Histórico de atualizações
  • O liveblog do Observador despede-se por hoje. Domingo voltaremos a acompanhar em direto o dia do referendo.

    Obrigada por acompanhar-nos desse lado. Boa noite.

  • Algumas centenas de pessoas estiveram hoje, ao final da tarde, concentradas numa manifestação em Lisboa em defesa do “Oxi” (Não) no referendo de domingo na Grécia, reclamando uma Europa solidária para com Atenas.

    Os manifestantes começaram a concentrar-se cerca das 18:30 no Príncipe Real e alguns minutos depois deslocaram-se para o largo Jean Monnet, onde se situa o edifício da Comissão Europeia em Lisboa, num percurso inferior a um quilómetro.

    Isabel Pires, uma das presentes, disse à agência Lusa que “todos os povos” que “dependem” da União Europeia “estão a sofrer da mesma maneira”, e o referendo de domingo na Grécia deve ser encarado como um “gesto de coragem” do governo e do povo grego.

    A Grécia vota no domingo em referendo as propostas apresentadas pelos credores internacionais – FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – em troca de ajuda financeira.

    Cartazes pedindo o “Oxi” no referendo foram uma constante na manifestação desta tarde, ao lado de bandeiras da Grécia e palavras de ordem contra as instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

    Outro dos manifestantes, Manuel Morais, sublinha que os portugueses não vão votar no referendo mas o mesmo “influi sobre Portugal” e os seus cidadãos.

    O governo grego, acredita, “está a honrar o seu compromisso”, e a Europa “está mal”, devendo ser retomadas as negociações entre Atenas e os credores. “Em causa está o princípio democrático de todo um país e uma espécie de federação muito mal pensada (…) que está a confundir zona euro com Europa”, vincou por sua vez Bruno Schiappa à reportagem da Lusa.

    Já Fátima Gil, na casa dos 20 anos, quis estar na concentração de hoje porque “a vida de milhões de pessoas reféns da ‘troika’ e do terrorismo financeiro está em causa”. “Na Grécia, 60% dos desempregados são jovens”, lembrou, traçando paralelismos com o desemprego jovem em Portugal.

    Os manifestantes chegaram cerca das 20h ao edifício da Comissão Europeia em Lisboa, fechando a jornada de luta depois da intervenção de alguns cidadãos.

  • Ganhe o ‘Sim’ ou o ‘Não’, não se espera uma vantagem folgada de qualquer lado. Gregos contra gregos, jovens contra mais velhos, pobres contra ricos. Que país será a Grécia na segunda-feira?

  • Recordamos os resultados das sondagens publicadas esta semana sobre o referendo a ser realizado este domingo:

    Instituto Alco
    Sim: 44,8%
    Não: 43,4%
    Indecisos: 11,8%

    Universidade da Macedónia
    Sim: 42,5%
    Não: 43%
    Indecisos: 14,5%

    Instituto Public Issue
    Sim: 42,5%
    Não: 43%
    Indecisos: 9%

  • Autoridade Bancária Europeia nega cortes nos depósitos superiores a 8.000 euros

    O presidente da Autoridade Bancária Europeia (EBA), Andrea Enria, disse este sábado que não tinha conhecimento de quaisquer cortes planeados para depósitos nos bancos gregos devido à crise da dívida do país.

    “Não tenho conhecimento de quaisquer planos para introduzir haircuts aos depositantes dos bancos gregos, como noticiado esta manhã”, disse Enria num comunicado.

    A declaração vem no contexto do artigo publicado pelo jornal Financial Times que citava que os gregos com depósitos superiores a 8.000 euros poderiam vir a sofrer um corte.

  • O secretário-geral socialista, António Costa, considerou este sábado que a situação na Grécia é a “dramática ilustração” do que aconteceria em Portugal sem o PS, garantindo uma “alternativa de confiança” que rompe com a austeridade sem se meter em aventuras.

    António Costa discursava durante o encerramento do II Fórum dos Movimentos Sociais, promovido no Porto pela Juventude Socialista, onde destacou que as últimas semanas na Grécia têm sido “a dramática ilustração do que seria a situação em Portugal se não houvesse em Portugal o PS” e o país estivesse assim condenado “a ter de escolher a continuidade da austeridade que a direita defende ou a rutura com o euro que a esquerda radical defende”.

    “A verdade é que há alternativa e tem de haver alternativa porque a Grécia é mesmo o melhor exemplo de como a austeridade não resolveu nenhum problema. (…) Mas a Grécia também é bem a ilustração de que a saída do euro para resolver os problemas é uma ilusão falsa, porque a saída do euro só significa empobrecer ainda mais quem já empobreceu o bastante e demais com a própria austeridade”, defendeu.

    É por este motivo, de acordo com o secretário-geral do PS, que o partido se empenha em “afirmar uma alternativa de confiança”, uma vez que “rompe com a austeridade e faz diferente”, mas “não se mete em aventuras e não nos faz sentir da Zona Euro”.

    António Costa falou ainda de alguns mitos que se criaram sobre a Europa e esclareceu que “decidir quem governa em Portugal determina saber quem se senta à mesa no Conselho Europeu em Bruxelas”, sendo, na sua opinião, a escolha “muito simples”.

    “Quem votar na coligação de direita, vota para que, em Bruxelas, fale em nome de Portugal o Dr. Passos Coelho e o que dirá é que quer austeridade para a Grécia, para a Espanha, para a Irlanda, para a Itália, porque quer superausteridade para Portugal”, alertou.

    No entanto, o líder do PS garante que há alternativa se, “em vez de sentar o Dr. Pedro Passos Coelho, se sentar o líder do PS e defender em Bruxelas uma política diferente daquela política que a direita defende”.

  • Algumas centenas de pessoas estão este sábado reunidas no Príncipe Real, em Lisboa, em defesa do “Oxi” (Não) no referendo de domingo na Grécia e pedindo uma Europa solidária para com Atenas.

    Os manifestantes começaram a concentrar-se cerca das 18:30 no Príncipe Real e alguns minutos depois começaram a deslocar-se para o largo Jean Monnet, onde se situa o edifício da Comissão Europeia em Lisboa, num percurso inferior a um quilómetro.

    Cartazes pedindo o “Oxi” no referendo são uma constante, ao lado de bandeiras da Grécia e palavras de ordem contra as instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI).

    A Grécia vota no domingo em referendo as propostas apresentadas pelos credores internacionais – FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu – em troca de ajuda financeira.

  • Bancos podem não conseguir abrir na terça-feira

    Os controlos de capitais conseguiram estancar a sangria de depósitos dos bancos gregos, pelo menos, para já, mas a situação é grave e, mantendo-se o impasse com os credores, os bancos podem não ter capacidade para abrir na terça-feira, segundo fontes do sistema bancário grego ao Observador. O Governo tem dado indicação que os controlos serão levantados após o referendo, mas isso pode não ser possível.

  • Angela Merkel é interrompida durante discurso por manifestantes do “Não”

    A chanceler alemã Angela Merkel foi interrompida este sábado por manifestantes do “Não”, quando se preparava para iniciar um discurso no 70º aniversário da União Democrata Cristã (CDU), em Berlim. Os manifestantes invadiram o local com cartazes com a palavra “oxi”.

    A resposta de Merkel? “Para que as coisas voltem a estar equilibradas digamos ‘nai’, isto é, sim em grego”, disse.

  • Delors pede aos líderes europeus plano para salvar a Grécia

    Jacques Delors, presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, escreveu numa crónica no jornal Le Monde que os líderes europeus devem fazer tudo o que podem para resgatar a Grécia. Delors propõe um plano em três etapas, que inclui ajuda financeira para restaurar a solvência do país, ajuda a curto prazo através de programas da UE para estimular o crescimento económico e a revisão imediata da dívida grega.

    O drama grego não é apenas nacional, mas terá efeitos sobre toda a Europa”, afirma.

    “Em primeiro lugar, uma ajuda financeira razoável que permita à Grécia restaurar a sua solvência a curto prazo. A seguir, uma mobilização dos instrumentos da UE para reanimar a economia helénica e fazê-la regressar ao crescimento (…). Finalmente, colocar rapidamente na agenda a análise do peso da dívida grega e das dívidas dos outros ‘países sob-programa’”, escreveu.

    “Só um plano global assim pode abrir perspetivas de esperança e de mobilização para o povo grego e as suas autoridades e, dessa forma, comprometê-los com o esforço de reconstrução de que o país precisa e de que a UE beneficiará”, acrescentou.

    Também assinam a crónica Pascal Lamy, ex-chefe da Organização Mundial do Comércio e comissário europeu, e António Vitorino, presidente do Instituto Jacques Delors.

  • O jornal The Guardian avança que estão a ocorrer em Londres e Dublin manifestações em prol do “Não” no referendo este domingo. Nas redes sociais, já circulam imagens do evento:

  • O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse este sábado à televisão italiana que o seu país “não é mais um companheiro de infortúnio” da Grécia, como era três ou quatro anos atrás.

    “As reformas introduzidas na Itália têm mostrado que estamos do lado daqueles que procuram resolver o problema”, disse.

  • Economistas do Banco Real da Escócia publicaram nesta tarde um gráfico a mostrar o declínio dos depósitos bancários gregos nos últimos cinco anos, em comparação com Itália e Portugal.

    https://twitter.com/RBS_Economics/status/616929611415441408

  • A campanha começou na sexta-feira. Pensionistas e desempregados podem passar numa das padarias da Veneti, em Atenas, e levar consigo pão sem pagar. “Em Portugal, não fariam o mesmo?”, pergunta uma das responsáveis, na reportagem do enviado do Observador à Grécia, Nuno Martins.

  • O secretário-geral do PS, António Costa, escusou-se este sábado a comentar o referendo grego. “Se tivesse direito de voto não gostaria que quem não tem se pronunciasse como se o referendo fosse em Portugal. Não gostaria de ver os nacionais de outros países a dizerem como é que nós devíamos votar”, salientou António Costa.

    A situação da Grécia está a contaminar a vida política portuguesa e deverá marcar também o debate do Estado da Nação, no Parlamento, na quarta-feira. Se à esquerda, a situação grega divide os políticos, à direita está a ser usada como arma de arremesso contra Costa.

  • Castigar Syriza para "vacinar" portugueses e espanhóis? "Querem fazer de nós um exemplo", diz Varoufakis

    Uma passagem curiosa da entrevista do El Mundo a Yanis Varoufakis, em que o ministro das Finanças da Grécia diz que “aprendeu a linguagem da diplomacia” mas acaba por não resistir a dizer que a Europa “quer fazer da Grécia um exemplo para outros”.

    O jornalista do El Mundo perguntou a Yanis Varoufakis se a conduta europeia tem como objetivo “enviar uma mensagem a outros países do Sul da Europa sobre os eventuais perigos de se votar em partidos de esquerda radical como o Syriza”?

    “Julgo que essa é uma reflexão muito interessante e legítima. Mas não vou fazer comentários, porque aprendi a linguagem da democracia”, responde Varoufakis.

    O ministro grego diz, referindo-se a governos como o espanhol, que “tenho a certeza que os espanhóis sabem muito claramente qual é a mensagem que estão a tentar pensar. Não concorda?”

    Com efeito, Varoufakis diz sugere que o impasse que vivemos “não tem como centro da questão a Grécia”. A crise “tem a ver com outros povos, incluindo o povo espanhol”.

  • O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse este sábado numa entrevista ao jornal Welt am Sonntag que está a avaliar a possibilidade de créditos de emergência para a Grécia para evitar uma crise humanitária.

    “Vamos ver-nos obrigados a conceder créditos de emergência à Grécia como medida de transição, para que os serviços públicos possam continuar a funcionar e as pessoas necessitadas recebam dinheiro. Para isso haveria dinheiro a curto prazo em Bruxelas”, disse.

    Segundo Schulz, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, conduziu o país a um beco sem saída, “mas as pessoas não têm culpa disso”. “Vamos ajudá-los. Não vamos deixar os gregos na miséria”, disse.

  • Schäuble: "Sempre fui um cético" em relação às negociações com o governo grego

    Entrevista de Wolfgang Schäuble ao tablóide alemão Bild. O ministro das Finanças da Alemanha diz que já era “previsível” que houvesse um colapso das negociações com o governo grego. Porquê? “Porque Atenas não quer ter quaisquer reformas”.

    É por sempre ter estado convencido de que este governo grego nunca aceitaria as reformas que a Alemanha vê como necessárias. “Sempre fui um cético quanto ao resultado das negociações com o governo em Atenas”, disse Schäuble, “pelo que o facto de o meu ceticismo se ter, finalmente, confirmado não me surpreendeu realmente”.

    No final, contudo, Wolfgang Schäuble deixou uma garantia: “Não iremos abandonar o povo grego”.

  • Paulo Portas reafirma que a situação portuguesa é diferente da grega

    O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse este sábado que a situação de Portugal não tem semelhanças com a grega e escusou-se a comentar o referendo que acontece este domingo em dia de reflexão na Grécia.

    Em visita a uma feira de produtos portugueses em Bruxelas, capital da Bélgica, o também líder do CDS-PP não quis referir-se à consulta popular na Grécia, em que os eleitores vão votar sobre se aceitam as condições impostas pelos credores para ser dada ajuda financeira ao país, afirmando que não faz comentários sobre “um referendo que se passa noutro país e está em dia de reflexão”, mas fez questão de sublinhar que considera que a situação de Portugal e da Grécia são distintas.

    “Portugal já terminou o programa com a troika, Portugal não teve programa cautelar, não pediu mais dinheiro, não pediu mais tempo. O país vai ter um défice inferior a 3%, pela primeira vez ficará livre de sanções ou ameaças, vai ter acesso a flexibilidade, temos o investimento a disparar, as exportações a crescer, a economia a melhorar e a criação de emprego finalmente a dar resultados positivos. Nada disto repito, com todo o respeito, tem a ver com a situação na Grécia”, afirmou Paulo Portas em declarações aos jornalistas.

  • Com as políticas certas, Grécia pode voltar aos mercados "já no próximo ano"

    O presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), fundo europeu a quem a Grécia pediu um novo plano de assistência a dois anos, garante que tem um “respeito total pelo referendo”, por ser “um democrata e um europeu”. “Temos de aguardar pela decisão do povo grego e, depois, ver como o governo reage ao resultado”, afirmou Klaus Regling, em entrevista ao grego Kathimerini.

    Klaus Regling afirma, contudo, que “um voto no Não traz ceticismo quanto às reformas”. “O governo tem de mostrar uma convicção e uma responsabilidade pelo programa de reformas, para que este seja aplicado de forma credível”, notou o alemão.

    Presidente do MEE e do organismo que este substituiu, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), Regling diz que “com as políticas certas, a Grécia poderá estar de regresso aos mercados já no próximo ano”. E defende que “era inevitável um ajustamento doloroso depois das más decisões políticas da década antes da crise”.

    Nota final, mas não menos crucial. Regling sublinha que “as condições favoráveis nos empréstimos à Grécia ajudam o Estado a poupar cerca de oito mil milhões de euros por ano (4% do PIB)”. O que já é um “alívio da dívida efetivo”.

    “Foi a Europa que veio em salvação da Grécia, depois de os investidores irem embora”, remata Regling, admitindo que “com as políticas certas”, o país poderá regressar aos mercados “já no próximo ano”.

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