Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Boa tarde, chega assim ao fim o liveblog do Observador sobre a XII Convenção do Bloco de Esquerda depois de três dias de acompanhamento dos trabalhos.

    Recorde aqui os vencedores, os vencidos e o ausente da Convenção:

    Os vencedores, os vencidos e o ausente da convenção do Bloco

    Num outro registo pode recordar quais foram os prémios atribuídos pelo Observador (os “Blocos de Ouro”).

    10 ‘Blocos de Ouro’. Os prémios da Convenção do Bloco de Esquerda

    Estreámos ainda o novo espaço do Observador em congressos partidários, a “Cadeira do Poder Autárquico” que vai entrevistar os candidatos dos vários partidos.

    Obrigado por nos ter acompanhado.

  • PS ataca BE: "Não consegue sair de partido de protesto" e "tentou expiar o peso do voto contra"

    O PS não demorou a reagir à convenção do Bloco de Esquerda e, depois das críticas que o partido lhe fez durante o fim de semana, decidiu retribuir. Foi a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, que recorreu ao Facebook e teceu críticas duras: “Percebe-se que não consegue sair de um partido de protesto para um partido construtor de soluções”, sentenciou.

    O que se passou para a líder da bancada do PS foi um Bloco a tentar “expiar o peso do voto contra, ao lado da direita”, no último Orçamento — uma atitude “difícil de entender”, para Ana Catarina Mendes.

    Numa promessa que, ouvindo os dois partidos, cada vez parece mais meramente formal, a líder parlamentar reiterou que o PS continua “disponível para dialogar”, por acreditar que nas eleições de 2019 os portugueses quiseram “o PS a liderar o Governo com o apoio dos partidos à esquerda no Parlamento”. Com um elogio ao parceiro preferencial, e o que viabilizou o último OE: “O PCP percebeu isto e lutou no último OE com propostas próprias que estão a ser executadas” — uma garantia de que os comunistas têm duvidado.

    A líder da bancada socialista termina deixando um apelo — a esquerda deve ultrapassar “a espuma dos dias” para “encontrar soluções”, “continuando o trabalho iniciado em 2015” — mas as tais soluções parecem mais longe de acontecer.

  • O essencial do discurso de Catarina Martins

    No discurso final da convenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda atacou a ligação entre PSD e a extrema-direita, o Governo de Costa e lançou as autárquicas, que terão “novos patamares de exigência”.

  • Sala do Centro de Congressos arrumada com a ajuda de todos

    Em poucos minutos, a sala ficou praticamente arrumada, cadeiras empilhadas no centro e o chão sem os autocolantes que indicavam as direções de circulação. Entre os muitos bloquistas que participaram nas tarefas de arrumação, destaque para Mariana Mortágua, José Soeiro, Joana Mortágua e Fabian Figueiredo. Também Francisco Louçã está entre os últimos a abandonar a plateia do Centro de Congressos de Matosinhos.

  • Marisa Matias diz que "é bom sinal que haja oposição interna"

    Marisa Matias, à saída do Centro de Congressos de Matosinhos, considera que Catarina Martins fez um discurso que demonstra que há um “debate, aberto, transparente” e virado para o futuro.

    Sobre os críticos, diz que “é bom sinal que haja oposição interna que se faça ouvir”, mas não vê nisso um “sinal de enfraquecimento” e sim mais uma ajuda. Na direção vão ser integrados “como sempre integrou”, o que permite “construir soluções comuns”.

    Com uma maioria de centro esquerda no Parlamento e com “condições para uma política” de esquerda, é possível uma “aliança forte” se “houver vontade”, garante a eurodeputada, que recusa que haja o mesmo tratamento entre António Costa e Rui Rio, sendo que os ataques da coordenadora foram principalmente para o líder do PSD.

  • Sem som de fundo, A Internacional canta-se a poucas vozes

    Antes de deixarem o Centro de Congressos os delegados ensaiaram uma tentativa de cantar A Internacional, que se ouviu timidamente e a várias velocidades.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Líder bloquista promete que BE não desiste, mas admite que "ainda falta muito e o tempo é curto"

    Catarina Martins encerra a intervenção que fecha a XII Convenção do Bloco de Esquerda a recorrer a uma canção de João Loio, de Matosinhos, onde se realiza a reunião magna, para dizer “Mais caminho/Mais bagagem de coragem/Mais um dia”.

    “Nós fazemos caminho, abrimos caminho, queremos viver intensamente, encontramos obstáculos, vencemos e perdemos, nunca desistimos”, promete a líder bloquista, que diz ter noção de que “ainda falta muito e o tempo é curto”. “Fazemos o caminho com bagagem de coragem, porque somos fiéis à nossa raiz”, assegura.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Catarina Martins reclama trabalho feito pelo BE na autarquia lisboeta e fala em "novos patamares de exigência"

    Para antecipar as autárquicas Catarina Martins traz o argumento do trabalho realizado na câmara de Lisboa: “A quem duvidar da importância do Bloco nas autárquicas, peço apenas um exercício: veja o que fizemos com 7% na Câmara Municipal de Lisboa”. Ainda assim, ao longo dos vários dias de Convenção em Matosinhos apenas por uma vez se ouviu falar de Manuel Grilo, vereador bloquista na autarquia.

    “Esta campanha começa com novos patamares de exigência, graças a esse trabalho; ao trabalho dos autarcas do Bloco em todo o país. Se há uns anos lutámos quase sozinhos contra a privatização da água em tantos concelhos, hoje todos reconhecem o erro e a exigência é a tarifa social da água. Se o recurso aos contratos emprego inserção foi a solução das autarquias para quase tudo, hoje a exigência tem de ser a vinculação de precários. Se ouvimos dizer que o interior seria terra sem esperança e perdida no passado, hoje sabemos que já marcha pelos direitos. Transparência, responsabilidade, responder pela habitação e pelo clima, combater as desigualdades. É essa a força do Bloco em cada autarquia, em todo o país”, afirmou.

    Beatriz Gomes Dias é candidata do bloco à câmara municipal de Lisboa nas próximas autárquicas. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Catarina Martins volta a atirar ao Governo: "Parece ter já abandonado o compromisso de mais escalões de IRS"

    Por fim, Catarina Martins fala do emprego, que diz ser a “prioridade das prioridades”. O Bloco insiste que são necessárias “leis laborais fortes” para que “investimento se traduza em mais salário”.

    No Parlamento, a coordenadora do partido promete trabalhar na existência de “legislação forte para responsabilizar os donos das explorações agrícolas ou das obras, bem como os donos das terras, pelos crimes contra os trabalhadores”. Depois daquilo a que chama “o começo”, o Bloco promete luta para “repôr os direitos contra o despedimento, combater o trabalho temporário, garantir contrato efetivo contra a precariedade, recuperar carreiras no público como no privado”.

    “Justiça na resposta à crise”, o mote desta Convenção, pretende também chegar à justiça fiscal. “O governo parece ter já abandonado o compromisso do seu próprio programa de mais escalões de IRS”, mas assegura que o BE não se esqueceu.

    Catarina Martins dedica várias frases ao país que deve “aliviar quem ganha menos, pedir a justa parte a quem mais ganha”. “Vamos ouvir de tudo: que não há fortunas, que são as vossas manias, que no melhor dos casos os ladrões são pilha-galinhas e os poderosos uns pés descalços. Não foi o que se viu no Novo Banco, há quem peça e gaste 500 milhões como nós tomamos um café e, ainda por cima, diga que somos nós que temos que pagar a conta”, argumenta.

    “Em Portugal, é mais fácil encontrar uma agulha no palheiro de um grande devedor, do que um milionário que pague todos os seus impostos”, critica, ao explicar que para começar na justiça fiscal é preciso “medida tão radical de igualdade de tratamento de todos os tipos de rendimento”.

  • Habitação, clima e respostas sociais, os desbloqueadores de acordo

    Catarina Martins vai explicando o que é necessário para um acordo com o Bloco de Esquerda no Orçamento do Estado para 2022.

    “Nós não desistimos do plano de investimento que apresentámos ao país: 150 mil casas para um parque público habitacional; No clima, não valem mais promessas; No cuidado não aceitamos mais o abandono e a desumanização de quem está mais vulnerável, nem a desresponsabilização do Estado pelas respostas sociais, das creches aos lares, do apoio domiciliário à vida independente. E não aceitamos as horas longas e os salários de miséria de quem cuida”.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • Depois da rotura do ano passado, Catarina Martins diz que BE "só vê motivos para insistir"

    As quatro exigências do Bloco são mesmo para manter, garantia de Catarina Martins: “só vemos motivos para insistir”.

    “Não só a saúde, o emprego, a proteção social e o controlo financeiro são agora ainda mais importantes depois do sofrimento com a pandemia social que se segue à pandemia viral, como o tempo que vivemos acrescenta outra exigência à política portuguesa: não desperdiçar recursos e multiplicar o investimento em três prioridades para criar novos empregos: habitação, clima e cuidados sociais”, aponta.

  • Catarina Martins recorda que Governo "teve de corrigir apoios sociais", mas acusa-o de não ter mudado de doutrina

    A líder bloquista aponta agora a mira ao Governo, lembrando que foi o “Governo que recusou todos os compromissos” que o Bloco pediu e que foi depois forçado a corrigir os apoios sociais “sem mudar a sua doutrina”.

    “O governo recusou todos esses compromissos. Informou o país de que só aceitava medidas pontuais, contratos por quatro meses, apoios provisórios. Em janeiro já teve que os corrigir, mas não mudou a sua doutrina: não quer aceitar nada que reorganize a defesa do emprego ou o combate à pobreza”, disse.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • "PSD quer levar a extrema-direita para o governo e perdeu capacidade de disputar o centro ao PS"

    “O Bloco é e será a barreira contra a direita e a extrema direita”, deixa claro Catarina Martins. “Na direita e na extrema-direita, eles que falem da sua zanga contra quem trabalha, contra a mulher, contra o imigrante”, o Bloco, diz, falará “respeito pelas pessoas e de como melhorar os salários e pensões”.

    Enquanto a direita fala da “privatização dos hospitais”, o BE pretende continuar a falar “dos melhores cuidados para as crianças, para os idosos, para quem está doente”, enquanto “eles”, como lhes chamou, falarem das “saudades do colonialismo e da ditadura”, o partido que lidera pretende continuar a falar “dos movimentos de libertação, a revolução e o orgulho na tarefa incessante de construção da democracia e da liberdade”.

    Catarina Martins compara diz que a direita se mede “pelo ódio” e o Bloco “pelo respeito”. “Eles escolhem o pântano, nós usamos a transparência. Eles dedicam-se ao seu próprio poder contra toda a gente, nós dedicamo-nos a quem precisa, a quem tem sido esquecido e silenciado, ao povo que sofre”, acrescenta.

    A líder do Bloco fala da “escolha vertiginosa” de Rio Rio que, enaltece, “quer levar a extrema-direita para o governo e, por isso, perdeu capacidade de disputar o centro ao PS”. “O PSD já não sabe fazer de outra forma e não se atreve sequer a pensar nisso. O PSD é um fantasma que só vibra quando alguém grita ‘morte ao socialismo’”, atira.

    Desta forma, Catarina Martins considera que “toda a política nacional será determinada pela força da esquerda para conseguir as soluções para o país”, havendo apenas “uma forma de continuar a vencer esta direita tingida de extrema-direita”

    “O Bloco é a força contra o pântano da desigualdade e do empobrecimento, contra o atraso e a arrogância dos poderosos”, assegura.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

  • "PSD não hesita em caminhar para uma aliança com a extrema-direita"

    E continua ao ataque ao PSD: “Nesse mundo novo, o PSD não hesita em caminhar para uma aliança com a extrema-direita, que aliás é um braço laranja que se destacou mas cujo futuro só depende de influenciar o seu antigo partido”.

    Atenta ao discurso de Suzana Martins, Catarina Martins lembra que “já há gente do PSD a gritar que quer exterminar o Bloco”.

    “A força da esquerda gera do outro lado adversários raivosos, o nosso povo já conhece bem este filme”, disse..

  • Catarina Martins: "Sabemos que não há nenhum outro partido que cumpra regras de debate plural como o nosso e assim continuaremos"

    Já depois de reeleita, com uma perda considerável face ao resultado obtido há três anos, o que confirma o crescimento da oposição interna, Catarina Martins diz que esta é “a esquerda que quer aprender, que sabe que a sua força está nos alicerces”.

    “Desde que o Bloco é o terceiro partido e que afastámos o PSD e o CDS do governo, e não foi ontem, a direita só tem um objetivo: criar uma fronda que lhe permita voltar ao poder, e isso exige nada menos do que aniquilar a força popular da esquerda”, diz a líder bloquista lembrando a postura de Rio quando assumiu a liderança do PSD: “dizia que só queria impedir que o Bloco determinasse as políticas do governo de Costa, e para ele bastava”.

  • Direção de Catarina Martins perde 20 pontos percentuais

    Sem surpresas, no que diz respeito à vitória e à perda de peso. A moção da direção de Catarina Martins foi eleita com 67,5% dos votos, menos 20 pontos percentuais que há três anos.

    A moção apresentada pelos críticos conquistou 21,5% dos votos dos bloquistas. Mário Tomé, um dos nomes da peso na oposição interna é um dos eleitos para a Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.

  • José Soeiro: "O PS não pode querer apoio da esquerda para que valide a manutenção das regras laborais da direita"

    BE continua a piscar o olho ao PCP para o “juntos somos mais fortes” e não abdica da revogação das leis do trabalho em vigor, alteradas no tempo da troika.

    José Soeiro: “O PS não pode querer apoio da esquerda para que valide a manutenção das regras laborais da direita”

  • Direção de Catarina Martins reeleita

    Com 210 votos a moção A, de Catarina Martins, foi reeleita pelos bloquistas.

    Já a moção dos críticos (E) conseguiu 64 votos.

  • Jorge Costa pede "mais espaço interno para receber" e rejeita que "governo minoritário queira interditar à esquerda a negociação"

    Jorge Costa fecha as intervenções das moções e nota que durante a pandemia foi possível “manter o partido a funcionar”, mas admite que “debate ficou mais frio e luta mais difícil”.

    O Bloco quer recusar “o ódio” e ter “tolerância zero face ao insulto”. “É preciso uma cultura política nova, de fraternidade, de combate, mas de respeito mútuo”, alerta o deputado do BE, que pede “mais espaço interno para receber” e “diálogo social”. São precisos “mais jovens para mudar o partido”, enaltece.

    “Não estamos a construir um local de culto à história do socialismo, o Bloco é e quer ser mais do que isso, uma forma de continuação de um projeto de emancipação do trabalho, um instrumento da vitória da emancipação do trabalho”, argumenta, dizendo que o objetivo é “proteger o povo” perante o “capitalismo abutre”. A “bússola” e o “critério” são para manter na “terceira força política do país”.

    “Não aceitamos que um governo minoritário queira interditar à esquerda a negociação, o debate, a influência, a capacidade de mudar grandes questões do regime social”, insiste, ao acrescentar que a negociação “não pode tornar tabu o centro da vida: o trabalho”.

    O representante que fecha as declarações da moção A e diz que democracia interna é uma “função da participação concreta, da ação política, da capacidade de envolver”. “É a esquerda que derrota o medo”, atira.

  • Bruno Candeias: "Queremos um partido que não desconfie dos aderentes de base"

    Numa intervenção aplaudida de pé por grande parte dos presentes na sala, em tom efusivo, Bruno Candeias pede um Bloco “menos parlamentarista” e mais confiança no trabalho desenvolvido por quem compõe as bases.

    Queremos um partido construído de baixo para cima, horizontal, que respeite as bases. Queremos um partido menos parlamentarista que aposte no trabalho local enquanto veículo de ligação à realidade e problemas concretos das pessoas, que não desconfie dos aderentes de base”, afirmou.

    E com o olhar nas eleições autárquicas deste ano, diz ainda que o BE “não pode ter aderentes de primeira e de segunda para que as autárquicas não sejam uma fatalidade”.

    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

1 de 5