Momentos-chave
- Lisboa prepara-se para a despedida
- Junto à CML o trânsito vai estar condicionado a partir das 9 horas da manhã
- Jorge Coelho: "Ver aqui milhares a prestar homenagem é importante. Era isto que ele gostaria de ver"
- "A minha vontade era ir para Portugal", repete Costa, agora no Twitter
- "Soares tem direito ao reconhecimento da pátria", diz Eanes
- Ruas condicionadas na tarde de terça-feira
- As ruas com trânsito condicionado na segunda-feira
- Primeiras homenagens concentram-se no Largo do Rato
- Catarina Martins assina livro de condolências no Rato e fala no "combatente anti-fascista" de Soares
- Manuel Alegre destaca "homem de fibra" que pensava sempre que ia ganhar
- Costa explica que "não foi uma decisão pessoal" estar ausente nas cerimónias fúnebres
- Um minuto de silêncio na Índia por Soares
- Passos Coelho no Rato a assinar livro de condolências
- Câmara de Lisboa espalhou 500 cartazes pela cidade em homenagem a Soares
- Livro de condolências na sede do PS, que hoje está de portas abertas
- Primeiro-ministro do Canadá sublinha papel de Soares no regresso da democracia
- Jorge Lacão, na sede do PS, recordou legado decisivo para a democracia
- Santos Silva, número dois do Governo, interrompe viagem oficial à Índia
Histórico de atualizações
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Por hoje ficamos por aqui. Amanhã iremos acompanhar o início das cerimónias fúnebres de Mário Soares, que terão logo início pela manhã.
O cortejo que transportará o corpo do ex-Presidente da República irá passar por vários pontos chave de Lisboa, terminando no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, onde ficará em câmara ardente. A partir das 9h haverá condicionamentos de trânsito (veja aqui os locais onde não será possível circular de carro).
Obrigada por nos ter acompanhado.
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Presidente de Cabo Verde vai participar nas cerimónias fúnebres
O Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, vai viajar até Lisboa para participar no funeral de Mário Soares, na terça-feira. Com ele irá também o ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, Luís Filipe Tavares.
“Cabo Verde perdeu um grande amigo, uma referência democrática mundial e o Presidente entendeu que deveria estar presente nas cerimónias fúnebres e o governo estará também através do ministro dos Negócios Estrangeiros”, disse à Agência Lusa Luís Filipe Tavares.
A comitiva deverá partir para Lisboa ao início da tarde de segunda-feira para participar no velório e, depois, no funeral, que se realizará no dia seguinte.
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Marques Mendes: "Sempre tive uma grande admiração por ele"
Referindo-se a Mário Soares como um “manual de vida muito importante e singular”, Luís Marques Mendes defendeu que é “tempo de garantir a eternidade do seu legado”. “Sempre tive uma grande admiração por ele em muitos momentos e um enorme respeito”, afirmou.
Acho que Soares tem uma riqueza de vida inigualável, no plano interno e internacional. E depois há outra característica que acho importante (sempre apreciei isso) — saber ganhar e saber perder. Ele sabia ganhar e ser magnânimo a seguir. Que o diga [Diogo] Freitas do Amaral — o confronto foi violento mas acabaram grandes amigos”, salientou Marques Mendes.
“Quando perdia, não era um homem que se deixava abater ou deprimir. Partia logo para novas competições ou novas iniciativas. Ninguém ficava indiferente.”
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Marques Mendes: descolonização é o ponto mais sensível
No seu comentário semanal, Luís Marques Mendes considerou que a descolonização é o ponto “mais sensível” da vida política de Mário Soares e aquele em que foi mais criticado — “ainda hoje”.
“Muitas das pessoas que vieram de África tem toda a razão em queixarei-se”, considerou, acrescentando que é normal terem “uma revolta legítima” porque “vieram em circunstâncias muitas vezes inadmissíveis”. Porém, o comentador defendeu que a desculpa “que Soares sempre deu” também é “legítima”.
A descolonização não foi bem feita pelas circunstâncias e as condições. Foi tardia e o poder político em Portugal não tinha força, não tinha autoridade para ter uma boa capacidade negocial.”
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O Observador recupera este domingo um excerto do capítulo da biografia “Mário Soares – Uma Vida”, de Joaquim Vieira, dedicado a um dos pontos mais polémicos da vida política de soares: a descolonização.
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“Mário Soares fez uma Presidência da República que ainda hoje é marcante em vários pontos”, considerou Luís Marques Mendes, referindo-se ao primeiro mandato, marcado por uma “cooperação quase institucional” com o então primeiro-ministro, Aníbal Cavaco Silva, e ao segundo mandato, já feitas as pazes com o PS e ajudando “a destruir o chamado cavaquismo”.
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Para Luís Marques Mendes, existem quatro grandes momentos em que Mário Soares foi “um verdadeiro herói”: a luta contra a unicidade sindical; “a seguir ao 11 de março de 1975”, quando “houve a intenção dos militares de adiar as eleições para a assembleia constituinte”; a manifestação da fonte luminosa e o debate televisivo contra Álvaro Cunhal.
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Lisboa prepara-se para a despedida
A cidade de Lisboa — onde Soares nasceu e viveu a maior parte da sua vida — preparou-se hoje para a despedida ao antigo Presidente da República. A maior homenagem deste domingo concentrou-se na sede do PS, no Largo do Rato, mas já surgiram alguns sinais um pouco por toda a cidade que pode ver nesta fotogaleria:
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A SIC divulgou uma imagem dos claustros do Mosteiro dos Jerónimos — monumento que este domingo esteve com visitas condicionadas — que já estão a ser preparados para a cerimónia evocativa de Mário Soares, na terça-feira.
Mosteiro dos Jerónimos prepara-se para receber funeral de Mário Soares https://t.co/Bm7CCtn0oc pic.twitter.com/HDei5dCjcl
— SIC Notícias (@SICNoticias) January 8, 2017
Recorde-se que este é o mesmo espaço que acolheu, em junho de 1985, a cerimónia da assinatura da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (hoje União Europeia).
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Marques Mendes: "Uma das figuras mais carismáticas em Portugal e na Europa"
No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes elogiou as qualidades políticas de Mário Soares, que o “distinguiam de todos os outros”. Considerando-o como “uma das figuras mais carismáticas em Portugal e na Europa”, Marques Mendes afirmou que Soares, quer gostemos dele ou não, é “a maior figura da democracia portuguesa”.
“Ele esteve, antes do 25 de Abril, na luta pela liberdade e, depois do 25 de Abril, contra a ameaça de um totalitarismo de esquerda, na luta pelo fim da tutela militar e por um regime civil e plural, na fase da descolonização, na fase da integração europeia, na fase da normalização política e também na afirmação de Portugal no exterior”, disse o comentador.
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"Um gigante político improvável"
O britânico The Guardian publicou um obituário sobre Soares, assinado por um dos correspondentes internacionais do jornal, onde o antigo Presidente da República é descrito como “um gigante político improvável”. O texto refere-se ainda a Mário Soares como o “pai da democracia moderna portuguesa”, “um opositor da ditadura” e o homem que “preparou Portugal para entrar na União Europeia”.
Sobre as características do político, o jornalista refere “falhas típicas dos políticos de carreira: o orgulho e o espírito vingativo” e ainda uma “aparente trivialidade” que o fazia parecer um “comerciante de província”. O artigo que faz uma resumo da vida do antigo primeiro-ministro e antigo Presidente da República português, alonga-se sobre o papel de Soares no pós-25 de abril, e não deixa de referir o apelido “bochechas” que foi colado ao socialista.
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Junto à CML o trânsito vai estar condicionado a partir das 9 horas da manhã
A Câmara de Lisboa enviou uma nota às redações a dar conta dos pormenores do momento da trasladação da urna do antigo Presidente da República do carro fúnebre, onde vai ser transportado desde o Campo Grande, para o armão militar que estará à espera nos Paços do Concelho. Este momento do cortejo fúnebre está previsto para as 11 horas. Daí, o corpo de Soares será transportados em cortejo até ao Mosteiro dos Jerónimos.
A autarquia informa ainda que o trânsito no local vai estar condicionado a partir das 9 horas, concretamente no acesso à Praça do Município, Rua do Comércio e Rua do Arsenal.
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Jorge Coelho: "Ver aqui milhares a prestar homenagem é importante. Era isto que ele gostaria de ver"
À porta da sede nacional do PS, o socialista Jorge Coelho falou aos jornalistas dizendo que acredita que as cerimónias fúnebres de Soares “vão ter sempre forte participação popular” e que “essa é a melhor homenagem que se pode fazer a Soares”. Por esta altura do dias já foram milhares as pessoas, sobretudo cidadãos anónimos, que passaram pela sede do partido em Lisboa para assinar o livro de condolências (já há sete disponibilizados, dada a afluência).
Ver aqui milhares de pessoas a prestar esta homenagem é importante. Era isto que ele gostaria de ver. Os milhares de pessoas que sempre estiveram com ele em todo o país e em particular do PS”
Para o socialista, “falar de Soares é falar do PS e falar do PS é falar de Mário Soares” e também é “falar da liberdade e da democracia em Portugal”. Coelho sublinhou as “características de combatente de um homem que nunca desistiu”.
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O selecionador nacional de futebol Fernando Santos falou à SIC sobre a morte de Soares que considera “uma perda importante para o país”. Sobre o antigo Presidente da República Fernando Santos disse que “marcou claramente a parte final do século XX” e também para ele mesmo, afirmando que cresceu numa democracia “que fundamentalmente se deve” a Mário Soares.
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"A minha vontade era ir para Portugal", repete Costa, agora no Twitter
No Twitter de António Costa surgiu entretanto uma mensagem onde o primeiro-ministro volta a dizer que a sua vontade pessoal era voltar a Portugal para as cerimónias fúnebres de Mário Soares. Costa já o tinha dito hoje, mas repete-o agora nas redes sociais.
https://twitter.com/antoniocostapm/status/818156015921299458
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Centeno sobre Soares: É uma "referência que temos de saber merecer"
O ministro das Finanças, Mário Centeno, também passou pelo Largo do Rato para assinar o livro de condolências pela morte de Soares e, à saída, disse apenas aos socialistas ver no fundador do PS uma “uma pessoa enorme. Uma referência para o país que temos de saber merecer”.
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Machete fala no "papel decisivo de Soares" em evitar a "comunização do país"
Rui Machete relembrou, diante dos Jerónimos e em declarações à SIC, os tempos em que foi vice-primeiro-ministro do Governo de Bloco Central chefiado por Mário Soares, “um político de envergadura excecional”, disse.
Para o social-democrata, que recordou o papel de Soares na adesão de Portugal à CEE, “talvez tenha sido ainda mais importante o que ele fez pela liberdade e democracia nos primeiros anos pós 25 de abril”. Foi, disse Machete, “uma das pessoas com papel decisivo, fazendo soçobrar a tentativa de comunização do país. Estivemos à beira de uma guerra civil e felizmente isso não aconteceu pela prudência de muitos e pelo papel decisivo de Soares”.
Machete sublinhou um “lutador pela democracia e a liberdade com muita coragem”, uma “figura notável”, a quem “Portugal deve muito”.
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Futre rezava por Mário Soares e garante que foi ele que lhe salvou a carreira de futebolista
O antigo futebolista Paulo Futre diz que o antigo Presidente da República Mário Soares lhe salvou a carreira, concedendo-lhe o estatuto de alta competição e adiando o cumprimento do serviço militar. “Como político, pode-se ou não gostar de Mário Soares e concordar ou não com o que fez. A nível pessoal, para mim, foi muito importante. Foi ele quem salvou a minha carreira”, refere Paulo Futre num texto publicado hoje na sua página de Facebook.
Futre conta que no verão de 1987, quando se transferiu do FC Porto para o Atlético de Madrid, foi chamado para cumprir 16 meses de serviço militar obrigatório, o que o impediria de jogar durante esse período. O antigo internacional, que na altura tinha 21 anos, explica que foi Mário Soares, à data Presidente da República, que resolveu a questão.
Segundo Futre, num telefonema, Mário Soares ter-lhe-á dito: “Para mim, como Presidente da Republica portuguesa, é uma honra anunciar-te que és o primeiro português a ter estatuto de atleta de alta competição. Como resultado, vais ter um adiamento de oito anos do serviço militar. Mas tens de prometer-me uma coisa: tens de triunfar por Portugal”.
“Foi ele que me permitiu poder tornar-me no primeiro jogador português a brilhar fora de portas e a elevar o nome da nossa nação pelo mundo fora. Fui o primeiro a beneficiar do novo estatuto, mas depois de mim todos beneficiaram: Figo, Rui Costa, Cristiano Ronaldo” refere Paulo Futre.
O antigo futebolista, que em Portugal representou os ‘três grandes’, garante que depois deste gesto de Mário Soares passou a ter um ritual: “Cinco minutos antes de entrar em campo: rezava por mim, por Portugal e pelo senhor Mário Soares”.
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"Soares tem direito ao reconhecimento da pátria", diz Eanes
O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes falou este domingo da morte de Mário Soares destacando a “determinação, coragem e coerência” como “traços característico da ação política de Mário Soares”.
Numa curta declaração feita a partir do seu gabinete em Lisboa, Eanes sublinhou a importância de Soares “nos primeiro tempos, em defesa da generalidade da democracia, contra o regime salazarista” e mais tarde também na “ação de relevo na consolidação da democracia ao desenvolver a ação política que permitiu o país entrar na então Comunidade Económica Europeia”.
Mário Soares tem o direito ao reconhecimento da pátria e obviamente o direito a ocupar um lugar de grande relevância na história do nosso país”
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Ruas condicionadas na tarde de terça-feira
Na terça-feira, dia do funeral de Mário Soares, o cortejo fúnebre do antigo Presidente da República também vai obrigar a limitações de trânsito em algumas zonas de Lisboa entre as 13 horas, altura em que o corpo de Soares sai do Mosteiro dos Jerónimos, até às 16 horas, quando chega ao cemitério dos Prazeres:
– Em Belém: Praça do Império, Rua de Belém, Praça Afonso de Albuquerque, Avenida da Índia e Avenida 24 de Julho.
– Zona da Assembleia da República: Avenida D. Carlos I e Rua de São Bento.
– Junto à sede do PS: Largo do Rato e Avenida Álvares Cabral.
– Caminho até aos Prazeres: Rua de São Jorge, Rua da Estrela, Rua Domingos Sequeira, Rua Saraiva de Carvalho e Praça São João Bosco.