando a todas as pessoas que criem um “fundo de emergência” que deverá ter o equivalente ao custo das suas despesas mensais, para um período de entre seis meses a um ano.

“Se já tem um fundo de emergência constituído, reforce-o. Se ainda não tem, o ideal será começar um o quanto antes”, avisa a especialista em finanças pessoais.

Depósitos? Só se for para “novos clientes”. Opte pelo aforro do Estado
Mesmo com a subida das taxas de juro, os bancos não estão a melhorar a remuneração que oferecem nos depósitos a prazo a um ritmo minimamente comparável à velocidade com que subiram os juros das prestações de crédito.

Já houve algumas subidas mas são incipientes – o que poderá mudar um pouco, nos próximos tempos. Porém, mesmo que apareçam rendibilidades um pouco mais generosas, os banqueiros garantem que não serão muito significativas ou minimamente comparáveis à taxa de inflação que irá continuar acima de 5% em 2023.

Assim, diz o ComparaJá, “na maior parte dos casos ter o dinheiro ‘parado’ acaba por ser algo muito pouco útil dado que existem algumas soluções financeiras que permitem obter algum retorno”. Se não quiser ir além dos depósitos, opte pelos produtos para novos clientes em que alguns bancos oferecem rentabilidades maiores para tentar conquistar mais pessoas – as taxas (brutas) podem chegar aos 1,5%, nesses casos.

Uma alternativa que deu bons frutos aos portugueses em 2022 é a dos Certificados de Aforro, que graças à escalada das Euribor viram a rendibilidade disparar para mais de 3%. Não são depósitos, pelo que não tem direito ao fundo de garantia de depósitos – porém, na realidade, acaba por ser o mesmo “risco-Estado” que está em causa.

Porquê? Porque o risco dos Certificados de Aforro é o Estado não poder pagar, mas em caso de problemas generalizados nos depósitos bancários o Estado também teria provavelmente de injetar dinheiro no Fundo de Garantia de Depósitos (que, para já, tem escala nacional e não europeia).

Com a inflação tão elevada, porém, nem mesmo os Certificados de Aforro conseguem vencer a subida dos preços – pelo que fará sentido colocar parte do património em investimentos com maior risco.

Tenha atenção, porém, que as bolsas de valores tiveram um ano de 2022 muito negativo (depois de fortes ganhos em 2020 e 2021) e muitos analistas avisam que, de um modo geral, os índices bolsistas ainda poderão sofrer mais perdas enquanto os mercados e as economias se adaptam ao aperto monetário que está a ser feito pelos bancos centrais.

Isso não invalida que uma boa seleção de ações não possa ter bons desempenhos, mas as perspectivas gerais para as bolsas não são muito otimistas para o curto prazo. Outros poderão optar pelo imobiliário e aplica-se o mesmo princípio: os preços subiram muito e isso deve levar a uma postura cautelosa, nesta altura de ajustamento das taxas de juro.

As empresas do setor têm, porém, garantido que não haverá quebras generalizadas, apenas desaceleração, porque continua a haver pouca oferta (e procura robusta) nas áreas mais procuradas do país.

Texto
Edgar Caetano


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