Momentos-chave
- Ninguém confessa que matou Valentina. Pai e madrasta apenas admitem que pouco ou nada fizeram para evitar a sua morte
- Gravações de filho de Márcia ouvidas em tribunal: "A minha mãe só chorava a dizer para ele parar quieto"
- Mãe de Valentina diz que a filha nunca se queixou de maus tratos
- Mãe de Valentina diz que Sandro só soube da sua existência "quando ela já era nascida"
- Madrasta diz que Sandro passou a tarde "a ver televisão e a fumar"
- Márcia Monteiro: "O Sandro agarrou na Valentina, pôs a menina no carro e fomos"
- Madrasta de Valentina: "Eu fiz tudo o que ele me mandava fazer"
- Madrasta de Valentina: "Ele disse que a sua única solução era pôr a menina em algum lado" — e ela concordou
- Márcia Monteiro: "[O Sandro] andava só de um lado para o outro a dizer que tinha de pensar o que ia fazer"
- Madrasta de Valentina diz que não chamou ajuda porque foi ameaçada: "Achei que ele ia fazer mal aos meus filhos"
- Madrasta diz que Sandro "tinha o hábito" de dar murros na cabeça da Valentina
- Madrasta garante que esteve sempre "a frisar que era melhor pedirmos ajuda". "Ele disse que não", disse.
- Madrasta de Valentina: "Ela tinha os olhos abertos, mas não me respondia"
- Madrasta de Valentina: "Estive sempre a tentar proteger a minha menina"
- Madrasta de Valentina: "Bateu-lhe muitas vezes e com muita força. Quando eu o empurrava, ele dizia que a filha era dele"
- Madrasta de Valentina: "Disse para ele parar e que não era assim que se resolviam as coisas"
- Madrasta de Valentina: "Eu quero dizer a verdade"
- "Fez tudo por respeito à sua senhora e por desrespeito à sua filha?"
- "A minha reação foi tentar proteger a menina", garante pai de Valentina
- Ideia de simular desaparecimento de Valentina foi da madrasta
- "Deixei de sentir a pulsação", diz pai de Valentina
- Pai de Valentina diz que nunca pensou que a sua filha pudesse morrer
- Pai de Valentina acabou por confessar crime à PJ porque "já não aguentava mais a pressão"
- "Estou muito arrependido. A Márcia começou a dizer coisas, a encher-me a cabeça"
- Sandro Bernardo: "Tentei afastá-la, mas tinha muito respeito pela Márcia"
- Pai de Valentina diz que foi madrasta que asfixiou a criança
- Pai de Valentina acusa madrasta: "Quando acordei, a Márcia já estava com a Valentina dentro a água quente"
- Pai de Valentina admite agressões cinco dias antes da morte: "Dei-lhe umas palmadas"
- Sandro nega crime de violência doméstica: "Nunca agredi ninguém lá em casa"
- Juízes já estão na sala. Arranca o julgamento
- Sala de audiências já abriu. Sandro e Márcia já estão no seu interior
- Madrasta de Valentina também já chegou
- Pai de Valentina já chegou ao tribunal
Histórico de atualizações
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Este liveblog fica por aqui. O julgamento prossegue no dia 24 de março às 14h00, para serem ouvidos os interrogatórios dos arguidos, quando falaram em tribunal pela primeira vez, em maio — que têm mais de três horas. O Observador vai continuar a acompanhar os desenvolvimentos sobre este caso.
Obrigada por nos ter seguido!
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Ninguém confessa que matou Valentina. Pai e madrasta apenas admitem que pouco ou nada fizeram para evitar a sua morte
O pai diz que foi a madrasta a agredir a criança de nove anos até à morte, mas madrasta diz o inverso. Sandro não a impediu porque tinha “respeito” por Márcia. Ela não chamou ajuda por “medo” dele.
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A sessão desta quarta-feira termina. Depois de mais de uma hora e meia a ouvir as declarações para memória futura de Raul Monteiro, faltam ouvir os interrogatórios dos arguidos, de maio — que têm mais de três horas que serão ouvidos a 24 de março, pelas 14h00, no Auditório da Batalha.
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"Ele nunca me bateu a mim, nem aos meus irmãos", garante enteado de Sandro Bernardo
O filho de Márcia Monteiro garatne ainda: “Ele nunca me bateu a mim, nem aos meus irmãos”. No entanto, com Valentina, “o Sandro perdia a calma”. “Não lhe batia como bateu naquele dia“, alerta.
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Enteado de Sandro: "Olhava para o sofá e via a Valentina ali"
Raul Monteiro conta que dormiu “pouco” na noite depois dos acontecimentos. “Olhava para o sofá e via a Valentina ali“, desabafou. Disse que eram “amigos” e costumavam brincar. “[A relação] com a minha mãe também era normal. Ela era uma menina sossegada”, afirmou, adiantando que “a Valentina mentia muito” e “nunca queria tomar banho”.
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Filho de Márcia: "O Sandro ficou sempre no quarto. Estava a ver séries na televisão"
Raul Monteiro conta que quando viu Valentina a deitar espuma da boca, ligou para a mãe a avisá-la. E adiantou que, durante a tarde, “o Sandro ficou sempre no quarto“. “Estava a ver séries na televisão”, detalhou.
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Filho de Márcia: "O meu quarto é perto da casa de banho e consegui ouvir tudo"
Raul Monteiro conta que viu Sandro a dar “dez bofetadas” à filha. “A Valentina dizia para ele parar”, relata. “O meu quarto é perto da casa de banho e consegui ouvir tudo. A minha mãe estava ao pé dele a dizer para ele parar“, conta.
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"O Sandro estava irrequieto, estava super nervoso. Sabia que tinha feito uma coisa má", diz filho de Márcia
Raul conta ainda que “também começou a chorar” porque ficou “nervoso com aquela situação toda”. “A minha mãe, forçada, vestiu as roupas da Valentina“, contou. “Ela [a mãe] chorava, chorava. O Sandro estava irrequieto, estava super nervoso. Sabia que tinha feito uma coisa má”, disse, acrescentado que foi dito à irmã mais nova que a Valentina tinha ido para casa da mãe.
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Gravações de filho de Márcia ouvidas em tribunal: "A minha mãe só chorava a dizer para ele parar quieto"
Raúl Monteiro contou acordou por volta das 8h30 e “ouvi a Valentina a gritar, ouvi uns estalos”. “Ligou a água ferver. A minha mãe chorava a dizer para ele parar quieto. Caiu na banheira. A minha mãe disse para chamar o INEM e ele disse não, que a filha era dele”, relata.
Raúl adiantou que o Sandro disse à mãe: “Se disseres alguma coisa a alguém, vais ficar sem as meninas”. “Ele disse que se contasse alguma coisa a alguém, ficava sem ver a mãe e as minhas irmãs. Ela veio para ao pé de mim a chorar e eu convenci-a a chamar ajuda e a Valentina deixou de se mexer. A minha mãe começou a chorar outra vez, estava ainda mais nervosa”, disse.
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Vão agora ser ouvidas as declarações para memória futura de Raúl Monteiro, filho da arguida, de 13 anos.
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Inspetor da PJ diz que Sandro "voluntariamente, disponibilizou-se para ir à casa explicar o que tinha acontecido"
É agora ouvido Rui Custódio, inspetor da PJ que participou em buscas e esteve no reconhecimento do local onde estava o corpo e na autópsia. “Voluntariamente, disponibilizou-se para ir à casa explicar o que tinha acontecido. Explicou e ilustrou o que fez ele e o que fez a Márcia“, disse.
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A Procuradora da República prescindiu de mais duas testemunhas, ficando a lista reduzida a 14 — esta quarta-feira já foram ouvidas sete.
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Sandro indicou à PJ local onde deixou o corpo de Valentina: "Ele levou-nos lá"
Estão agora a ser ouvidos inspetores da PJ que colaboraram na investigação à morte de Valentina. Paulo Alípio conta que “entre o dia 7 e dia 10 de maio foram desenvolvidas inúmeras diligências de forma ininterrupta”. “Havia alguma incongruências“, explica, adiantando que Sandro acabou por indicar o local onde estaria o corpo. “Ele levou-nos lá”, disse.
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É ouvido Marcelo Santos, o militar da GNR que recebeu a participação do desaparecimento da Valentina. Num depoimento breve, contou ao tribunal que por entre as 10h00 e as 11h00 de dia 7 de maio, Sandro e Márcia se dirigiram ao posto para participar o desaparecimento.
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Tia-avó diz que a "Valentina nunca se queixou" de maus tratos
É ouvida Patrícia Fortunato, tia-avó de Valentina, que acolheu Márcia e os filhos depois de a criança ter alegadamente desaparecido, no período das buscas. “O Sandro ia lá esporadicamente. Ia lá comer. Ofereci a casa para ele dormir, mas ele preferiu ficar na sua casa”, contou.
Patrícia Fortunato conta que a “Valentina nunca se queixou” de maus tratos. “Houve uma situação que nos veio à cabeça. Ela tinha uma nódoa negra. Mas eu também tenho filhos e eles andam sempre com nódoas negras”, disse.
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Ama admite que falou com madrasta sobre papéis de "cariz sexual", mas "nunca" os viu
É agora ouvida a ama de Valentina, Catarina José. Começou a tomar conta da menina quando ela tinha oito anos. “Comentei com a Márcia sobre uns papeis que ouvi através da madrinha do meu filho. Nunca vi esses papéis. Pelo que ouvi dizer, eram de cariz sexual. E contei à Márcia“. Catarina explica que ligou à Márcia a contar o sucedido e que, mais tarde, foi a Márcia que ligou e que Sandro também estava na chamada.
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Irmão do arguido diz que Márcia "influenciava muito a cabeça do Sandro"
Irmão de Sandro diz que a família “foi percebendo aos poucos” que Márcia “influenciava muito a cabeça do Sandro”. “Toda a gente sabe o coração que ele tinha, como tratava os familiares, como tratava os filhos. Quando havia festas de família, ele ia, mas fomos perdendo o Sandro aos poucos. A Márcia conseguiu separar o Sandro de toda a gente”, afirma. Sandro, sentado no banco dos arguidos, acena com a cabeça.
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Irmão de Sandro diz que "nunca" presenciou qualquer desentendimento com Valentina
Fala agora Nuno Ramos, irmão de Sandro Bernardo e tio de Valentina. Diz quer o irmão, quer a madrasta tratavam bem os filhos. E que “nunca” presenciou qualquer desentendimento entre os dois e a menina, que descreve como “obediente”.
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Mãe de Valentina afasta hipótese de abuso sexual
A mãe de Valentina garante que nunca ninguém, nem a própria filha, lhe falaram alguma vez sobre suspeitas de abuso sexual à menor.
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No primeiro desaparecimento, Valentina "disse que tinha saído da casa do pai porque tinha saudades da mãe"
Sónia Fonseca fala agora do primeiro desaparecimento, quando Valentina tinha oito anos: “Foi encontrada por um senhor da PSP. Foi encontrada em pijama. E fui para Peniche. Quando cheguei, a menina já estava numa sala com esse senhora”
“Disse que tinha saído da casa do pai porque tinha saudades da mãe”, disse, acrescentando que a menina ficou depois na casa do pai “por vontade própria”.