“É a resignação, é a desilusão total. É o não estar minimamente em conformidade com aquilo que tem sido a política até aqui,” começou por dizer o candidato Jorge Sequeira.

“As pessoas desistiram, estão sem paciência,” disse o orador motivacional.

Consulte os resultados em direto nesta ferramenta interativa preparada pelo Observador.

Sérgio Sousa Pinto chegou há instantes à sede de candidatura de Maria de Belém. Desafiado a comentar os primeiros números da abstenção, o socialista lançou uma pista sobre o que pode ajudar a explicar o fenómeno. “[Sempre] que os partidos tem uma posição frouxa ou pouco visível numa eleição há um impacto que se produz na abstenção”, atirou o deputado.

Crítica implícita ao Partido Socialista, que, nestas eleições, decidiu não apoiar oficialmente nenhuma candidatura. Para Sérgio Sousa Pinto, a democracia portuguesa é uma “democracia de partidos”. Ora, repetiu, “em eleições em que os partidos procuraram ser, tanto quanto possível, invisíveis, não ter um papel central e mobilizador dos seus eleitorados e dos seus blocos sociais de apoio, há sempre uma quebra”, nos votos.

É certo que o PS pode não ter apoiado oficialmente nenhum dos candidatos, mas, durante a campanha, por várias vezes, o núcleo duro de Maria de Belém denunciou aquilo que acreditava ser a grande “batota” destas eleições – as estruturas do PS estiveram, alegadamente e em peso, com António Sampaio da Nóvoa. Instado a comentar se teria havido aqui “uma manobra de bastidores”, Sérgio Sousa Pinto atirou para canto: “Deixe lá as manobras de bastidores”. “Estou aqui para dar um beijinho à Maria de Belém e dizer que acho que ela se portou com muita dignidade”, disse.

A poucos minutos de se conhecerem as projeções, o ambiente no Coliseu do Porto é bem disposto, mas expectante. Entre os militantes há quem espere que Marisa Matias chegue aos 9%.

Por esta hora, Edgar Silva já se encontra na sede do PCP Lisboa, onde aguarda os resultados eleitorais. Também já se encontra presente Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, e diversos membros da Comissão Política.

Depois do mandatário nacional da candidatura de Edgar Silva ter reagido às projeções de abstenção, a sala está calma.

“Infelizmente não me surpreendem”, diz o candidato Cândido Ferreira sobre as projeções da abstenção. “Porque a campanha eleitoral passou à margem dos verdadeiros problemas do povo português, nada do que era importante acabou por ser discutido e eu próprio acabei por ser discriminado, como eu disse na altura, vergonhosamente discriminado. Numas eleições que ficam marcadas por haver candidatos de primeira e candidatos de primeira, de segunda e de terceira.”

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considera que a cobertura que a RTP realizou à votação do candidato Marcelo Rebelo de Sousa teve uma “duração desmensurada” em relação às outras candidaturas.

O porta-voz da CNE, João Almeida, disse à agência Lusa que este órgão emitiu já uma deliberação no sentido de expressar a preocupação com o tempo que a RTP dispensou na cobertura do candidato recomendado por PSD e CDS-PP.

As preocupações da CNE estendem-se ainda a “alguns comentários” que foram proferidos ao longo da programação que se seguiu à votação de Marcelo Rebelo de Sousa.

Nos próximos dias a CNE voltará a pronunciar-se sobre este caso.

Além desta situação, a CNE entendeu que as afirmações do líder do CDS-PP, Paulo Portas, após votar podem ser entendidas como “declaração de apoio” a um dos candidatos à Presidência da República.

Após votar em Caxias, Paulo Portas afirmou aos jornalistas que “se houver uma boa participação hoje, o assunto pode ficar resolvido à primeira volta” e que ele é “daqueles que acha que o que se pode resolver à primeira volta não se deve deixar para uma segunda”.

A CNE, em reunião plenária, considerou que as declarações do líder do CDS-PP “podem ser entendidas como declaração de apoio a um dos candidatos”.

Lusa

“Esperava mais, esperava mais, mas eu tenho explicação para isto”, começou por dizer Vitorino Silva (candidato também conhecido por Tino de Rans) em reação aos números da abstenção.

“Trataram esta eleição como se houvesse alguém a ser reeleito, como se fosse o Marcelo a ser reeleito. E não, esta é a uma eleição em que todos os candidatos concorrem pela primeira vez. E por isso é que os números são iguais às reeleições do passado. Porque trataram uns candidatos de uma forma, até lhes davam sete e oito páginas dos jornais, parecia que já tinham sido presidentes da República. E não. Essa é a razão desta abstenção estar muito próxima das reeleições,” disse Vitorino Silva.

Quem quiser entrar na Faculdade de Direito tem de dar o nome à entrada. Foi o que aconteceu, por exemplo, ao irmão de Marcelo Rebelo de Sousa. Entrou, mas teve de voltar para dar o nome. E todas as pessoas têm uma credencial que têm de usar durante a noite, sejam jornalistas ou apoiantes.

Não entra ninguém na FDUL sem uma credencial destas. Jornalistas e apoiantes pic.twitter.com/zPAZS8jzg8

— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 24, 2016

Caso para dizer: primeiro uma campanha “espontânea”, depois uma noite eleitoral organizada.

De ramo de flores na mão, Marisa Matias entrou no Coliseu do Porto ao lado da líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, sob um longo aplauso.

Átrio da Faculdade de Direito de Lisboa sem decoração da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Normalmente, no púlpito onde o candidato falava estava escrito o slogan “Juntos por Portugal”. Hoje nem isso.

Apenas bandeiras de Portugal e cadeiras para os apoiantes.

Não há decoração na FDUL, apenas bandeiras de Portugal. Nem o púlpitos tem o slogan "juntos por Portugal" pic.twitter.com/NDjczbpHBL

— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 24, 2016

Maria de Belém vai acompanhar a noite eleitoral na Rua Engenheiro Vieira da Silva, nº 12, em Lisboa. No segundo andar do edifício, reunidos com a candidata, já estão alguns apoiantes de primeira hora da socialista, como Jorge Coelho, Manuel Alegre e Vera Jardim. O padre Vítor Melícias, amigo de Marcelo Rebelo de Sousa e de Belém, também já está na sala.

Para já, enquanto se ultimam os preparativos, uma coisa é certa: não vão haver reações à projeção dos valores da abstenção, que apontam para números entre os 48 e os 53%.

O espaço não é grande, mas na sede de Belém já está tudo a postos para receber a candidata. @ Saldanha, Lisboa pic.twitter.com/lDqKWnffbJ

— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 24, 2016

O diretor de campanha de Sampaio da Nóvoa, Pedro Delgado Alves, acabou de fazer uma primeira declaração sobre as projecções da abstenção. “Temos indicadores que nos levam a crer que a participação nas presidenciais foi mais elevada” do que há cinco anos, disse o responsável, lamentando a “presença nos cadernos eleitorais de eleitores que não deviam estar”, o que leva a estes níveis de abstenção. Pedro Delgado Alves sublinhou a importância de se fazer uma revisão destes cadernos num futuro próximo.

A candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa só vai reagir às primeiras projeções de resultados, às 20h. Ninguém da candidatura falará sobre os números da abstenção. A reação ficará a cargo de Esmeralda Dourado, desconhecida dos jornalistas até agora, mas que segundo a candidatura de Marcelo, faz parte da direção de campanha.

É aqui a noite eleitoral de Sampaio da Nóvoa, em Lisboa. Há muitos apoiantes à espera para entrar. pic.twitter.com/gW97aNzGXT

— Observador (Eleições) (@OBSEleicoes) January 24, 2016

“É mau que haja tanta abstenção”, afirma o mandatário nacional da candidatura de Edgar Silva. A falar a partir da sede do PCP Lisboa, onde o Observador está a acompanhar em direto a candidatura de Edgar Silva, Cartaxo afirma que as projeções de abstenção, que rondam os 50%, são “consideravelmente altas”. Pelo lado que toca à candidatura de Edgar Silva, Cartaxo afirma que tanto o candidato como a estrutura do PCP fizeram “tudo o que estava ao alcance no sentido de esclarecer e mobilizar” o eleitorado nacional.

“Há uma parte dos portugueses que não pôde participar neste ato eleitoral”, disse Fabian Figueiredo, diretor da campanha de Marisa Matias, no Coliseu do Porto.

Lamentando que haja cidadãos portugueses a residir no estrangeiro que ainda se vêem impedidos de exercer o seu direito, Fabian Figueiredo salientou que, de acordo com as projeções, “a abstenção é inferior ao último ato eleitoral, mas ainda assim muito acima do que esperaríamos”.

O diretor de campanha de Sampaio da Nóvoa, Pedro Delgado Alves, acabou de fazer uma primeira declaração sobre as projecções da abstenção. “Temos indicadores que nos levam a crer que a participação nas presidenciais foi mais elevada” do que há cinco anos, disse o responsável, lamentando a “presença nos cadernos eleitorais de eleitores que não deviam estar”, o que leva a estes níveis de abstenção. Pedro Delgado Alves sublinhou a importância de se fazer uma revisão destes cadernos num futuro próximo.