Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Encerramos aqui o nosso liveblog onde acompanhámos o momento em que os bispos portugueses pediram “perdão” pelos casos de abusos sexuais de menores no seio da Igreja e em que a Conferência Episcopal Portuguesa apresentou formalmente a nova comissão que vai acompanhar situações de abusos nos próximos três anos (e que será liderada pela psicóloga Rute Agulhas).

    Obrigado por ter estado desse lado.

  • Abusos sexuais. Depois do estudo, Igreja entra em "nova fase" para ajudar vítimas, cria nova comissão e já apoia 30 pessoas

    Ao fim de uma semana reunidos em Fátima com o tema dos abusos na agenda, os bispos portugueses concordam que, depois do estudo, é o tempo da ação. Nova comissão servirá para apoiar vítimas concretas.

    Abusos sexuais. Depois do estudo, Igreja entra em “nova fase” para ajudar vítimas, cria nova comissão e já apoia 30 pessoas

  • Igreja Católica está a apoiar financeiramente 30 vítimas de abusos

    A Igreja Católica portuguesa está, neste momento, a apoiar financeiramente cerca de 30 pessoas que foram vítimas de abusos sexuais de menores, confirmou D. José Ornelas aos jornalistas.

    Falando sobre a atuação do novo grupo liderado por Rute Agulhas, D. José Ornelas assumiu que não pode propriamente considerar-se “independente”, como era a de Pedro Strecht, mas será “autónoma” — isto porque, se fosse completamente desligada das estruturas da Igreja, seria inoperacional.

    A comissão de Pedro Strecht, diz D. José Ornelas, “era para fazer um estudo”.

    “Convidámos gente de fora” para fazer esse estudo, afirmou. Agora, a nova comissão terá como objetivo acolher e encaminhar denúncias, ao mesmo tempo que é garantido, operacionalmente, o apoio às vítimas — através de um encaminhamento para psicólogos, psiquiatras, juristas, entre outros.

    Ainda assim, D. José Ornelas diz que a ninguém vai ser imposto qualquer psicólogo ou psiquiatra — a ideia é a Igreja assegurar as despesas das pessoas, ajudar as vítimas a encontrar apoio, etc.

    O bispo sustenta que o objetivo é que ninguém fique sem apoio por falta de recursos.

  • D. José Ornelas não faz balanços sobre o mandato, mas admite que dentro da CEP há opiniões diferentes — e que isso é bom

    D. José Ornelas recusa, nesta fase, fazer um balanço sobre o seu primeiro mandato na CEP e dar detalhes sobre o modo como decorreu a eleição.

    Refere apenas, questionado sobre se a sua eleição foi por unanimidade, que há opiniões diferentes dentro da Igreja Católica em Portugal e isso não é mau.

    O bispo admite, porém, que os últimos três anos foram “de evolução muito significativa” na sociedade, não apenas no que toca aos abusos — e descarta a ideia de que a ideia de investigar a realidade dos abusos tenha sido ideia exclusiva sua.

    D. José Ornelas assume também que pensou “muitas vezes” na possibilidade de não ser novamente presidente da CEP, já que tem uma diocese (Leiria-Fátima) para gerir e o tempo “não chega para tudo”.

    Mas, diz, “obviamente se estou cá é porque fui eleito pelos colegas”.

  • Depois de um estudo, agora é a fase de ajudar vítimas concretas, diz D. José Ornelas

    Aos jornalistas, D. José Ornelas explica que o novo grupo, liderado por Rute Agulhas, vai servir para dar continuidade à “capacidade de escuta” da Igreja em relação às vitimas de abuso.

    “As vítimas, seja aquelas que se declararam à primeira comissão independente, seja outras que poderão eventualmente aparecer”, explicou.

    Por outro lado, D. José Ornelas apontou que nesta segunda fase em que a Igreja entra agora, depois do estudo da comissão independente, o que importa é chegar às pessoas.

    “No primeiro caso era fundamental despir os dados e as narrações de indicações que pudessem identificar pessoas. Na segunda é o contrário, temos de falar é de pessoas”, disse, sublinhando que agora é o tempo de ajudar as vítimas concretas.

    D. José Ornelas foi também questionado sobre as confusões de comunicação entre bispos e comissão independente a propósito da lista de alegados abusadores no ativo e admitiu que houve, de parte a parte, “equívocos na comunicação”.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Bispos anunciam nova comissão independente para queixas de abusos. Vai chamar-se "Grupo VITA" e ter especialistas em violência sexual

    Como esperado, a Conferência Episcopal acaba de anunciar os detalhes da nova comissão independente que vai receber queixas de abusos sexuais de menores na Igreja Católica.

    Segundo o porta-voz da CEP, Manuel Barbosa, nova equipa vai chamar-se “Grupo VITA — Grupo de Acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal” e vai, como já tinha sido anunciado, ser liderada pela psicóloga Rute Agulhas.

    O grupo vai fazer uma apresentação pública do seu trabalho no dia 26 de abril.

    Rute Agulhas esteve, aliás, presente na assembleia plenária dos bispos que terminou esta quinta-feira.

    A nova equipa terá um “horizonte temporal de três anos” e será constituída por “uma equipa de profissionais tecnicamente competentes e terá a missão de acolher, escutar, acompanhar e prevenir as situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja em Portugal, dando atenção às vítimas e aos agressores”.

    Além de Rute Agulhas, vão fazer parte da comissão Alexandra Anciães (Psicóloga, experiência de avaliação e intervenção com vítimas adultas); Joana Alexandre (Psicóloga, docente universitária e investigadora na área da prevenção primária dos abusos sexuais); Jorge Neo Costa (Assistente Social, intervenção com crianças e jovens em perigo); Márcia Mota (Psiquiatra, especialista em Sexologia Clínica e intervenção com vítimas e agressores sexuais) e Ricardo Barroso (Psicólogo, docente universitário e especialista em intervenção com agressores sexuais).

    A comissão terá também um grupo consultivo, constituído pelo padre João Vergamota (especialista em Direito Canónico); Helena Carvalho (docente universitária especialista em análise estatística); e ainda por um jurista especialista em crimes de natureza sexual a definir.

    “O Grupo VITA terá a necessária autonomia para, em articulação com a Equipa de Coordenação Nacional, desenvolver uma ação que contribuirá para capacitar, ainda mais, o valioso trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas Comissões Diocesanas no acolhimento e acompanhamento das vítimas, bem como na formação preventiva dos agentes pastorais. Entre outras ações, está prevista a elaboração de um Manual de Prevenção que será comum a toda a Igreja em Portugal, quer nas Dioceses quer nos Institutos de Vida Consagrada”, diz o padre Manuel Barbosa, secretário e porta-voz da CEP.

  • Abusos. Bispos devem anunciar nova comissão independente esta tarde

    Depois da celebração desta manhã na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, dá uma conferência de imprensa no centro pastoral Paulo VI, também na cidade de Fátima.

    A conferência de imprensa está agendada para as 15h — e o Observador vai acompanhar em direto.

    É esperado que D. José Ornelas fale sobre a criação de uma nova comissão independente para receber queixas de abusos sexuais de menores no contexto da Igreja, que deverá ser liderada pela psicóloga Rute Agulhas.

    Esta nova comissão deverá servir para continuar, de certa forma, o trabalho da comissão independente liderada pelo psiquiatra Pedro Strecht, que cessou funções depois de ter entregado o relatório final no mês de fevereiro.

    Nesse relatório, a comissão independente estimou a existência de 4.815 vítimas de abuso sexual na Igreja em Portugal desde a década de 1950 até à atualidade, a partir de 512 testemunhos validados.

  • "A nossa Igreja não pode voltar atrás neste caminho; é mesmo preciso estar ao lado dos mais pequenos"

    Na fase final da sua homilia, D. José Ornelas destaca a importância da realização da celebração em Fátima.

    “Realizamos esta celebração em Fátima, onde Maria, Mãe de Jesus e Mãe e modelo da Igreja veio revelar-se a três crianças, vítimas da pobreza, da falta de escola e de múltiplas privações. O olhar carinhoso da ‘Senhora vestida de luz’ deu força e coragem a estas crianças e forjou nelas um coração firme e decidido para enfrentar as dificuldades, de resistir ao medo da guerra e de uma horrível pandemia que vitimou duas delas, de afirmar a sua experiência perante os que duvidavam da sua autenticidade, de passar através do sofrimento e até da morte”, diz.

    “Maria, enviada de Deus a três crianças, mostra um caminho para a Igreja, para nós todos: A nossa Igreja não pode voltar atrás neste caminho; é mesmo preciso estar ao lado dos mais pequenos, dos mais esquecidos, em hospital de campanha, como fala o Papa Francisco”, destaca D. José Ornelas.

    “Há caminho para além da dor, da justa revolta e da injustiça. Convosco, com o vosso testemunho, com a vossa inconformidade e tenacidade de vida, esperamos também ser Igreja renovada e inconformada com qualquer tipo de mal. Que Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, nos ensine a arte materna do bem cuidar, compreender, consolar e amparar; a arte e a vontade de construir um mundo mais justo, sempre renovado pelo Espírito de Deus.”

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Bispos dizem reconhecer o mal imposto às vítimas "de forma injusta e abusiva e no ambiente onde menos deveria ter acontecido"

    Continua D. José Ornelas: “Hoje, como bispos da Igreja em Portugal, queremos dizer àquelas e aqueles que sofreram estes abusos, antes de mais, uma palavra de reiterado pedido de perdão, com que começámos esta liturgia.”

    “Isso significa identificação e reconhecimento do mal que vos foi imposto, de forma injusta e abusiva e no ambiente onde menos deveria ter acontecido. Essa dor é também a nossa e continuará a doer enquanto a vossa não for curada”, diz o bispo.

    “Mas é uma dor que nos acorda, nos motiva e nos abre humildemente a ir ao vosso encontro, a escutar o que é incómodo, a reconhecer a dor e a procurar partilhá-la e, na medida do possível, aliviá-la e colaborar, por todos os meios, na libertação daqueles que foram tão dramaticamente afetados”, acrescenta D. José Ornelas.

    “Gostaríamos que, assim como experimentastes essas injustiças no seio da Igreja, possais fazer a experiência de irmãos e irmãs que querem ajudar a sarar feridas e a abrir caminhos de futuro. Foi com esse intento que empreendemos este caminho que entra agora numa nova fase. Estamos a criar condições para que esse encontro seguro e transformador seja possível. É convosco, e na medida do vosso desejo, que queremos empreender um caminho de reparação e de superação das dificuldades.”

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • D. José Ornelas: acompanhar as vítimas tem de estar acima da defesa do bom nome da Igreja

    O presidente da Conferência Episcopal deixa também um aviso à Igreja Católica como instituição: “Jesus não veio como grande senhor, ao modo dos grandes desta terra.”

    “Ele convida-nos a segui-Lo no caminho discreto e de serviço com que o bem tem de ser feito: ‘Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração’. É deste modo que Ele mostra o coração materno/paterno de Deus, o coração que propõe como atitude a imitar por aqueles/as que o seguem. Aprenderemos tudo isto se não agirmos como se estivéssemos a erigir um monumento à nossa grandeza ou para fazer boa figura”, destaca.

    “É essa atitude de humildade (que significa a verdade) que permite colocar os que sofrem como prioridade do nosso agir e não a nós próprios, do nosso grupo ou mesmo do bom nome da Igreja. Esta é a atitude que nos move”, conclui.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Abusadores também devem ser acompanhados — com justiça, mas também misericórdia

    O presidente da Conferência Episcopal sublinha que também os abusadores devem ser acompanhados e objeto de misericórdia — que só se alcança com justiça

    “O que Jesus testemunha e ensina acerca do Pai e da Sua própria missão é mais básico e radical do que qualquer interesse dito estratégico, corporativo, estatal, espiritual ou religioso; é algo que está na raiz de tudo isso que é o dom da vida e da dignidade de cada ser humano. Foi para essas pessoas (todos nós) que Ele veio, que deu a vida, que abriu caminho, mesmo no sofrimento e na morte, para revelar e tornar próxima a plenitude da vida de Deus”, diz o bispo.

    “Esta atitude não é dirigida contra ninguém. Também aqueles que causaram estes males precisam de ser libertados dessas atitudes que os despersonalizam. Por isso, a busca de clareza e de justiça deve incluir os que praticam o mal, pois a misericórdia de Deus é para todos”, acrescenta.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • D. José Ornelas: Jesus Cristo colocou-se "ao lado dos que sofrem"

    Para o presidente da CEP, D. José Ornelas, Jesus Cristo colocou-se “ao lado dos que sofrem”, pelo que é aí que a Igreja deve estar.

    “É essa atitude que assume Jesus ao proclamar: ‘Vinde a mim, todos vós que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei’. Ele coloca-se ao lado dos que sofrem, escolhe o campo dos oprimidos e abusados, ajuda a carregar a sua dor, desorientação e revolta”, destaca.

    “A nós, Igreja, ensina que não há piedade sem esse olhar fundamental de justiça, de verdade e de misericórdia. Isso significa acolher, acompanhar, sarar feridas, criar futuro na verdadeira liberdade e na esperança”, diz D. José Ornelas. “Esses são os sinais que fazem descobrir o rosto de Deus e o caminho de ressurreição e de vida que Ele nos propõe.”

  • Ensinamentos de Jesus fazem entender a "enormidade destruidora da violência e do abuso das crianças e dos mais débeis"

    Continua D. José Ornelas: “É essa forma atenta de olhar, para as crianças e para todos os que mais precisam de atenção, de carinho e de apoio que Ele quer ensinar, particularmente aos pais, à família próxima e à ‘família de Deus’ que é a Igreja, de modo especial a quantos são chamados a continuar pela palavra, atitudes e gestos, a Sua presença libertadora e salvadora.”

    “Quem é pequeno precisa desse olhar atento, verdadeiro e carinhoso, como do pão para a boca, para crescer livre e feliz. Quem não sente esse olhar no círculo próximo das suas relações; quem sofre injustiça, fome, miséria, abuso; precisa especialmente desse amor reparador para sarar feridas, para redescobrir o sol da existência verdadeiramente humana e o rosto paterno/materno de Deus”, diz o presidente da CEP.

    “Este olhar, manifestado e ensinado por Jesus, como base do relacionamento autenticamente humano, faz entender a enormidade destruidora da violência e do abuso das crianças e dos mais débeis, exatamente nos lugares onde era suposto estar patente a atitude contrária que é fonte de vida, de liberdade e confiança”, aponta.

    “Faz também entender a absoluta necessidade de se colocar, antes de mais e acima de tudo, ao lado de quem sofre esta devastadora realidade. Não se pode passar ao lado nem encobrir, por comodidade ou conivência. Não se pode pactuar com situações e atitudes que comprometam, deste modo, a vida de pessoas inocentes”, garante D. José Ornelas.

    “A ‘tolerância zero’, de que fala o Papa Francisco, exprime esse compromisso fundamental para com a vida e a justiça, em favor dos que foram iniquamente delas privados”, acrescenta.

  • D. José Ornelas diz que os mais frágeis devem ser a prioridade da Igreja

    O presidente da Conferência Episcopal faz agora a homilia, depois da leitura do evangelho, uma intervenção que D. José Ornelas está a aproveitar para analisar a “dolorosa realidade” vivida pelos que “foram vítimas de abusos no seio da Igreja”.

    D. José Ornelas destaca como a mensagem do Cristianismo se dirige, em primeiro lugar, aos mais vulneráveis, que devem ser a prioridade da Igreja.

    “O Evangelho que proclamámos descreve-nos o olhar atento de Jesus que se dirige, antes de mais, aos ‘pequeninos’ como expressão do carinho de Deus para com eles: ‘Eu te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos’. É prioritariamente a estes que se dirige o olhar atento e misericordioso de Jesus.”

  • A celebração está a ser transmitida no YouTube pelo Santuário de Fátima e pode ser acompanha aqui:

    https://www.youtube.com/watch?v=XTxJgKYvcp0&ab_channel=Santu%C3%A1riodeF%C3%A1tima

  • Bispos apresentam um "profundo, sincero e humilde pedido de perdão, em nome da Igreja na qual as vítimas confiaram"

    D José Ornelas reitera o pedido de perdão às vítimas: “Reconhecemos e apresentamos, a cada um e a cada uma daqueles e daquelas que sofreram estes abusos em ambiente eclesial, um profundo, sincero e humilde pedido de perdão, em nome da Igreja na qual eles confiaram e onde sofreram tão injusta e perturbadora violência.”

    “Pedimos perdão e pedimos igualmente a força, a coerência e a determinação de tudo fazer para que as pessoas que sofreram tão injustamente possam ter condições de superar os dramas que lhes foram infligidos, recuperar a estabilidade e a esperança na vida. Por isso, pedimos o perdão de Deus, suplicando igualmente o dom do Seu Espírito criador para que possamos construir e reconstruir, a nível pessoal e como Igreja, um caminho de verdadeira vida, segundo o Coração manso e humilde de Jesus, nosso Senhor e nosso Mestre.”

    D. José Ornelas termina com um apelo ao reconhecimento dos pecados da Igreja: “Reconheçamos, pois, todas as nossas culpas e peçamos o perdão de Deus e o dom transformador do Seu Espírito.”

  • "Assumimos que, em muitas ocasiões, não fomos capazes de tomar consciência e de velar como devíamos, para evitar estes abusos"

    Continua o presidente da CEP: “Como Igreja que somos assumimos a dor, a perturbação e a revolta dessas pessoas, tanto das que tiveram a coragem dolorosa de reagir e denunciar, como daquelas que se calam, ainda na incapacidade de falar dessa realidade que lhes barrou o caminho de uma vida mais feliz.”

    “Assumimos que, em muitas ocasiões, não fomos capazes de tomar consciência e de velar como devíamos, para evitar estes abusos e para lidar com a gravidade das ofensas que foram feitas”, diz o bispo.

    “No início desta Eucaristia reconhecemos que estes comportamentos são exatamente o inverso daquilo que somos e que celebramos. Por isso, imploramos o perdão de Deus que pediu aos seus discípulos que fossem misericordiosos e cuidadores, particularmente para com os mais pequenos e frágeis”, pede.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Bispos pedem perdão às vítimas de "comportamentos completamente iníquos, cruéis e manipuladores"

    A celebração começa com uma introdução de D. José Ornelas, que apresenta o tema central da missa: o pedido de perdão às vítimas de abusos:

    “Hoje, aqui na Cova da Iria, em Fátima, na conclusão de uma Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, reunimo-nos, os bispos e todos os cristãos que quiseram e puderam, para celebrar a Eucaristia, tendo especialmente presente as pessoas que foram vítimas de abusos sexuais, de poder e consciência na Igreja”, começa D. José Ornelas.

    “Fazemo-lo em sentido de penitência humilde, de solidariedade e proximidade cristã com aquelas e aqueles que sofreram e sofrem, vítimas de comportamentos completamente iníquos, cruéis e manipuladores, por vezes disfarçados de atenção, afeto e até de motivação religiosa”, destaca o bispo.

  • Os bispos portugueses já estão reunidos na Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima, para a celebração de perdão às vítimas de abusos sexuais, de poder e consciência.

    A missa é presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, e concelebrada por mais de duas dezenas de bispos, incluindo o patriarca de Lisboa e os arcebispos de Braga e Évora.

    A Basílica da Santíssima Trindade, com capacidade para quase 9 mil pessoas, está longe de estar cheia, o normal num dia de semana no Santuário de Fátima, estando presente apenas os peregrinos atualmente de passagem por Fátima, além de um grande contingente de jornalistas.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Igreja avança com nova comissão para receber denúncias de abusos

    Será um dos principais destaques da conferência de imprensa desta tarde: a Conferência Episcopal Portuguesa vai criar uma nova comissão independente para, depois do fim dos trabalhos da equipa de Pedro Strecht ao longo do último ano, continuar a receber denúncias de abusos sexuais de menores no contexto da Igreja.

    Como avançou o Observador na semana passada, essa comissão será liderada pela psicóloga Rute Agulhas. Durante estes dias de reunião em Fátima, os bispos portugueses terão analisado e votado a criação e composição desta comissão, pelo que é de esperar que esta tarde haja novidades sobre os membros do grupo e as funções concretas que esta comissão vai desempenhar.

    Abusos de menores. Igreja cria nova ‘comissão’, como propôs equipa de Strecht, e já escolheu quem a vai liderar: a psicóloga Rute Agulhas

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