A NASA ainda admite a possibilidade de lançar a missão Artemis I na sexta-feira, às 17h48 de Portugal Continental: “Neste momento, os sistemas não apontam para um problema no motor”, explicou Mike Sarafin, gestor de missão da Artemis.

O engenheiro explicou que a agência espacial norte-americana nunca testou a resiliência dos motores a eventuais fugas de combustível durante os testes. “Já tínhamos falado deste risco na revisão de preparação e já tínhamos combinado que não lançaríamos se não houvesse as condições térmicas adequadas”, revelou Mike Sarafin.

Já começou uma nova conferência de imprensa para debater as dificuldades da missão Artemis I que obrigaram a adiar o lançamento desta segunda-feira. O administrador da NASA, Bill Nelson, repetiu que o lançamento só vai ocorrer quando todos os problemas estiverem resolvidos; e asseverou que tem orgulho pela equipa em torno da missão.

Jim Free, co-administrador para o Desenvolvimento dos Sistemas de Exploração da NASA, explicou que os motores do foguetão precisam de estar a uma temperatura suficientemente baixa para não entrarem em choque térmico com a circulação do hidrogénio criogénico.

Mas explicou também que, mesmo que este problema não tivesse acontecido, o lançamento teria de ser adiado. Além de uma série de problemas técnicos menores que estavam a ser detetados já perto da janela de oportunidade (entre as 13h33 e as 15h33 de Portugal Continental), as condições meteorológicas começaram a deteriorar-se com o surgimento de tempestades no mar, a curta distância da base de lançamento.

Depois de a agência espacial norte-americana ter enchido o tanque de combustível do foguetão Space Launch System (SLS), foi detetado um problema de sobreaquecimento num dos quatros motores principais, os RS-25, que impediu o funcionamento do propulsor de hidrogénio em temperaturas criogénicas. O problema obrigou à suspensão da contagem decrescente para o lançamento, que acabou por ser adiado. Saiba o que aconteceu neste artigo.

NASA adia lançamento da missão Artemis I por problemas num dos motores

Bill Nelson, administrador da NASA, está a reagir ao adiamento da missão Artemis I. Em conferência de imprensa, Bill Nelson disse que “isto apenas faz parte do negócio espacial e particularmente dum voo de teste, estamos a testar a nave de uma maneira não faríamos se houvesse tripulação humana a bordo, esse é o objetivo”.

“Não lançamos até ao momento certo, não acendemos a vela até estarmos prontos”, explicou o administrador da agência espacial norte-americana: “Acho que ilustra que esta é uma máquina muito complicada, um sistema muito complicado e todas estas coisas têm mesmo de funcionar”.

O lançamento da missão Artemis I foi adiado por causa de uma dificuldade em controlar a temperatura de um dos quatro motores do foguetão SLS.

“O lançamento da Artemis I não vai mesmo acontecer porque as equipas estão a trabalhar num problema com um fuga de hidrogénio a afetar o motor. As equipas continuarão a recolher dados”, diz a NASA.

The launch of #Artemis I is no longer happening today as teams work through an issue with an engine bleed. Teams will continue to gather data, and we will keep you posted on the timing of the next launch attempt. https://t.co/tQ0lp6Ruhv pic.twitter.com/u6Uiim2mom

— NASA (@NASA) August 29, 2022

A próxima janela de oportunidade é na próxima sexta-feira, 2 de setembro, às 17h48 de Lisboa, mas a NASA ainda não confirmou se o lançamento fica realmente adiado para esse dia ou para uma data posterior.

Já passam das 13h33. A esta hora, se nenhum problema técnico tivesse sido detetado, a missão Artemis I estaria a levantar voo em direção ao espaço. Mas a contagem decrescente está parada e ainda não há qualquer indicação sobre se o lançamento vai manter-se algures nas próximas duas horas ou não.

A NASA está a explicar o que esteve por trás da fissura encontrada na proteção térmica em torno do estágio principal do foguetão: ar que entrou na espuma de poliuretano e que, ao escapar novamente, congelou, formando gelo.

É um problema que não deve condicionar o lançamento esta segunda-feira. Mas ainda falta perceber porque é que a fuga de combustível está a acontecer, sobreaquecendo um dos motores.

A NASA diz que deve dar novidades nos próximos 10 minutos sobre o lançamento da missão Artemis I. Recorde-se que uma série de problemas técnicos está a condicionar a continuidade da missão, que poderá ser adiada em algumas horas ou mesmo até pelo menos sexta-feira.

AArtemis 1 será o primeiro teste integrado dos sistemas de exploração do espaço profundo da NASA. Um deles é a nave espacial Orion, que transportará astronautas até à Lua. O outro é o Space Launch System (SLS), o mais poderoso foguetão alguma vez construído pela humanidade, que a agência espacial estreará na segunda-feira.

Overnight, we powered-up @NASA_SLS’s core stage components for the #Artemis I launch, including the avionics boxes located inside the core stage. The boxes are connected to various sensors and flight computers to command and control the rocket during tanking, liftoff, and ascent. pic.twitter.com/Bhk4qkWENW

— Jim Free (@JimFree) August 28, 2022

A primeira missão tripulada será a Artemis II, mas só a Artemis III vai realmente alunar com humanos no interior. O foguetão vai ser impulsionado pelos dois propulsores mais poderosos da indústria da exploração espacial (mas que adotaram algumas peças dos tempos do Space Shuttle), que queimam seis toneladas de combustível por segundo, e quatro motores RS-25. Estes motores principais são exatamente os mesmos que foram foram utilizados no programa Space Shuttle e serão reutilizáveis ao longo das três primeiras missões Artemis.

O relógio que conta o tempo que falta para o lançamento da missão está parado nos 40 minutos desde pouco depois das 12h30. E não dá sinais de vida, o que deve atrasar a hora prevista para o lamento da missão Artemis 1.

Segundo a NASA, “a equipa do hidrogénio do foguetão SLS está a discutor planos com o diretor de lançamento da missão Artemis I”.

The countdown clock is on a hold at T-40 minutes. The hydrogen team of the @NASA_SLS rocket is discussing plans with the #Artemis I launch director. Operational commentary continues at https://t.co/z1RgZwQkWS. pic.twitter.com/5J6rHVCe44

— NASA (@NASA) August 29, 2022

A Artemis I é uma missão não tripulada cujo principal objetivo é testar os sistemas tecnológicos do novo foguetão da NASA e a segurança da cápsula Orion. Este será o grande teste da agência espacial norte-americana aos escudos térmicos que devem proteger a cápsula da reentrada na atmosfera.

Apesar de não haver humanos a bordo na missão agendada para hoje, em terra firme os astronautas estão a vivenciar o lançamento com intensidade. Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia, está com os astronautas europeus Alexander Gerst e Luca Parmitano, à espera da partida da missão Artemis I para o espaço. Dormiu duas horas, tal é o entusiasmo.

Two hours sleep ✅ Blue flight suit ✅ ???????? + ???????? + ???????? ✅ go #Artemis1! pic.twitter.com/3lW5BcsvV6

— Thomas Pesquet (@Thom_astro) August 29, 2022

Luca Parmitano, por sua vez, tweetou há meia hora uma fotografia dos três astronautas na base de lançamentos, com os fatos azuis da Agência Espacial Europeia (que está envolvida na missão), a acompanhar o “suspense” causado pelos problemas técnicos no foguetão SLS.

T-59 minutes. Suspense. #Artemis #wearegoing @Thom_astro @astro_luca pic.twitter.com/Eb2J5VHDyo

— Alexander Gerst (@Astro_Alex) August 29, 2022

A fuga de combustível — neste caso, hidrogénio líquido — parece estar resolvida, mas a NASA ainda precisa de testar os sistemas para confirmar a viablidade da missão

A contagem decrescente para o lançamento ficou parada a 40 minutos da nova hora prevista para o início da missão, está a confirmar a NASA.

Entretanto, os engenheiros responsáveis pela fuga no poliuretano em torno do estágio principal do foguetão vão agora debater com o diretor de lançamentos os próximos passos da Artemis I. Há uma possibilidade real de o lançamento será adiado por algumas horas ou então para a próxima sexta-feira.

A Rádio Observador conversou com o astrónomo e entusiasta do espaço José Agusto Matos, professor na Universidade de Aveiro, sobre a pertinência de regressar à Lua mais de 50 anos depois da primeira viagem tripulada ao satélite natural da Terra. Oiça o episódio de hoje da História do Dia aqui.

Meio século depois, porque regressamos à Lua?

O plano inicial era lançar a missão Artemis I às 13h33 de Portugal Continental esta segunda-feira, mas uma série de problemas técnicos pode colocar em xeque esse objetivo. Se assim for, a agência espacial norte-americana poderá esperar até às 15h33 de Lisboa. Se precisar de mais tempo, o lançamento fica adiado para dia 2 de setembro.

Há dois problemas a condicionar a missão. Em primeiro lugar, um dos motores RS-25 — o terceiro de quatro —, instalado na parte inferior do estágio principal: está em sobreaquecimento. Os engenheiros da NASA estão a tentar libertar algum propulsor criogénico para resolver a situação, mas o plano não está a funcionar.

O outro problema é uma fissura no material do sistema de proteção térmica num dos flancos do estágio principal do foguetão — na parte cor de laranja do aparelho, perto das juntas de conexão do poliuretano.