Israel levou a cabo esta sexta-feira uma série de bombardeamentos nas zonas centro e sul de Gaza. A Reuters fez um balanço de todos os ataques relatados, que mataram 28 pessoas.

Depois do ataque noturno que matou 15 pessoas e do ataque a uma escola da ONU que matou outras três, somam-se ataques na cidade de Khan Younis, que mataram oito pessoas. No oeste de Rafah, o avanço dos tanques israelitas até ao mar matou duas pessoas.

“Penso que as forças de ocupação estão a tentar chegar à zona da praia de Rafah. As incursões e os bombardeamentos da noite para o dia foram tácticos, entraram sob fogo pesado e depois retiraram”, relatou à Reuters um refugiado palestiniano na zona.

Num gesto de “cortesia”, o porta-voz de António Guterres contactou hoje o embaixador israelita para o informar que Israel seria colocada na lista negra por ataques a crianças.

O relatório anual oficial, sobre a situação das crianças em situações de guerra só será publicado oficialmente no dia 18 de junho, mas Stéphane Dujarric ligou a Gilad Erdan para lhe dar a informação. “O telefonema foi uma cortesia oferecida aos países que acabaram de entrar na lista, para os avisar e evitar fugas de informação”, explicou Dujarric ao The New York Times.

Erdan, contudo, recorreu às suas redes sociais para publicar um vídeo do momento em que recebe a informação por telefone e a sua reação. O embaixador classificou a decisão da ONU como “uma decisão imoral que ajuda o terrorismo e recompensa os terroristas”.

I received the official notification about the Secretary-General's decision to put the IDF on the "blacklist" of countries and organizations that harm children. This is simply outrageous and wrong because Hamas has been using children for terrorism and uses schools and hospitals… pic.twitter.com/o1civfJFAk

— Ambassador Gilad Erdan גלעד ארדן (@giladerdan1) June 7, 2024

Reagindo ao vídeo, Stéphane Dujarric declarou que a publicação da conversa privada foi “chocante e inaceitável“. “[É] algo que nunca vi nos meus 25 anos ao serviço desta organização”, criticou o porta-voz das Nações Unidas.

A Casa Branca diz que ainda está a aguardar uma resposta oficial do Hamas ao último acordo de reféns e à proposta de cessar-fogo para a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza, reporta a agência Reuters, citada pelo Jerusalem Post.

O porta-voz John Kirby disse aos jornalistas que o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, vão discutir a questão durante uma reunião este sábado.

Sobre o ataque das forças de Israel a outra escolas das Nações Unidas no campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza, sabe-se agora que mais de metade dos mortos são mulheres e crianças. A informação é avançada pelo gabinete de imprensa do Governo em Gaza, Ismail al-Thawabta, cita a Aljazeera. Segundo o porta-voz, morreram 40 pessoas deslocadas, incluindo 14 crianças e nove mulheres.

As Forças de Defesa de Israel relataram a queda de um drone com explosivos numa área deserta perto de Nazaré, sem registo de baixas, avança o The Times of Israel.

O exército israelita confirma que o sistema de defesa anti-aérea, o Iron Dome, falhou e não conseguiu interceptar o drone vindo do Líbano.

O soar de sirenes no norte de Israel tem sido uma ocorrência quase diária devido aos ataques aéreos do Hezbollah. A falha israelita na interceção deste ataque é que representa uma anomalia.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, vai viajar até ao Médio Oriente na próxima semana, anunciou o departamento de Estado dos EUA esta sexta-feira, segundo a Aljazeera.

É a oitava viagem ao Médio Oriente de Blinken desde os ataques do Hamas de 7 de outubro, e inclui visitas ao Egito, Israel, Jordânia e Catar.

Segundo o comunicado, o objetivo é pressionar Israel e o Hamas para aceitarem a proposta de cessar-fogo que o presidente dos EUA, Joe Biden, apresentou na semana passada.

A decisão da ONU de acrescentar as forças armadas israelitas a uma lista global de infratores que cometeram violações contra crianças é “um passo mais perto de responsabilizar Israel pelos seus crimes”, disse o porta-voz do presidente da Autoridade Palestiniana esta sexta-feira à agência Reuters.

O porta-voz militar dos rebeldes iemenitas, Yahya Saree, afirma, num discurso transmitido pela televisão, que dois navios foram atacados no Mar Vermelho por “pertencerem a empresas que violaram a decisão de proibir a entrada nos portos da Palestina ocupada”. A informação é reportada na Aljazeera.

Os houthis têm vindo a realizar ataques a navios comerciais e militares nas águas próximas do Iémen desde os primeiros dias da guerra entre Israel e o Hamas.

“A operação de ataque foi levada a cabo com vários drones, mísseis balísticos e navais, atingindo o alvo com precisão”, continuou Saree, citado pelo mesmo meio. “As Forças Armadas iemenitas continuarão a levar a cabo as suas operações militares em apoio e solidariedade com o povo palestiniano oprimido até que a agressão cesse e o cerco ao povo palestiniano na Faixa de Gaza seja levantado”, acrescentou.

Brad Cooper, oficial das forças armadas norte-americanas, confirmou hoje que o cais que os Estados Unidos construíram ao largo de Gaza já está novamente operacional.

“As forças norte-americanas fixaram com sucesso o cais temporário na praia de Gaza. Os engenheiros da Força de Defesa Israelita forneceram todo o apoio necessário para garantir a colocação segura do cais na praia. A política de não colocar botas americanas no terreno continua em vigor”, declarou, citado pela CNN.

O cais, construído para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza, esteve desativado depois de ter ficado danificado na semana passada.

Francisco Pereira Coutinho explica que o TIJ ordenou a Israel que parasse os ataques em Rafah. O especialista em Direito Internacional diz ser preciso apurar se a Ucrânia atacou com armas ocidentais.

Ouça aqui o novo episódio do “Gabinete de Guerra” da Rádio Observador.

“Israel violou o Direito Internacional em Rafah”

“A ONU colocou-se hoje na lista negra da história, ao juntar-se aos que apoiam os assassinos do Hamas. As IDF são o exército mais moral do mundo, e nenhuma decisão absurda da ONU pode mudar esse facto.”

Foi assim que Netanyahu, citado pelo Haaretz, reagiu à decisão das Nações Unidas de colocar Israel em lista negra por atacar crianças em zonas de guerra.

Israel junta-se hoje ao ISIS, al-Qaeda e Boko Haram na lista da ONU de países e organizações que atacam crianças em zonas de guerra, avança a Wafa.

O anúncio foi feito por António Guterres ao embaixador israelita junto das Nações Unidas. A notícia já tinha sido avançada ontem por alguns blogs e canais nas redes sociais e foi confirmada hoje por media oficiais, como o Haaretz.

Entrada atualizada às 19h54

É mais uma investida das forças armadas israelitas contra uma escola das Nações Unidas em Gaza. Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, três pessoas morreram depois de uma escola — situada no campo de refugiados de Al-Shati e que alberga palestinianos deslocados — ter sido atingida por aviões de combate israelitas.

Para além das três vítimas mortais, o ataque provocou ainda 15 feridos (alguns dos quais encontram-se em estado grave), transportados para o hospital Al-Ahli Arab.

Israel utilizou aviões de combate para bombardear o campo de refugiados, localizado na cidade de Gaza (no norte do território).

Este ataque segue-se a um outro, ocorrido esta quarta-feira, e que atingiu uma escola no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, provocando mais de 40 mortos.

Ainda segundo a agência Wafa, os ataques israelitas levados a cabo esta sexta-feira provocaram pelo menos 15 mortos. Outras 10 pessoas morreram na cidade de Abasan, nos arredores de Khan Yunis, depois de ataques aéreos da força aérea israelita. Há ainda registo de outras duas mortes em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.

O Major General Arnaut Moreira garante que já não há recato em colocar as diferenças entre Israel e EUA na praça pública. Sublinha que a relação entre Netanyahu e Biden está cada vez mais complicada.

Ouça aqui o novo episódio d’ “O Domínio da Guerra” da Rádio Observador.

“Diferenças entre EUA e Israel são cada vez mais evidentes”

A cadeia televisiva Al Jazeera está a avançar que as forças armadas israelitas mataram duas pessoas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Há ainda registo de várias feridos, na parte ocidental da cidade, em resultado do ataque israelita.

Segundo o correspondente da Al Jazeera, o ataque terá acontecido no porto de Rafah e ferido alguns pescadores palestinianos.

Um vídeo, verificado pela Al Jazeera, mostra um veículo das forças armadas israelitas a perseguir e alvejar duas pessoas que seguiam numa mota na cidade de Jenin, na Cisjordânia. As duas pessoas, que terão acabado por morrer, fazem parte do grupo de três mortos causados pela incursão das Forças de Defesa de Israel naquela cidade do norte da Cisjordânia.

لحظة استهداف الاحتلال شابين على دراجة نارية في جنين #فيديو#حرب_غزة pic.twitter.com/7deyBuBsvX

— الجزيرة فلسطين (@AJA_Palestine) June 7, 2024

Depois de as vítimas terem sido atingidas pelos disparos, a mota onde seguiam despistou-se, atirando as duas pessoas ao chão. De seguida, os militares israelitas seguem caminho, sem prestar qualquer tipo de assistência.

As Forças de Defesa de Israel utilizaram, na última noite, vários aviões de combate contra infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano, avança o Times of Israel.

Os militares israelitas atacaram as cidades de Jabal Rezlane, Ramyeh e Kafr Kila.

Recorde-se que, nas últimas semanas, tem aumentado a tensão entre as forças israelitas e o Hezbollah — com o grupo xiita pró-Irão a intensificar os ataques contra o norte de Israel. Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu que o país está “preparado para uma operação muito intensa” na fronteira com o Líbano.

Os militares norte-americanos destruíram, nas últimas 24 horas, oito drones e dois barcos não tripulados, pertencentes aos rebeldes houthis, no Mar Vermelho, escreve a Reuters.

O Comando Central das Forças militares dos Estados Unidos anunciou também ter atingido com sucesso um drone lançado de uma área do Iémen controlada pelos Houthi e que aquele grupo rebelde lançou um míssil balístico anti-navio. Não houve, no entanto, danos materiais ou feridos.