Putin acaba de autorizar uma “operação militar especial” na rgião de Donbass.

O anúncio foi feito pelo próprio Presidente russo, num discurso em direto na televisão russa, numa altura em que decorre o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“A expansão da NATO e seu uso do território da Ucrânia é inaceitável”, afirma Vladimir Putin.

“O mundo pede paz, mas a Rússia não está a ouvir”, lamenta Barbara Woodward, representante do Reino Unido. “O dedo de Putin está no gatilho”.

“Estamos aqui esta noite porque acreditamos, assim como a Ucrânia, que uma invasão de larga escala da Ucrânia pela Rússia é iminente”, destacou Linda Thomas-Greenfield, representante os EUA na ONU.

Reiterando que a Rússia está a mentir quando diz que a Ucrânia é uma ameaça, a embaixadora aponta: “Todas as partes não são culpadas aqui. Não há meio-termo. Pedir uma desescalada a ambos os lados só dá à Rússia uma desculpa. A Rússia é o agressor aqui.”

“Quantas vidas russas está Putin disposto a sacrificar pelas suas ambições cínicas?”, questiona, apelando a uma retirada militar imediata, antes que “seja tarde demais”.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, é o primeiro a intervir, recordando “várias situações e rumores” nos quais diz nunca ter acreditado por estar convencido “que nada de sério aconteceria” — “estava errado”, assume. “Espero não estar errado outra vez hoje.”

Olhando diretamente para a câmara, o português deixou um ultimo apelo ao presidente russo: “Se uma operação militar está, de facto, a ser preparada, só tenho uma coisa a dizer, do fundo do meu coração: Presidente Putin, pare as suas tropas de atacar a Ucrânia, dê uma oportunidade à paz. Já morreram demasiadas pessoas.”

Está a começar a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise entre a Rússia e a Ucrânia, agendada a pedido de Kiev.

O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, reiterou os alertas para a “campanha de desinformação do Kremlin” e possíveis falsas bandeiras que Moscovo pode usar para justificar uma invasão.

“A Ucrânia NÃO está a cometer genocídio; A Ucrânia NÃO está a atacar Donetsk ou Lugansk; a Ucrânia NÃO está a fazer ataques terroristas”, escreveu no Twitter.

Beware of the following Kremlin disinformation campaigns seeking to justify military action – no evidence supports any of these false claims.
????: Ukraine is NOT committing genocide
????: Ukraine is NOT attacking Donetsk or Luhansk
????: Ukraine is NOT conducting terrorist attacks

— Ned Price (@StateDeptSpox) February 24, 2022

O governo ucraniano decidiu fechar os aeroportos junto à fronteira leste do país até às 7h00 (hora local).

Os aeroportos de Dnipro, Kharkiv e Zaporizhzhia ficarão encerrados durante o resto da noite, avança a Sky News.

O secretário do Estado dos EUA, Antony Blinken, disse acreditar que a Rússia pode invadir a Ucrânia ainda “antes desta noite (de quarta para quinta-feira) acabar”. Numa entrevista ao programa NBC Nightly News, o diplomata norte-americano afirmou que tudo parece estar “preparado para que a Rússia avance contra a Ucrânia”, garantindo que se isso acontecer os aliados darão resposta.

Blinken esclareceu que não pode “colocar uma data ou hora exata” em que a Rússia realizará exatamente a invasão, mas disse que a Rússia “posicionou as suas forças em prontidão final nas fronteiras da Ucrânia ao norte, ao leste e ao sul.”

Secretary of State Antony Blinken on the Russia-Ukraine crisis:

“Everything seems to be in place for Russia to engage in a major aggression against Ukraine,” he tells @LesterHoltNBC. pic.twitter.com/dm6afgR4wJ

— NBC Nightly News with Lester Holt (@NBCNightlyNews) February 24, 2022

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai reunir-se esta madrugada, às 2h30 (hora em Lisboa), para discutir a situação entre a Rússia e a Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esta noite que a Rússia tem cerca de 200 mil tropas junto à fronteira, o que significa um aumento na presença militar.

O pedido de ajuda das repúblicas separatistas a Putin significam que a Rússia aprovou uma ofensiva contra a Ucrânia. No entanto, o Presidente ucraniano disse querer a “paz” e indicou ter tentado falar com Putin, mas não obteve qualquer resposta.

Para Zelensky, pode iniciar-se, em breve, “uma grande guerra no continente europeu”.

As “informações” que chegaram ao ministério dos Negócios Estrangeiros sugerem que haverá uma ação militar por parte da Rússia à Ucrânia, revela Santos Silva. A preparação militar russa “não cessa de aumentar”, ao contrário das “promessas” do Presidente Putin, indica.

Na “Grande Entrevista” transmitida pela RTP3, Santos Silva chamou a atenção para o facto de a Rússia já ter cometido uma “ilegalidade” ao reconhecer a soberania das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.

Santos Silva acusou ainda Putin de tentar “falsificar a história”.

O ministério francês dos Negócios Estrangeiros ordenou hoje aos cidadãos franceses para saírem “sem demora” da Ucrânia, devido à “elevada tensão criada pela concentração de tropas russas na fronteira” e após a Rússia ter reconhecido a “independência das províncias de Donetsk e Lugansk”.

As autoridades francesas também não recomendam viagens à Ucrânia.

Os Estados Unidos reagiram ao pedido de ajuda dos separatistas russos, ironizando que os líderes das repúblicas de Donetsk e Lugansk se sentem em perigo “pelos ucranianos que os russos estão a querer atacar”.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que este pedido de ajuda faz parte de um “espetro de operação de bandeira falsa”, que os EUA já “esperavam ver”.

“É só mais um exemplo disso”, afirmou a porta-voz.