Momentos-chave
- "Nós temos de fazer aquilo que temos de fazer". Lagarde responde a quem a critica por subidas dos juros
- BCE vai começar em dezembro a debater redução do balanço, exigida pelos "falcões"
- BCE insiste: Apoios contra efeitos da inflação e subidas dos juros "devem ser apenas para os mais vulneráveis"
- Marcelo defende que BCE deve reponderar “subida em galope das taxas de juro”
- Lagarde: "Inflação continua demasiado elevada e vai continuar acima do objetivo por um período prolongado"
- Euro volta a cair abaixo da paridade face ao dólar após decisão do BCE
- BCE evita "borla" para os bancos e altera condições das cedências de liquidez (TLTRO)
- BCE confirma aumento de 75 pontos-base nas taxas de juro
- Pode o BCE surpreender com uma subida maior do que 75 pontos?
Histórico de atualizações
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Juros sobem "a galope"? BCE devolve críticas e culpa governos por alimentarem a inflação
“Nós temos de fazer aquilo que temos de fazer”, disse Lagarde, após anunciar nova subida de juros (que não será a última). Críticas dos governos? São eles que tomam medidas “contraproducentes”, acusa.
Juros sobem “a galope”? BCE devolve críticas e culpa governos por alimentarem a inflação
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BE avisa que “quem atrasa soluções arranja complicações” devido ao aumento das taxas de juro
O BE alertou hoje para o “problema social” em Portugal que resultará do aumento das taxas de juro decidida pelo Banco Central Europeu (BCE) no crédito à habitação, avisando o Governo de que “quem atrasa soluções arranja complicações”.
“Da parte do Bloco de Esquerda, na nossa análise sobre esta evolução da taxa de juro decidida hoje pelo BCE, há uma conclusão óbvia: num país em que as politicas de habitação empurraram as pessoas para a compra de habitação própria, esta evolução da taxas de juro transforma-se num problema social”, referiu aos jornalistas o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, numa primeira reação à decisão do BCE de subir as taxas de juro em 75 pontos base.
Em termos nacionais, na análise do dirigente bloquista, o Governo “tarda em apresentar soluções”, tendo chumbado as medidas que o BE levou ao parlamento para responder a este problema no crédito à habitação.
“Nós percebemos que quem atrasa soluções arranja complicações”, criticou, considerando ser “incompreensível que o Governo continue sem apresentar nada”.
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Lagarde admite crescimento mais lento mas continua a não ver recessão como cenário mais provável
Christine Lagarde continua a não considerar que uma recessão na zona euro é o cenário mais provável, embora tenha reconhecido que dificilmente se irá atingir em 2023 o crescimento de 0,9% (que é a mais recente previsão oficial do BCE). “Claramente estamos perante uma desaceleração”, diz Lagarde.
Lagarde indicou que em dezembro serão divulgadas novas projeções oficiais e, aí, “saberemos melhor” o que irá trazer a economia no próximo ano.
Nas previsões atuais, só num cenário adverso se admite uma recessão. E a presidente do BCE advoga que se se olhar para o cenário negativo, “muitos dos pressupostos que assumimos não se materializaram”. Esse cenário previa um corte total do gás russo mas tem sido entregue “algum gás russo” e tem havido “substituição” por outras fontes. Além disso, ao contrário do que admitia esse cenário-adverso, os preços das matérias-primas não estão a subir (“alguns até estão a cair de forma significativa”).
Ou seja, Lagarde reconhece que não será provável que se esteja a caminhar para cumprir aquele que é o cenário central (0,9%) mas também parece acreditar que não se está a cumprir o cenário adverso.
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"Nós temos de fazer aquilo que temos de fazer". Lagarde responde a quem a critica por subidas dos juros
“Nós temos de fazer aquilo que temos de fazer“. É assim que Christine Lagarde responde a críticas dos governantes que têm censurado o BCE pela rapidez com que está a subir as taxas de juro.
A presidente do BCE lembra que o mandato do BCE é controlar a taxa de inflação e, neste momento, o banco central está confrontado não apenas com um risco de aumento das expectativas mas de um aumento concreto do ritmo de subida dos preços, que prejudica os cidadãos mais vulneráveis, lembrou.
Christine Lagarde garantiu que não está a desvalorizar os riscos de recessão, mas “temos de fazer aquilo que temos de fazer: o nosso mandato é a estabilidade dos preços”.
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PCP critica BCE e alerta para urgência de medidas nos créditos à habitação
O PCP criticou hoje a nova subida das taxas de juro anunciada pelo Banco Central Europeu (BCE) e alertou para a urgência de serem tomadas medidas de proteção dos clientes de créditos à habitação.
“Momentos como este mostram que há uma resposta que tem de ser dada e o Governo tarda em dar essa resposta”, criticou o deputado Bruno Dias, em declarações aos jornalistas no parlamento.
O BCE anunciou hoje uma nova subida de 75 pontos base nas suas taxas de juro para travar a inflação recorde na zona euro.
Com esta subida, a terceira consecutiva e a segunda desta dimensão, a principal taxa de refinanciamento do BCE fica em 2%.
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BCE vai começar em dezembro a debater redução do balanço, exigida pelos "falcões"
O Conselho do BCE não discutiu a redução do balanço do banco central nesta reunião mas irá começar a ter esse debate em dezembro, indicou Christine Lagarde.
Mais do que a evolução das taxas de juro, este é um ponto muito delicado neste momento, no BCE, com os chamados “falcões” a pedirem uma redução rápida e ativa do balanço do banco central – algo que já está a ser feito, por exemplo, nos EUA.
O que está em causa é que depois de vários anos a comprar dívida pública e a conceder empréstimos de longo prazo aos bancos, a juros baixos, o balanço do BCE inchou para 8,8 biliões de euros, o que equivale a cerca de 70% da riqueza anual produzida na zona euro.
Christine Lagarde, presidente do BCE, reconheceu recentemente que é um valor elevado – que não lhe tira o sono à noite mas que a preocupa a cada manhã – mas tentou passar uma mensagem de serenidade e limitou-se a dizer que “a seu tempo” a dimensão do balanço do BCE irá reduzir-se.
O BCE deverá começar por discutir um aperto quantitativo “passivo”, o que significa reduzir o balanço através no não-reinvestimento dos títulos de dívida que estão na sua posse e que forem atingindo a maturidade. Não se fala ainda de uma redução do balanço mais ativa, com a venda desses títulos, o que levaria a uma redução mais rápida do balanço.
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BCE insiste: Apoios contra efeitos da inflação e subidas dos juros "devem ser apenas para os mais vulneráveis"
Os apoios governamentais para mitigar os impactos da inflação e das subidas das taxas de juro, insiste o BCE, devem ser “temporários e localizados”, ou seja, “devem [ser dados] apenas aos mais vulneráveis”.
Esta não é uma mensagem nova mas Christine Lagarde repete-a, numa altura em que um pouco por toda a Europa vários governos estão a aprovar e a aplicar medidas de apoio aos rendimentos de forma menos seletiva, o que complica a missão do BCE em conter a subida dos preços que estão a alastrar-se na economia.
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Marcelo defende que BCE deve reponderar “subida em galope das taxas de juro”
O Presidente da República defendeu hoje que o Banco Central Europeu (BCE) deve reponderar até ao fim deste ano a “subida em galope das taxas de juro”, que considerou poder ser a opção errada na atual conjuntura.
“Vale a pena pensar, e pensar o mais próximo possível, se é de continuar este galope, porque pode ser a maneira não certa, não correta de resolver o problema, nem o da inflação, nem o do crescimento económico”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
O chefe de Estado, que falava após ter ouvido uma intervenção do ex-vice-presidente do BCE Vítor Constâncio sobre esta matéria, numa iniciativa da Ordem dos Economistas, manifestou a esperança de que “daqui a um mês já tenha chegado aos decisores europeus, nomeadamente ao BCE, esta preocupação”.
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Lagarde: "Inflação continua demasiado elevada e vai continuar acima do objetivo por um período prolongado"
Christine Lagarde começou a conferência de imprensa em Frankfurt, como é habitual, a ler o comunicado publicado às 13h15 (hora de Lisboa):
“A inflação continua demasiado elevada e vai continuar acima do objetivo [2%] por um período prolongado”, afirma a presidente do BCE, na linha do que tem sido comunicado pelo banco central. A taxa de subida dos preços na zona euro acelerou para 9,9% (uma variação ligeiramente revista em baixa em relação aos 10% inicialmente calculados pelo Eurostat).
Sobre a economia, a presidente do BCE fala num arrefecimento da produção no terceiro trimestre e “antecipa-se um maior abrandamento na reta final do ano” – algo que poderá, avisa Lagarde, levar a aumentos na taxa de desemprego que até ao momento não se estão a fazer sentir de forma notória.
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Euro volta a cair abaixo da paridade face ao dólar após decisão do BCE
A cotação da moeda única voltou a cair abaixo da paridade face ao dólar após decisão do BCE.
Possíveis razões: não houve uma nova surpresa na dimensão da subida da taxa de juro (alguns analistas previam 100 pontos-base); não há qualquer referência no comunicado do BCE aos planos de redução do balanço do banco central (algo que, a existir, tenderia a suportar o valor do euro); e a alteração das condições das TLTRO, uma decisão que o BCE toma apesar de saber que se trata de uma alteração de condições pré-acordadas com o setor financeiro.
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BCE evita "borla" para os bancos e altera condições das cedências de liquidez (TLTRO)
É um tema polémico – e os bancos não irão ficar satisfeitos com a decisão tomada esta quinta-feira pelo BCE. O banco central decidiu alterar as condições das cedências de liquidez de emergência que foram uma das ferramentas para combater os impactos da crise pandémica.
O que está em causa é que à medida que a taxa de juro (dos depósitos) do BCE sobe, agora para 1,5%, sem esta decisão os bancos teriam uma oportunidade de obter um rendimento significativo apenas ao depositar no BCE a liquidez que lhes foi concedida a juros muito baixos ou mesmo negativos, ao abrigo das operações de refinanciamento a longo prazo (TLTRO).
“Durante a fase aguda da pandemia, este instrumento desempenhou um papel-chave a contrariar os riscos negativos para a estabilidade dos preços”, diz o BCE. Porém, “hoje, à luz do aumento inesperado e extraordinário da inflação, [o instrumento] necessita de ser recalibrado para assegurar que continua a ser consistente com o processo geral de normalização da política monetária” e para “reforçar a transmissão da política monetária, com juros mais elevados, às condições de concessão de crédito da banca”.
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BCE confirma aumento de 75 pontos-base nas taxas de juro
O BCE confirmou o aumento de 75 pontos-base nas taxas de juro, levando a taxa dos depósitos para 1,5% (e a taxa diretora para 2%).
Desde 2008 que as taxas de juro não estavam tão elevadas na zona euro. E o BCE antecipa que as taxas de juro devem continuar a subir, algo que será decidido a cada reunião.
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Qual é a taxa mais importante? A taxa dos depósitos, que deve subir para 1,5%
Neste momento, a taxa de juro diretora do BCE está em 1,25%, sendo esse o valor de referência para as operações de refinanciamento do BCE – em termos simples, aquilo que os bancos pagam ao BCE pela liquidez financeira que este lhes concede.
Por outro lado, a taxa dos depósitos, que reflete aquilo que os bancos recebem quando depositam liquidez excedentária em Frankfurt, essa está em 0,75%, podendo saltar para 1,5% caso se confirme a expectativa mais consensual nos mercados (de aumentos de 75 pontos-base).
A taxa dos depósitos continua a ser, ainda, a principal ferramenta de política monetária do BCE, no que às taxas de juro diz respeito – e foi a única taxa que esteve em terreno negativo, até à decisão que foi anunciada em julho de a colocar em zero.
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Pode o BCE surpreender com uma subida maior do que 75 pontos?
A esmagadora maioria dos analistas antecipa que o BCE irá nesta quinta-feira anunciar um novo aumento de 75 pontos-base nas taxas de juro de referência, repetindo a dose de aperto monetário que foi anunciado no último dia 8 de setembro. São a esmagadora maioria, mas não são todos.
Há quem acredite que, tal como já aconteceu nos últimos meses, Christine Lagarde poderá surpreender o mercado com um sinal ainda mais forte contra a inflação: um aumento de 100 pontos-base, um ponto percentual, mesmo com a ameaça de uma recessão económica ao virar da esquina.
“Já vimos este filme, no passado recente“, lembra Jack-Allen Reynolds. O economista da Capital Economics recorda que “em junho, o BCE sinalizou que ia aumentar em 25 pontos-base na reunião seguinte e, depois, acabou por decidir subir os juros em 50 pontos. E a subida de 75 pontos-base que foi anunciada em setembro ficou claramente no topo das expectativas do mercado”, que se dividiam entre 50 e 75.
Ou seja, Christine Lagarde tem um histórico recente de surpreender o mercado com uma maior agressividade na subida dos juros. “Se uma inflação de 10% e uma taxa de juro abaixo de 1% não justificam um aumento de 100 pontos-base, então o que é que justificaria?”, pergunta o economista da Capital Economics, de forma retórica.
Com recessão à porta, o BCE pode surpreender com aumento de 100 pontos na taxa de juro?
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Boa tarde,
O Banco Central Europeu (BCE) vai anunciar esta quinta-feira mais uma subida das taxas de juro, que deverá ser de 75 pontos-base – igualando a subida recorde que foi decidida no mês passado. Alguns analistas admitem que pode ser uma subida ainda maior, de um ponto percentual, mas a esmagadora maioria acredita que será de 75 pontos-base.
A decisão é anunciada às 13h15, hora de Lisboa, e será explicada por Christine Lagarde em conferência de imprensa a partir das 13h45.
Vamos seguir em direto e reunir aqui as últimas mensagens transmitidas pelo BCE, neste momento delicado para a política monetária e para a economia europeia.