Basem Naim, porta-voz e responsável pelas relações políticas e internacionais do Hamas, disse à Al Jazeera que o primeiro-ministro israelita tem “feito o máximo para bloquear ou minar qualquer hipótese de chegar a um acordo de cessar-fogo”. As declarações acontecem após o ataque em que morreram três filhos e quatro netos de Ismail Haniyeh.

O número de vítimas mortais foi atualizado pelo Hamas horas após o ataque, acrescentando a morte de mais um neto do líder do Hamas. Naim disse que Netanyahu está “sob pressão” dos EUA, da comunidade internacional e da sociedade israelita, pelo que recorreu a “todas as outras ferramentas sujas, matando os nossos filhos, as nossas mulheres, [ou] assassinando líderes”.

Sergey Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, e Tor Wennesland, coordenador da ONU para a paz no Médio Oriente, pediram esta quarta-feira um cessar-fogo imediato em Gaza, depois de realizarem um encontro em Moscovo.

“Foi enfatizada a importância de um cessar-fogo imediato, do fornecimento de acesso seguro e desimpedido a todos os afetados e necessitados e da libertação de reféns”, partilhou o ministério dos Negócios Estrangeiros russo, citado pela Al Jazeera.

O ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, felicitou o exército israelita e Israel após a morte dos três filhos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.

ברכות לצה״ל ולמדינת ישראל.
אף אחד מראשי חמאס שהובילו טבח ואונס ומחזיקים עדיין בחטופינו אינו חסין מידינו הארוכה. נגיע בעזרת השם לכולם.

— בצלאל סמוטריץ' (@bezalelsm) April 10, 2024

“Nenhum dos líderes do Hamas, que ainda mantém os nossos reféns, está imune à nossa mão longa. Com a ajuda de Deus, chegaremos a todos”, afirmou numa publicação no X.

Smotrich é o líder de extrema-direita de um dos partidos pró-colonização da coligação do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu. Tem apelado repetidamente à deslocação dos palestinianos de Gaza. Ameaçou abandonar a coligação de Netanyahu se Israel chegar a um acordo com o Hamas que ele considere desfavorável.

O momento em que o líder do Hamas toma conhecimento da morte de três dos seus filhos e três netos num ataque aéreo israelita foi captado em vídeo e divulgado pela AL-AQSA TV. O jornal El Mundo traduziu a reação de Haniyah à notícia. “Que Deus tenha misericórdia deles”, afirma. “Se Deus o quis…”, repete.

El momento en que el líder de Hamas se entera de la muerte de tres de sus hijos y tres nietos por un ataque israelí https://t.co/YmdlOpazBk pic.twitter.com/n3uukAhFwV

— EL MUNDO (@elmundoes) April 10, 2024

“Agradeço a Alá pela honra que me deu. Os meus filhos morreram como mártires no caminho da libertação de Jerusalém e Al Aqsa. O sangue deles aumentará nossa determinação e a nossa adesão à terra”, reagiu Haniyah.

Bezalel Smotrich, ministro das Finanças israelita, parabenizou esta quarta-feira as forças de Israel e o país pelo assassínio dos três filhos de Ismail Haniyeh, líder do Hamas.

“Nenhum dos líderes do Hamas que lideraram um massacre e uma violação e ainda mantêm os nossos reféns está imune à nossa mão longa. Com a ajuda de Deus chegaremos a todos”, escreveu o ministro no X (antigo Twitter).

ברכות לצה״ל ולמדינת ישראל.
אף אחד מראשי חמאס שהובילו טבח ואונס ומחזיקים עדיין בחטופינו אינו חסין מידינו הארוכה. נגיע בעזרת השם לכולם.

— בצלאל סמוטריץ' (@bezalelsm) April 10, 2024

Segundo a Bloomberg, os Estados Unidos e os alidados ocidentais acreditam que está para breve um grande ataque com mísseis ou drones do Irão ou dos seus representantes contra Israel.

A mesma fonte acrescenta que o eventual ataque deverá ser feito com recurso a mísseis de alta precisão e, segundo as fontes familiarizadas com o assunto, pode acontecer nos próximos dias.

Segundo as informações dos serviços secretos norte-americanos e israelitas, é quase certo que o ataque iraniano acontecerá, faltando apenas saber quando é que acontecerá.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram esta quarta-feira a morte dos três filhos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, alegando, segundo a Sky News, tratar-se de terroristas.

“Hoje cedo, aeronaves da força aérea [israelita] atacaram três agentes militares da organização terrorista Hamas. (…) Os três ativistas que foram atacados são Amir Haniyeh, comandante de um esquadrão do braço militar do Hamas, Muhammad Haniyeh, agente militar da organização terrorista e Hazem Haniyeh, outro agente militar da organização terrorista”, indica o comunicado das IDF.

As forças israelitas confirmaram ainda que os três membros “são filhos de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas”.

Os houthis reivindicaram esta quarta-feira o ataque a quatro navios ao largo do golfo de Aden. Segundo o porta-voz do grupo, citado pela Sky News, foram alvejados dois navios de Israel e outros dois dos Estados Unidos.

De acordo com o porta-voz, foram atingidos os navios israelitas MSC Darwin e MSC Gina. Quanto aos norte-americanos, o houthis terá atacado um navio da Marinha e outro da Maersk.

O grupo rebelde Houthi, do Iémen, apresentou esta quarta-feira as suas condolências ao líder do Hamas, Ismail Haniyeh, pela morte de seis membros da sua família, na sequência de um ataque aéreo israelita no norte de Gaza acrescentando que “um ataque agressivo de Israel” revela a dimensão do fracasso israelita no terreno.

“Estes grandes sacrifícios, juntamente com o resto do povo de Gaza e da Cisjordânia ocupada, apenas reforçam a firmeza do povo palestiniano face a esta arrogância israelita”, disse o porta-voz do grupo, Mohammed Abdulsalam, no X, citado pela Aljazeera.

A agência noticiosa Shehab, citada pela Aljazeera, está a avançar a informação de que três filhos do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Qatar e três dos seus netos foram mortos num ataque aéreo israelita em Gaza.

Haniyeh disse à Al Jazeera que os seus filhos estavam a visitar familiares, no norte de Gaza, quando foram atingidos. O líder do Hamas criticou o que descreveu como a brutalidade de Israel, mas sublinhou que os líderes palestinianos não recuarão se as suas famílias e casas forem alvo de ataques.

“Não há dúvida de que este inimigo criminoso é movido pelo espírito de vingança e pelo espírito de assassínio e derramamento de sangue, e não respeita quaisquer normas ou leis”, disse Haniyeh, acrescentando que 60 membros da sua família foram mortos desde o início da guerra.

“Vimos que a guerra viola tudo em Gaza. É uma guerra de limpeza étnica e genocídio. Há deslocações em massa”, afirmou ainda.

Hamas leader Ismail Haniyeh speaking to media in Doha, Qatar, 20 December 2023

O The Times of Israel está a avançar a mesma informação, citando a Aljazeera e a agência noticiosa palestiniana, referindo que, até ao momento, as Forças de Defesa de Israel não fizeram qualquer comentário imediato sobre o ataque.

Benny Gantz sublinhou hoje que o Hamas já foi derrotado militarmente, mas que, ainda assim, a guerra em Gaza está muito longe de ter fim.

“Lutar contra o Hamas vai levar algum tempo. Os rapazes que agora frequentam a escola básica ainda vão lutar na Faixa de Gaza, como na Judeia e Samaria e contra o Líbano”, disse o ministro do gabinete de guerra israelita, citado pelo Times of Israel.

Gantz disse, no entanto, que “do ponto vista militar, o Hamas foi derrotado”. “Os seus combatentes foram eliminados ou estão escondidos” e as suas capacidades “estão enfraquecidas”, assegurou.

Agora, segundo o ministro, a “vitória virá passo a passo”. Israel “não vai parar. Entraremos em Rafah. Regressaremos a Khan Younis. E vamos atuar em Gaza. Onde quer que haja alvos terroristas, as IDF estarão lá”, assegurou.

Pelo menos três palestinianos ficaram hoje feridos depois de terem sido baleados num ataque de colonos judeus perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, informou o Crescente Vermelho Palestiniano.

“As equipas de ambulância do Crescente Vermelho Palestiniano transferiram três pessoas que foram baleadas e feridas num ataque de colonos na cidade de Burqa, perto de Ramallah”, disse a organização numa breve mensagem na conta da rede social X.

????Palestine Red Crescent ambulance teams transferred three gunshot injuries resulting from settlers' attack on the town of Burqa near Ramallah.

— PRCS (@PalestineRCS) April 10, 2024

Fontes citadas pela agência noticiosa palestiniana WAFA disseram que o ataque foi levado a cabo por mais de 30 colonos, que alegadamente abriram fogo e queimaram um estábulo de ovelhas durante o ataque em Burqa, embora não seja claro nesta fase se as forças israelitas estavam presentes no local.

Israel concordou com a proposta dos Estados Unidos para um acordo de cessar-fogo, apresentada nas negociações a decorrer no Cairo, tendo dito que ia permitir o regresso dos 150.000 palestinianos deslocados ao norte de Gaza, sem controlos de segurança.

Segundo o Times of Israel, em troca, o Hamas teria de entregar uma lista com o nome das mulheres e idosos reféns que ainda estão vivos.

Oficiais israelitas dizem que é pouco provável que aceite estas condições, pois consideram que o grupo não quer chegar a acordo.

Muçulmanos de todo o mundo festejam hoje o Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado islâmico, embora as celebrações estejam a ser ofuscadas pelo agravamento da crise em Gaza e pela esperada ofensiva de Israel a Rafah.

Em Istambul, milhares de fiéis reuniram-se na Mesquita Aya Sofya para as orações matinais do Eid, com várias pessoas a empunhar bandeiras palestinianas e a entoar palavras de ordem de apoio à população de Gaza.

Numa mensagem, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sublinhou o apoio a Gaza, que classificou como uma “ferida sangrenta na consciência da humanidade”.

“Espero que o Eid conduza à paz, tranquilidade e bem-estar do nosso país, da nossa nação, do mundo islâmico e de toda a humanidade”, acrescentou.

Na Indonésia, a nação muçulmana mais populosa do mundo, quase três quartos da população está a regressar a casa para festejar o Eid al-Fitr, num movimento conhecido naquele país como ‘mudik’ e que é sempre vivido com grande entusiasmo.

Um libanês, que foi alvo de sanções dos Estados Unidos por suspeitas de ter transferido dinheiro do Irão para o Hamas, foi encontrado morto numa vila fora de Beirute.

Segundo a AFP, que cita uma fonte das forças de segurança, o corpo de Mohammad Sarur foi encontrado com ferimentos causados por mais de mais de cinco balas. O homem teria também muito dinheiro consigo, que “os assassinos não tocaram”.

Após a agência noticiosa estatal NNA ter noticiado ontem que tinha sido encontrado o corpo de um homem de 57 anos, a fonte de segurança confirmou que pertencia ao de Sarur, que trabalhava em empresas financeiras ligadas ao Hezbollah.

O homem foi alvo de sanções desde 2019, quando os Estados Unidos o acusaram de transferir “dezenas de milhões de dólares da Guarda Revolucionária do Irão para Hamas.

O ministro israelita da Cooperação Regional, David Amsalem, disse à rádio do exército que a informação que as Forças de Defesa israelitas transmitiram este domingo, de que tinham retirado todas as tropas do sul de Gaza à exceção de uma brigada, é “falsa”.

“Normalmente, não acompanho o que o porta-voz das IDF diz. Sei o que o chefe das operações diz: há forças em Gaza de dimensão considerável que lutam diariamente“, disse, citado pela Al Jazeera.

A relatora especial da ONU para os territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, exigiu hoje, no Parlamento Europeu, que a União Europeia (UE) suspenda o acordo de associação com Israel em resposta ao “genocídio” em Gaza.

A exigência foi acompanhada da apresentação de um relatório que, segundo a relatora da ONU, tem provas suficientes de que Israel está a “cometer genocídio” contra a população palestiniana.

Numa conferência de imprensa realizada na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, juntamente com o presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com a Palestina, Manu Pineda, Francesca Albanese insistiu que a comunidade internacional tem de impor sanções a Telavive para obrigar Israel ao voltar a cumprir o Direito Internacional.

“É a única coisa que pode garantir segurança e liberdade a todos aqueles que vivem entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo”, observou.

Neste sentido, considerou fundamental explorar respostas no âmbito da Carta das Nações Unidas para reagir à ofensiva em Gaza, que provocou mais de 33 mil mortos, a maioria dos quais civis, em meio ano.