O “dia da libertação” já chegou, mas pode ser cedo para festejar. É esse o aviso deixado este domingo, no The Guardian, por vários especialistas britânicos.

O alerta é claro: o Reino Unido ainda tem um número “preocupantemente alto” de casos (cerca de 35 mil por dia) e um processo de vacinação estagnado e é assim que irá entrar no inverno. O aviso é feito com o Reino Unido em mente, mas deixa no ar preocupações que têm a ver com o regresso à vida e aos comportamentos normais: com o tempo a ficar mais frio, as pessoas terão mais tendência a “socializar” em espaços fechados, como restaurantes, bares ou cinemas, e as empresas estão a voltar ao trabalho presencial.

Ao jornal, o professor Mark Woolhouse, da universidade de Edinburgo, pede que se “acabe o trabalho” — leia-se o processo de vacinação. Também Martin Hibberd, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, lança o aviso: no inverno, é previsível que aumentem as doenças respiratórias, pelo que as vacinas serão cruciais, também nas escolas — “devemos vacinar o máximo de alunos antes de novembro”.

A juntar a estas preocupações, os especialistas recordam que pode ainda surgir uma nova variante do vírus nos próximos meses.

Duas regiões, Lisboa e Vale do Tejo (LVt) e Norte, lideram os números de novas infeções no país. Na primeira, registaram-se 181 diagnósticos positivos nas últimas 24 horas. Na região Norte, foram mais 135.

Em contrapartida, Açores (16) e Madeira (15) é onde se contam menor número de novos casos.

O número de infeções por região:
— Norte: 135
— Centro: 62
— LVT: 181
— Alentejo: 21
— Algarve: 19
— Açores: 16
— Madeira: 15

Entre as sete vítimas mortais, quatro homens e três mulheres, todas tinham mais de 60 anos de idade.

As mortes foram registadas nas regiões Norte (2), Centro (1), Lisboa e Vale do Tejo (3) e Algarve (1).

Óbitos por faixa etária:

— Mais de 80 anos: 1 homem e 2 mulheres
— Entre os 70 e os 79 anos: 2 homens e 1 mulher
— Entre os 60 e os 69 anos: 1 homem

Há 342 pessoas internadas devido à Covid-19 em Portugal, mais 5 em relação à véspera, segundo o boletim deste domingo. Destes doentes, 69 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), o que representa mais 4 camas ocupadas do que na véspera. No sábado, havia 337 pacientes internados, 65 deles em cuidados intensivos.

O boletim mostra ainda que 1.022.754 pessoas recuperaram da infecção desde o início da pandemia no país. Só nas últimas 24 horas, registaram-se mais 332 casos de recuperação — ontem foram 927.

Há ainda 27.560 contactos em vigilância nas últimas 24 horas, mais 75 do que na véspera.

A incidência (o número de novos casos nos últimos 14 dias por 100.000 habitantes) mantém-se igual à véspera, com 101,7 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e de 103 casos no continente.

Também o índice de transmissibilidade — o R(t) — mantém-se nos 0,89 tanto a nível nacional, como no continente.

Nas últimas 24 horas, registaram-se 7 mortes e 449 novos casos de infeção pelo vírus da Covid-19 em Portugal.

Os números são avançados no boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde (DGS) deste domingo. Na véspera, o país registou 7 óbitos e 690 novos diagnósticos positivos.

Portugal acumula 1 071 114 infetados e 17 993 óbitos desde o início da pandemia.

Uma pessoa morreu e pelo menos 46 já têm diagnósticos Covid positivo num surto no Alentejo, num lar de idosos da vila de Cuba. A notícia é avançada pela Rádio Renascença.

Segundo a emissora, mais de metade dos 84 utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva estão infetados e o doente que morreu tinha complicações de saúde. Duas pessoas tiverem de ser internadas, mas encontram-se estáveis.

“Estão a ser constantemente acompanhados. Sempre que se verifica algum agravamento, são imediatamente transportados para o hospital de Beja”, avançou João Maria Santos, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, aos microfones da Renascença.