Os membros do Governo e o Presidente da República poderão, em breve, passar a integrar um dos grupos de prioritários na vacinação contra a Covid-19. A revelação é feita por Francisco Ramos, coordenador da task force para o plano de vacinação, em entrevista ao jornal Expresso (conteúdo para assinantes).

Questionado sobre os critérios de priorização para a toma da vacina, que deixaram de fora figuras como o Presidente da República e titulares de órgãos de soberania, Francisco Ramos assume que essa decisão está a ser revista, embora sem detalhar em que lugar das prioridades poderiam surgir.

“Essa decisão está em revisão e estamos exatamente a trabalhar numa proposta para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão porque, obviamente, é essencial estarem protegidos”, disse, acrescentando que a proposta inclui membros do Governo. Leia mais aqui.

Vacinação. Task force vai propor que políticos estejam no grupo de prioritários

O Presidente da República promulgou hoje o decreto do Governo que procede à alteração da regulamentação do estado de emergência, devido ao contexto pandémico, depois de terem sido apresentadas novas medidas restritivas, como o encerramento das escolas.

O anúncio foi feito através de uma nota no site da Presidência da República.

O Presidente da República assinou hoje o decreto do Governo que procede à segunda alteração ao Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de janeiro, alterado pelo Decreto n.º 3-B/2021, de 19 de janeiro, que regulamenta o estado de emergência decretado pelo Presidente da República”, pode ler-se na nota.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje o encerramento das escolas de todos os níveis de ensino durante 15 dias para tentar travar os contágios pelo novo coronavírus.

António Costa garante ainda que o processo de vacinação, se não houver acidentes, incidentes ou atrasos, irá cumprir os prazos. A Pfizer vai entregar as vacinas que têm em atraso, pela mudança de fábrica (para ter maior capacidade de produção) até ao final do trimestre.

Quanto ao certificado de vacinação, apenas está a ser discutido um modelo uniforme, afirma Costa. Os 23277 portugueses já tomaram a segunda dose da vacina já receberão o documento a comprovar que estão vacinados. Mas que sem que seja condição, para já, no controlo de fronteiras ou qualquer outra medida semelhante.

Costa explica que não fechar fronteiras foi uma “decisão coletiva”, mas com condições “para manter a circulação”. O facto de os países terem tido diferentes taxas de incidência nas diferentes vagas da pandemia levou a Comissão a concluir que “fechar fronteiras não era uma medida eficaz para o controlo da pandemia”.

Depois cada país toma medidas de acordo com a situação que vive, exigindo controlos específicos, nomeadamente testes.

Costa termina termina dizendo que “a erradicação da pandemia exige um esforço conjunto dos 27 estados-membros”, para assim poderem apoiarem outros países, nomeadamente os de África, e ajudarem na erradicação global da pandemia. “A Comissão Europeia foi mandatada para trabalhar com os países, para depois alargarem a vacinação aos vizinhos de leste, os balcãs, ao continente africano e aos países da América latina”.

Um esforço de cooperação internacional que deve acontecer quando surgirem as vacinas que exigem um menor esforço logístico e terem efeito num só dose e sejam assim mais acessíveis e fáceis de administrar.

A existência de certificados de vacinação foram discutidos, ficando decidido que todas as pessoas que forem vacinadas devem ter um documento que o comprove para efeitos médicos. Mas não foi tomada ainda qualquer decisão sobre a utilidade futura desses certificados de vacinação, “designadamente para condicionar o acesso a qualquer país ou poder garantir a não necessidade da exigência de testes para a entrada num país onde eles sejam exigidos”.

António Costa, a falar em nome da presidência portuguesa, revelou que foi também “reafirmada a importância de todos os países respeitarem o princípio da unidade [no caso das vacinas]”, para que mão haja “negociações paralelas nem concorrenciais com os produtores de vacinas” e se “mantenham os contratos assinados pela Comissão Europeia em nome de todos”.

Segundo o primeiro-ministro, essa é a única forma de garantir “uma distribuição em pé de igualdade entre todos os cidadãos da Europa, de forma a que a todos seja garantido o acesso a esta vacina” para cumprir o objetivo de ter 70% da população europeia vacinada no final do verão.

Esse é também o objetivo para Portugal: 70% da população adulta vacinada até final do verão.

Na avaliação do processo de vacinação, Costa diz que os países avaliaram o fornecimento e os prazos das diversas empresas produtoras, para que haja um cumprimento escrupuloso dos contratos celebrados e se mantenha o que está previsto não voltem a acontecer atrasos e reduções como os desta semana, “já que afeta os planos dos diferentes países”.

O primeiro-ministro anuncia que Portugal, já administrou um total de 202.150 vacinas e continua preparado para assegurar a vacinação ao ritmo que está previsto, e que esse processo nos lares deverá estar concluído no final da próxima semana.

António Costa deu destaque ao “reconhecimento mútuo” por parte dos países da UE do valor dos testes antigénio (testes rápidos), que “facilitarão a confiança para a liberdade de circulação dentro da União Europeia”. Existirá um metodologia comum para a realização desses testes, anunciou o primeiro-ministro português.

O Conselho Europeu decidiu manter as fronteiras abertas, com as medidas de controlo da pandemia nos aeroportos que estão atualmente em vigor.

A medida, segundo António Costa, tem por objetivo diminuir os “risco de contágio” com base na variante britânica.

O primeiro-ministro anunciou hoje que, a partir de sábado, haverá uma interrupção total de voos entre Portugal e Reino Unido, com exceção daqueles que forem de natureza humanitária para repatriar cidadãos portugueses e britânicos.

António Costa anunciou esta medida após ter participado por videoconferência numa cimeira informal de líderes da União Europeia destinada a coordenar entre os Estados-membros as medidas de combate à Covid-19.

O Secretário de Estado garante que o confinamento durará “mais de duas semanas”.

Confrontado com uma longa fila de ambulâncias, em direto, à porta do Hospital Santa Maria, Lacerda Sales refere que se vai inteirar “da situação” junto do hospital.

Apesar das dificuldades e das condições nem sempre serem as melhores, Lacerda Sales aconselhou a que ninguém que esteja à espera de ser testado desista, devido aos elevados tempos de espera.

Apelamos, por isso, aos portugueses que fiquem em casa e quando tiverem sintomas recorrerem aos serviços ao bom-senso dos portugueses que os portugueses têm e é essencial para combatermos a pandemia”, exorta Lacerda Sales.

Lacerda Sales revela que entre 2015 e 2020 foram contratados 22 mil profissionais. E que só este ano foram contratados 8 mil profissionais, ainda que admita que não “vai chegar” para fazer face à pandemia.

O Governo vai, no entanto, agir com “esforço, determinação, para resolver os problemas dos portugueses com as capacidades que temos”.

Ainda assim, sobre a hipótese dos médicos escolher quem tratar, o Secretário de Estado espera “que isso não aconteça. Nada na vida está garantido. Cada dia é um dia diferente. Garanto que estamos ao lado dos portugueses, do que sofrem com a pandemia, até ao limite”.

Lacerda Sales revela a capacidade total em Portugal para tratar os doentes Covid-19. São “19169 camas, 18050 em enfermaria e 1119 em UCI” e ainda “1961 ventiladores”, estando também a “reforçar os recursos humanos”.

Lacerda Sales revela que a capacidades de cuidados intensivos no SNS está em 88%, sendo que a linha vermelha é de 85%. Já na enfermaria a lotação é de 91%. O cenário é “preocupante”, revela Lacerda Sales.

“Fá-lo-emos, em termos de limite, o mais que pudermos” para se assegurar os cuidados aos doentes.