Momentos-chave
- Governo diz que semana após semana procura avaliar condições. Decisão do BCE confirma "momento de incerteza"
- Recessão. Economia pode cair 0,9% em cenário adverso, diz o BCE
- Cenário central não é recessão mas BCE admite um outro cenário adverso "muito negro"
- Lagarde sublinha que apoios estatais devem ser temporários e não piorarem inflação
- BCE admite "estagnação" da economia no final deste ano e início de 2023
- BCE não fica por aqui. "Juros devem voltar a subir" porque inflação continua "demasiado elevada"
- 75 pontos-base. BCE anuncia maior subida de sempre nas taxas de juro
- Novas projeções não devem (para já) prever uma recessão
Histórico de atualizações
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Termina aqui este liveblog que acompanhou a decisão do BCE de voltar a subir juros. Nesta reunião foi mesmo a maior subida que alguma vez concretizou.
Obrigada por ter ficado connosco.
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BCE sobe juros (enquanto é tempo) e admite recessão em 2023, num cenário "muito negro"
BCE prevê “estagnação” mas admite, pela primeira vez, que pode ser ainda pior: um cenário “muito negro”, embora menos provável, de recessão. Até chegar lá, juros vão continuar a subir.
BCE sobe juros (enquanto é tempo) e admite recessão em 2023, num cenário “muito negro”
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Governo diz que semana após semana procura avaliar condições. Decisão do BCE confirma "momento de incerteza"
A decisão do BCE “confirma” o momento “de incerteza que vivemos”, comentou Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
“É mais um elemento desse momento de incerteza e justifica a forma como o Governo semana após semana tem procurado avaliar as condições e os problemas que tem por resolver e fazer propostas e apresentar medidas para lhe responder”, continuou, garantindo que “é um processo que temos procurado acompanhar”, mostrando “abertura para aprovar medidas para fazer face a uma situação difícil”.
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Euro recua depois de Jay Powell, nos EUA, garantir empenho na luta contra a inflação
Mesmo com uma subida de 75 pontos-base nas taxas de juro, a maior da história da zona euro, a cotação da moeda única assumiu tendência descendente depois de o líder da Reserva Federal, Jerome (“Jay”) Powell, ter garantido que o banco central norte-americano vai continuar a apertar a política monetária para controlar as expectativas de inflação.
“A História mostra claramente como não se deve aliviar a política monetária prematuramente”, afirmou Powell, deixando a sua “garantia” de que tanto o presidente da Fed como os outros responsáveis do banco central “estão fortemente empenhados nesta missão e vamos continuar até que o trabalho esteja feito”.
Em Frankfurt, Christine Lagarde foi mais longe do que o habitual no reconhecimento de que o BCE está atento à evolução da cotação do euro – porque a desvalorização recente da moeda única é “algo que contribui para a acumulação de pressões inflacionistas”. Apesar disso, o euro voltou a descer abaixo da paridade, caindo nesta altura 0,7% para 0,995 dólares.
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Recessão. Economia pode cair 0,9% em cenário adverso, diz o BCE
A economia da zona euro pode contrair-se em 0,9% em 2023, de acordo com um “cenário adverso” que foi elaborado pelos economistas do BCE e que Christine Lagarde descreveu como “muito negro” (sublinhando que não é o cenário central).
Assim que terminou a conferência de imprensa de Christine Lagarde em Frankfurt, foram publicadas as projeções macroeconómicas onde surge o valor negativo relativo a 2023: -0,9% (com inflação de 6,9%).
Este cenário mais negativo é uma projeção que tenta simular aquilo que será a evolução económica caso a guerra na Ucrânia se torne “muito prolongada” e que as tensões geopolíticas se mantêm.
“Assume-se que todas as sanções em vigor se mantêm, o que resultaria em choques económicos maiores e mais duradouros na zona euro”, esclarece o BCE, explicando como é que chegou àquele valor dos -0,9%.
“É um cenário que inclui um aumento da incerteza, que se traduz num ajustamento significativo dos prémios de risco implícitos no custo de financiamento das empresas e nos mercados acionistas, com uma deterioração das condições financeiras”, acrescenta o BCE.
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Cenário central não é recessão mas BCE admite um outro cenário adverso "muito negro"
As novas projeções macroeconómicas do BCE vão ser divulgadas em detalhe às 14h45 (hora de Lisboa) mas já se sabe que mesmo em 2023 os economistas apontaram para um crescimento (positivo) de 0,9%.
Porém, Christine Lagarde confirmou que os economistas do BCE simularam um cenário adverso – que inclui acontecimentos como o corte total do gás russo e racionamento energético na Europa e não prevê fenómenos compensatórios (como o aumento do fornecimento energético vindo de outras geografias).
Esse é um “cenário muito negro” que Lagarde sublinha que não é o cenário central e, aí, há de facto uma previsão de crescimento negativo (recessão económica).
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Lagarde sublinha que apoios estatais devem ser temporários e não piorarem inflação
Christine Lagarde sublinhou, na conferência de imprensa em Frankfrut, que os apoios estatais que os governos decidirem lançar nas economias devem ser temporários e não devem piorar a inflação.
Os números da inflação são “extraordinariamente elevados” e estão a alastrar-se também aos preços dos serviços (não apenas dos bens), afirmou Christine Lagarde, com um tom invulgarmente sombrio para aquele que geralmente apresenta nas conferências de imprensa periódicas do BCE.
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Câmbio. Euro com pouca reação a subida de juros já esperada
O câmbio do euro-dólar está a oscilar no nível da paridade, ou seja, exatamente um euro por um dólar – a subida das taxas de juro pelo BCE, de 75 pontos-base, já era esperada pela maioria dos analistas, pelo que os mercados cambiais esboçaram uma reação relativamente contida ao anúncio.
Além disso, do outro lado do Atlântico, aguarda-se também um discurso de Jay Powell, o líder da Reserva Federal dos EUA – pelo que os investidores em mercados cambiais a aguardam o teor dessa mensagem para assumir novas posições relevantes num sentido ou no outro.
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BCE admite "estagnação" da economia no final deste ano e início de 2023
As novas previsões do BCE apontam para um crescimento de 3,1% da economia da zona euro em 2022, caindo depois para 0,9% em 2023. Já relativamente a 2024 a previsão baixou para 1,9%.
“Depois de uma recuperação na primeira metade de 2022, os dados recentes apontam para um abrandamento significativo no crescimento económico da zona euro, prevendo-se que a economia estagne na fase final deste ano e no primeiro trimestre de 2023”, afirma o BCE no comunicado.
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BCE não fica por aqui. "Juros devem voltar a subir" porque inflação continua "demasiado elevada"
O BCE confirma, também no comunicado, que as “taxas de juro vão continuar a subir“, já que a inflação “continua demasiado elevada e é provável que continue acima do objetivo por um período prolongado”.
“As nossas futuras decisões de política monetária vão depender dos dados económicos”, afirma o BCE.
As novas previsões para a inflação, divulgadas também esta quinta-feira, são de um aumento dos preços de 8,1% em 2022, 5,5% em 2023 e 2,3% em 2024 – ou seja, nem mesmo em 2024 o BCE acredita que a inflação ficará no objetivo de médio prazo.
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75 pontos-base. BCE anuncia maior subida de sempre nas taxas de juro
75 pontos-base. O Banco Central Europeu (BCE) acaba de confirmar a maior subida de sempre nas taxas de juro de referência: três quartos de ponto percentual.
A taxa de juro dos depósitos, que nos últimos anos se tornou a principal ferramenta da política monetária do BCE, passa, assim, para 0,75%. Já a taxa diretora dos refinanciamentos passa para 1,25%, tendo também subido 75 pontos-base.
Em comunicado, o BCE reconhece que este é um “passo gigante” que acelera a “transição de um nível de taxas de juro altamente acomodatício para níveis que assegurem um regresso atempado da inflação para o objetivo de médio prazo do BCE, que é de 2%”.
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Novas projeções não devem (para já) prever uma recessão
Além da decisão sobre as taxas de juro, esta reunião periódica do BCE conta com a divulgação de novas projeções económicas trimestrais, elaboradas pelo staff de economistas do banco central.
A expectativa é que exista uma forte revisão em baixa das projeções de crescimento para 2023. Porém, essa revisão deverá continuar a apontar para um crescimento positivo, isto apesar de vários indicadores avançados na economia europeia levarem os analistas a preverem uma recessão económica no início do próximo ano.
Leia aqui o texto publicado na última noite, sobre a “situação incrivelmente difícil” em que o BCE se encontra, a ter de subir as taxas de juro sabendo que existe um risco de recessão – que nem é, sequer, o único risco que preocupa Christine Lagarde.
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BCE volta a subir as taxas de juro. Serão 50 ou 75 pontos-base?
Boa tarde,
O Banco Central Europeu (BCE) vai anunciar, dentro de momentos, uma nova subida das taxas de juro. Essa é uma certeza – a dúvida é se será um novo aumento de 50 pontos-base, tal como em julho, ou se será de 75 pontos-base (três quartos de ponto percentual), o que seria a maior subida da história da zona euro.
Vamos acompanhar ao minuto a decisão, que será anunciada às 13h15 (hora de Lisboa), com conferência de imprensa a partir de Frankfurt a começar meia hora depois.
Muito obrigado por acompanhar a nossa cobertura.