Uma possível cimeira entre os EUA e a Rússia estará, por agora, descartada. A Casa Branca diz que “certamente não está nos planos”.

Como requisito para Joe Biden e Vladimir Putin se encontrarem, os EUA exigem uma desescalada da tensão.

Também hoje os EUA cancelaram o encontro entre o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

Uma forte explosão foi ouvida na região separatista de Donetsk, avança a agência Reuters.

Vários meios de comunicação russos avançam que a explosão poderá ter sido um ataque à televisão estatal da RPD, e divulgaram imagens, mas a informação não foi confirmada por fontes oficiais.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, criticou hoje a Rússia por ter reconhecido a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, caracterizando a movimentação de tropas como uma “invasão”.

O Canadá disse que a Rússia violou “obrigações de direito internacional”, bem como a carta das Nações Unidas. Além disso, o primeiro-ministro canadiano revelou estar em contacto com os aliados.

Para condenar as ações de Rússia, o Canadá lançou o “primeiro pacote de sanções”. A primeira medida deste pacote passa por “banir canadianos” de participarem em operação financeiras que envolvam as duas repúblicas. A segunda consiste em sanções ao parlamentares que apoiaram a independência dos territórios. A terceira impede os canadianos de adqurirem dívida russa. E a quarta implica sanções a dois bancos.

O Canadá anunciou ainda que vai enviar 460 membros do exército canadiano para a Europa, mais concretamente para a Letónia, para “promover a paz” no continente.

Antony Blinken acusou a Rússia de “mascarar” a invasão da Ucrânia com eventual entrada do país na NATO: “O que Putin quer é a total subjugação da Ucrânia à Rússia”. O secretário de Estado vai ainda mais longe: o que Moscovo quer pode passar pela “reconstituição do império russo” ou pela reconstituição de uma “esfera de influência”.

Segundo os EUA, Putin considera que a Ucrânia não é um “país soberano”.

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, anunciou hoje que os EUA cancelaram o encontro marcado para quinta-feira, em Genebra, com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, tendo sido enviada uma carta para informar o chefe da diplomacia de Moscovo.

O secretário de Estado justificou a decisão com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia e também porque Moscovo rejeitou o caminho diplomático, algo que Washington diz ainda estar a tentar fazer.

Numa declaração ao país, Antony Blinken caracterizou o discurso de Putin como “perturbador” e deu a entender que Moscovo quer ocupar toda a Ucrânia.

Donald Trump falou esta terça-feira sobre a situação na Ucrânia e, em entrevista ao programa Clay Travis and Buck Sexton Show, defendeu que Biden não deveria ter enviado tropas para a Ucrânia. “Isto é genial”, disse sobre o reconhecimento da independência das regiões separatistas pela Rússia, admitindo que foi uma jogada inteligente.

O antigo presidente norte-americano elogiou Putin e definiu-o como experiente e como “um génio”.

“Putin declara uma grande parte da Ucrânia [como sendo] da Ucrânia. Putin declara-a independente. Isso é maravilhoso.” E questionou: “Quão inteligente é isto?E ele vai entrar e vai ainda ser um pacifista”.

Trump defendeu ainda que Putin decidiu invadir a Ucrânia agora e não durante a sua presidência, porque mantinha uma boa relação com o presidente russo. “Eu conhecia muito bem Putin. Dava-me bem com ele. Ele gostava de mim e eu gostava dele”, acrescentou.

Zelensky anunciou esta terça-feira que a Ucrânia vai mobilizar parcialmente os militares na reserva por tempo indeterminado. Num discurso ao país, o presidente ucraniano garantiu que não vai ceder territórios à Rússia, tentando, para isso, seguir a via diplomática.

O presidente ucraniano garantiu que o efetivo militar não será reforçado e que o país não vai, para já, avançar com uma mobilização total dos militares para as Forças Armadas.

Zelensky adiantou ainda que será lançado um programa de “patriotismo económico” para incentivar a produção local e reduzir os impostos sobre a gasolina.

Andrzej Duda, presidente da Polónia, e o seu homólogo lituano, Gitanas Nauseda, viajaram para Kiev e vão encontrar-se com Zelensky esta quarta-feira.

Os dois países reafirmam assim o seu apoio à Ucrânia, depois de Putin ter reconhecido a independência das regiões separatistas.

Os Estados Unidos enviaram 20 helicópteros AH-54, que estavam na Alemanha, para a zona do Báltico, avança a agência Reuters, citando uma fonte da Defesa norte-americana.

Cerca de 800 tropas norte-americanas que estavam em Itália foram também enviadas para a região.

Estes destacamentos estão em linha com o que foi anunciado há momentos pelo Presidente Joe Biden, que disse pretender mobilizar tropas que o país tem estacionadas na Europa para a região, com o objetivo de “fortalecer os nossos aliados bálticos — Estónia, Letónia e Lituânia”.

Donald Trump criticou a atuação de Joe Biden pela sua atuação na crise entre a Rússia e a Ucrânia. “Se fosse devidamente gerida, não havia razões para que esta situação que se está a passar na Ucrânia tivesse acontecido”, disse.

.@POTUS45:

"If properly handled, there was absolutely no reason that the situation currently happening in Ukraine should have happened at all. I know Vladimir Putin very well, and he would have never done during the Trump Administration what he is doing now, no way!"

FULL: pic.twitter.com/6qE9YfLE8y

— Natalie Harp (@NatalieJHarp) February 22, 2022

Em comunicado, o ex-Presidente dos EUA salientou que “conhece Vladimir Putin muito muito bem” e que o chefe de Estado russo “não teria feito o que fez” durante a sua administração.

“A Rússia tornou-se muito muito rica durante a administração Biden com o preço do petróleo a duplicar”, apontou Trump, caracterizando as sanções que Joe Biden anunciou como “fracas” e “insignificantes”.

“Este país está numa confusão”, concluiu Trump.