Momentos-chave
- Acaba a segunda e última audição no Congresso americano
- Zuckerberg: "Não gravamos conversas"
- "Fizemos alterações em 2014 que impediam que a Cambridge Analytica fizesse o que fez"
- Zuckerberg: "Acreditamos que todos merecem proteção. O RGDP pede mais requisitos e vamos aplicá-los a todos os utilizadores".
- Perfil de Zuckerberg também foi copiado por empresas de análise de dados maliciosas
- Começou!
Histórico de atualizações
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Walden: “Suponho que não queira ficar para mais uma ronda de perguntas"
“Suponho que não queira ficar para mais uma ronda de perguntas”, brincou, no final o congressista Walden, que presidiu a audição. Zuckerberg riu-se e acabou assim as audições em Washington após ter sido revelado que a empresa de análise de dados Cambridge Analytica recolheu e manteve ilícitamente
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Acaba a segunda e última audição no Congresso americano
E acabam as perguntas dos congressitas a Mark Zuckerberg. Depois de Duncan oferecer uma Constituição dos EUA ao criador do Facebook e pedir para Zuckerberg permitir a 1ª Emenda (Liberdade de Expressão) na rede social, o executivo respondeu: “Segundo a 1ª emenda há discurso que pode ser dito, mas não queremos que toda a informação que se espalhe porque pode prejudicar as pessoas”.
O último congressista, Cramer, do Dakota do Norte, falou sobre os anúncios ilegais de drogas e pediu para o Facebook ser melhor a bani-los, criticando que há mãos mais pesada com quem faz comentários conservadores. “Acredito que isso é importante e peço desculpa se não mostrei que isso é. Muitas pessoas partilham em grupos os anúncios ilegais e, infelizmente a triagem não é perfeita”, tentou justificar.
O congressista pediu ainda a Zuckerberg para contratar mais pessoas conservador e não “só liberais de Silicon Valley”. O presidente executivo respondeu: “Não estamos localizados apenas em Silicon Valley. As pessoas que fazem as triagem estão em todos os locais do mundo”.
Ainda houve tempo para Zuckerberg voltar a defender a neutralidade da rede, um assunto que desde dezembro tem estado na ordem do dia nos EUA após a alteração legislativa que mudou o sistema imposto para um ordenamento de auto-regulação dos operadores de telecomunicações.
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Congressista Duncan, da Carolina do Sul, diz que tem com ele uma cópia da Constituição dos EUA, que quer oferecer a Mark Zuckerberg.
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Zuckerberg: Regular a privacidade "vai demorar muito tempo"
À congressista Walters, da California, Zuckerberg diz que o seu entendimento sobre a forma como as pessoas interagem online só cresce com o tempo. “Acho que vamos identificar o que queremos pôr em prática e daqui a cinco anos vamos voltar aqui e saber muito mais. Mas acho que isso vai demorar muito tempo”.
Jáa congressista Dingell, do Michigan, quaestionou Zuckerberg sobre a quantidade de botões de “gosto” e de partilha que existem em sites fora do Facebook e que são usados também para recolher informação, mas o líder da rede social não conseguiu responder-lhe.
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Zuckerberg: "Atualmente, se 300 mil pessoas utilizassem a app [da Analytica], a empresa teria os dados de 300 mil perfis"
E não de 87 milhões… O criador do Facebook voltou a referir as alterações que foram feitas na plataforma, em 2014, foram no seguimento de verem que “houve programadores de apps que pediram autorização de acesso a dados que não eram importantes para as aplicações”. Zuckerberg clarificou: “Em 2014, dissemos que as pessoas não podiam partilhar a informação de amigos”. Mesmo assim, atualmente, as aplicações podem ainda aceder aos dados de perfil: “Atualmente, se 300 mil pessoas utilizassem a app [da Cambridge Analytica], a empresa teria informação de 300 mil perfis”.
“É impossível dizer que não houve pessoas a abusarem da plataforma. A responsabilidade que temos está a crescer”, disse ainda Zuckerberg.
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Presidente da Cambridge Analytica abandou o cargo esta quarta-feira
Durante a segunda audição de Zuckerberg, uma atualização na Cambridge Analytica. O novo presidente executivo abandonou o cargo.
Presidente executivo da Cambridge Analytica abandona o cargo
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Zuckerberg: "O RGPD vai ser um grande passo para a Internet"
Na audição que teve no Senado na terça-feira, Mark Zuckerberg disse, a propósito da nova regulamentação de dados europeia, a RGPD, que “os europeus têm várias coisas certas”. E o congressista Peters, da California, quis saber mais: o que é que os europeus têm certo ou errado? “Muitas coisas que fazem… o RGPD vai ser um grande passo para a Internet, clarifica muiras coisas que fazemos há muito tempo e acho que será um bom passo para darmos. Faz sentido fazer mais e acho que o RGPD vai fazer isso. E isso é positivo.
Já o congressista Hudson, da Carolina do Norte, disse que era importante que Zuckerberg estivesse ali voluntariamente
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200 pessoas trabalham no Facebook só para prevenir mensagens terroristas
“Como é que Facebook vai proteger as pessoas do terrorismo?”, perguntou a congressista Brooks. “A propaganda terrorista não tem lugar no facebook. Temos ferramentas para remover estes conteúdos ainda antes de chegarem ao feed das pessoas. Temos orgulho nas ferramentas e achamos que são um modelo para a indústria”, respondeu Zuckerberg. O fundador do Facebook afirmou que 200 pessoas “trabalham exclusivamente em contraterrorismo”. E continuou: “Trabalhamos em 30 línguas e temos um número de ferramentas de inteligência artificial”.
Depois chegou a vez de corrigir algo que tinha dito antes do intervalo, quanto ao Facebook não guardar logins nos browsers. “Há uma coisa que queria corrigir no meu testemunho e isto em resposta se os weblogs aparecem no registo do Facebook. Apenas os mantemos por momentos e depois apagamos, daí não aparecerem. Depois são convertidos em interesses de anúncios, e esses estão disponíveis [no ficheiro com a informação]”, explicou Zuckerberg.
Quando chegou a vez do congressista Ruiz, da Califórnia questiona Zuckerberg a conversa mudou para a regulação. Sobre se deveria existir uma agência governamental apenas para a proteção dos direitos digitais dos consumidores, Zuckerberg afirmou que essa ideia: “Merece ser pensada”.
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Recomeça a audição
E voltamos à audição após um intervalo de quase 20 minutos.
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Ainda confuso com o caso Cambridge Analytica?
Respostas definitivas parece que só depois das investigações em curso, tanto dos governos britânico e norte-americano, como do próprio Facebook. No entanto, para perceber toda a polémica explicámos aqui em 12 perguntas e respostas.
12 coisas que tem de saber para perceber a polémica do Facebook e da Cambridge Analytica
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Várias pessoas partilham no Twitter a imagem da almofada que Zuckerberg está a utilizar durante as audições. Tanto pode ser para estar mais confortável durante as audições ou para parecer mais alto, ainda não se sabe o propósito real.
https://twitter.com/vannsmole/status/984092837728964609
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Intervalo de 10 minutos
A audição tem mais um intervalo, o segundo. Os congressistas e Zuckerberg voltam daqui a 10 minutos. Ainda “só” vamos em três horas e meia.
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Três horas e meia depois de a segunda audição de Zuckerberg ter começado, o congressista Cardenas, da California, pergunta: “Parece que estamos aqui desde sempre, não parece?
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Zuckerberg: "Não gravamos conversas"
Quando chegou a vez de Bucshon falou de um receio e histórias um pouco já contadas como mito urbano. “Ouve o Facebook as minhas conversas?”, perguntou o congressista. Bucshon deu o caso de uma conversa por telefone que teve com o filho e anúncios relacionados com a chamada (os anúncios foram sobre fatos”. Zuckerbergdefendeu-se a dizer que achava que era “uma coincidência” e afirma que não tem contratos com empresas de marketing para esse efeitos.
Outra das histórias com que questionou Zuckerberg foi sobe obrigar os funcionários a desligar os telemóveis em reuniões. “Aceitamos que as pessoas tenham telemóveis ligados nas salas de reuniões”, afirmou Zuckerberg. Por fim, Bucshon mostrou preocupação com colunas inteligentes, que têm assistentes digitais com que os utiliziadores podem falar, e afirmou receio com poderem estar a gravar chamadas.
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Zuckerberg: "Campanha de Obama não violou políticas do Facebook"
Ao congressista Bilirakis, da Florida, Zuckerberg afirmou (ainda sobre os medicamentos vendidos ilegalmente na plataforma) que se “se as pessoas nos identificarem esses anúncios vamos olhar para eles o mais depressa possível e vamos removê-los se violarem a nossa política”, afirmou voltando-se mais uma vez para a inteligência artificial. “O que interessa aqui é que temos de ser capazes de desenvolver ferramentas que possam identificar estes anúncios antes das pessoas terem de nos avisar que elas existem”.
Confrontado novamente com a campanha de Barack Obama, em 2012, Xuckerberg assegurou ao congressista Clark, de Nova Iorque, que a campanha de Obama não violou nenhuma política do Facbeook quando também reuniu dados de utilizadores. E mais uma vez, volta a afirmar ao congressista Loebstack, do Iowa, que o Facebook não vende os dados das pessoas.
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"Fizemos alterações em 2014 que impediam que a Cambridge Analytica fizesse o que fez"
Podia ser um paradoxo, mas não é. O Facebook, “por motivos de segurança”, segundo Zuckerberg, regista dados de pessoas que não têm conta na rede social. Aí, o Congressista Lujan, referiu que se alguém que não tem conta na rede social tentar pedir ao Facebook para apagar os dados é direccionado para uma página onde tem de criar uma conta para apagar os dados.
Depois chegou um momento até agora raro nestas audições que estão a ser bastante tensas para o presidente executivo da maior rede social do mundo: Zuckerberg riu-se. Foi em resposta a um congressista que perguntou como é que o Facebook fazia a triagem dos comentários e perguntou: “O Facebook acha que sou má pessoa?”, perguntou em tom jocoso. O objetivo foi perguntar a Zuckerberg como é que feita a triagem de conteúdos. Zuckerberg explicou que há “três categorias”. A mais importante foi a última, uma novidade recente relativamente a notícias falsas: “Trabalhamos com pessoas que são fact checkers, que são acreditados pela Poynter Institute of Journalism, para perceber o que são fake news.”
Depois foi a vez do congressista Tonko. O político acusou o fundador da Facebook capitalizar os dados das pessoas. Referindo-se diretamente ao caso Cambridge Analytica, Zuckerberg, disse: “Acho que somos responsáveis para proteger os dados das pessoas. Fizemos alterações em 2014 que impediam que a Cambridge Analytica fizesse o que fez”
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Zuckerberg: "Não tenho conhecimento de termos dado informações à Rússia".
O congressista McKinley, de West Virgina, pôs o assunto dos fármacos vendidos ilegalmente no Facebook em cima da mesa, sobretudo a quetsão dos opiáceos que o Facebook já tinha dito que retiraria da rede, mas que se mantêm. “Acho que há uma série de coisas em que temos de ser melhores no policiamento que fazemos dos nossos serviços”, disse.
A repsosta não convenceu McKinley, que o confrontou com as 20 mil pessoas que trabalham no Facebook. Zuckerberg respondeu-lhe: “Quando há centenas ou milhares de milhões de conteúdos a serem disponibilizados 20 mil pessoas não são suficientes”.
O congressista Welch, de Vermont, fez ao líder do Facebook uma série de perguntas para resposta “sim” ou “não” sobre o direito à privacidade dos utilizadores e aos limites que os seus dados podem ter. Quando lhe foi perguntado se estava disposto a trabalhar com este comité para ajudar os EUA a definir uam regulação que priorize o direito dos utilizadores à privacidade, a resposta foi “sim”.
Ao congressista Kinzinger, de Illinois, Zuckerberg assegurou que sempre que o Facebook, Instagram ou WhatsApp deteta que pode haver danos físicos e perigo para os seus utilziadores, que avisam logo as autoridades.
Sobre se foram cedidos dados à Rússia, disse: “Não tenho conhecimento específico de nenhuma informação que tenhamos dado à Russia”.
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Zuckerberg: "Nenhum número de pessoas que possamos contratar vai ser suficiente. Temos de confiar em sistemas de inteligência artificial"
O congressista Olson confrontou Zuckerberg sobre, em 2012, terem sido feito estudos com utilizadores sobre como reagiam a conteúdos positivos e negativos nos posts. “Acho que a nossaa responsabilidade é construir bons serviços para as pessoas. Em 2012, havia dúvidas para perceber se os conteúdos das redes sociais afetavam a disposição das pessoas”, defendeu-se Zuckerberg.
O mesmo político perguntou ainda como é que, de 2013 a 2015, a Cambridge Analytica conseguiu recolher os dados pessoais se a empresa tem 27 mil funcionários. Zuckerberg afirmou que não tinham tantos funcionários e voltou a dizer que, até ao final do ano, só para revisão de conteúdos vão ter 20 mil pessoas a rever conteúdos. Mesmo assim, o fundador do Facebook avisou: “Nenhum número de pessoas que possamos contratar vai ser suficiente. Temos de confiar em sistemas de inteligência artificial”.
Quando foi a vez de McNerney, perguntou ao presidente executivo do Facebook como é que podia ter acesso a todos os dados que tem no Facebook (está explicado aqui, para quem tem uma conta na rede social). Zuckerberg afirmou que “só aparece o que temos”, dizendo que se não aparece, por exemplo, o conteúdo de tráfego do browser, significa que o Facebook não o tem. Quanto às ferramentas de proteção de dados que, a partir de 25 de maio, o Facebook vai ter na União Europeia, Zuckerberg afirmou que ainda não há data para quando serão implementadas as mesmas ferramentas nos EUA.
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Zuckerberg diz que campanha de Donald Trump não teve privilégios no Facebook
O congressista Guthrie, do Kentucky, perguntou a Zuckerberg se o Facebook era a unica empresa de Silicon Valley com um modelo de negócio baseado em dados de consumidores. Zuckerberg respondeu que sim. “A nossa missão social de tentar ajudar a ligar toda a gente no mundo depende de este ser um serviço que é acessível para toda a gente”.
O líder do Facebook volta a explicar que as pessoas já têm controlo sobre os dados que são usados pelas marcas. “Nós já damos às pessoas o controlo de não usarmos os seus dados para a publicidade, mas a maioria das pessoas não pede isto e acho que é porque querem de algum forma controlar os anúncios que vêm na plataforma”, disse. Mai strade assegurou que quem quiser apagar a sua conta, apaga-a mesmo de vez.
“Se apagar a sua conta certificamo-nos que ninguém a encontra depois de a apagarmos. Assim que apaga a sua conta, esse conteúdo é desmantelado e não vamos ser capazes de voltar a colocá-lo”, explicou Zuckerberg.
Sobre a utilização do Facebook por parte da campanha de Clinton e de Trump, em termos de anúncios na rede social, Zuckerberg diz que não houve nem diferenciação nem privilégios especiais para a campanha de Donald Trump. “Aplicámos todos os nosos padrões a todas as campanhas”, disse.
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Zuckerberg: "Incomodou-me bastante que a app da Cambridge Analytica tenha violado dados".
Os congressistas continuam a fazer perguntas ao fundador do Facebook. Uma das questões faladas pelo Congressista Lance, de Nova Jérsia, foi se a recolha de dados pela Cambridge Analytica violou um protocolo que a empresa tem com a FTC (proteção do consumidor). “Não acho que tenha”, respondeu Zuckerberg. O presidente executivo do Facebook afirmou ainda que ficou “incomodado” com a aplicação de Aleksandr Kogan, a This Is Your Digital Life, que permitiu que dezenas de milhões de perfis fossem copiados e vendidos para análise de dados e criação de anúncios políticos direcionados aos utilizadores.
A congressista Castor, da Flórida, voltou a falar de dados pessoais recolhidos de pessoas que não têm conta de Facebook. Zuckerberg, mais uma vez, assumiu que basta estar num página com ligação ao Facebook para conseguirem recolher dados. Zuckerberg defendeu-se, no final, dizendo os principais dados a que têm acesso foram colocados, voluntariamente, pelos utilizadores na plataforma.