No último mês, o aumento da pandemia tem aumentado a pressão sobre os serviços de saúde, em especial em Lisboa e Vale do Tejo, onde quase 90% das camas de UCI estão ocupadas.

Ali vive-se a situação mais grave do país. Com 71 doentes internados em UCI, este valor representa 62% do total de casos nacionais e corresponde a 86% do limite regional de 83 camas de cuidados intensivos.

A nível nacional, 60 das pessoas internadas em cuidados intensivos têm entre 40 e 59 anos, o grupo etário com maior número de casos internados em UCI.

Outro dado revelado pelo relatório das linhas vermelhas do Insa e da DGS que, desde a passada semana passou a incluir uma tabela com a taxa de incidência por faixa etária, é uma enorme subida entre as crianças em idade de frequentar a escola primária.

Em relação à semana passada, há um aumento de 46% na taxa de incidência entre as crianças dos 0 aos 9 anos, o maior crescimento de todos. Quando se olha para o valor, ele é de 214 casos por 100 mil habitantes, o quarto maior, acima das taxas de qualquer faixa etária dos 50 anos para cima.

A taxa mais elevada é de 427 casos por 100 mil habitantes nos jovens entre os 20 e os 29 anos, e de 291 casos dos 10 aos 19 anos, valor igual ao dos jovens entre os 30 e os 39 anos.

Entre os mais velhos, no grupo etário com mais de 80 anos, a incidência cumulativa é de 43 casos por 100 mil habitantes — um valor baixo, mas uma subida de 34% em relação ao observado na semana anterior.

Evolução por idades

O relatório das linhas vermelhas da pandemia mostra ainda que:

• A nível nacional, a proporção de testes positivos foi de 3,2% (semana passada 2,3%), valor que se mantém abaixo, mas mais próximo, do limiar definido de 4%;
• A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 7,5% (semana passada 4,2%), mantendo-se abaixo do limiar de 10%;
• Nos últimos sete dias, 90% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados 78% dos seus contactos.

A análise dos diferentes indicadores mostram uma atividade epidémica de elevada intensidade e tendência crescente, disseminada em todo o país. O maior impacto é na região de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve e está associada à disseminação crescente da variante Delta, dominante no continente, alerta-se no relatório do Insa e da DGS.

Assim, no último mês, o aumento da pandemia “tem condicionado, um aumento gradual na pressão dos cuidados de saúde, em especial na ocupação dos cuidados intensivos”.

Nestas unidades, o número diário de casos internados revelou uma tendência crescente, correspondendo a 47% (semana passada 43%) do valor crítico definido de 245 camas ocupadas.

Em apenas seis dias, Portugal poderá atingir uma taxa de incidência de 240 novos casos por 100 mil habitantes — valor já ultrapassado nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve.

O alerta é feito no relatório das linhas vermelhas da pandemia da Direção-Geral da Saúde e do Insa com base na taxa de incidência e na velocidade de transmissão do vírus.

Segundo o relatório, nos últimos 14 dias, a taxa de incidência foi de 200 casos por 100 mil habitantes, enquanto que o Rt apresenta valores superiores a 1 ao nível nacional (1,16) e em todas as regiões de saúde. “Esta tendência crescente é mais acentuada nas regiões Centro e Algarve, que apresentam um Rt de 1,24 e 1,28 respetivamente.”

A variante Delta, que na semana passada já era dominante no país, é agora responsável por 70% dos novos casos de Covid-19 diagnosticados em Portugal.

Esta é uma das novidades do relatório semanal das linhas vermelhas da pandemia, da responsabilidade do Insa, Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e da Direção Geral de Saúde (DGS).

A modalidade “casa aberta” vai ficar disponível amanhã para “vacinação de primeiras doses de utentes não estejam agendados, com idade igual ou superior a 45 anos e que não tenham sido infetados com Covid-19 nos últimos seis meses”, diz a Task Force num comunicado.

Os utentes têm de dirigir-se ao Centro de Vacinação COVID “correspondente ao Centro de Saúde onde estão inscritos” e “nos horários específicos” para modalidade em questão.

A tipo de vacinação “casa aberta” permite “assegurar que todas as pessoas elegíveis são chamadas ao processo de vacinação”, lê-se na mesma nota.

Os horários de funcionamento podem ser consultados aqui.

Todas as regiões, exceto os Açores, apresentam um índice de transmissibilidade superior a 1 (numa média a cinco dias), reportou o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa). Norte e Centro estão a acelerar o aumento de novos casos e Lisboa diminui ligeiramente.

A região de Lisboa e Vale do Tejo, onde o número de casos estava a aumentar mais rapidamente, desacelerou e agora é a região Norte e Centro que apresentam os maiores aumentos no índice de transmissibilidade.

Observou-se um aumento acentuado do R(t) nas regiões Norte e Centro: a região Norte passou de 1,05 a 22 de junho para 1,29 a 27 de junho e a região Centro de 1,09 a 19 de junho para 1,23 a 27 de junho. Este resultado sugere uma aceleração da incidência nestas regiões”, refere o relatório.

A região com o índice de transmissibilidade mais alta entre 23 e 27 de junho foi a região do Algarve, com R(t) de 1,28, seguido do Centro, com R(t) de 1,24, e do Norte, com R(t) de 1,22. Nas restantes regiões o índice de transmissibilidade estava abaixo de 1,20 e nos Açores era de 0,86.

A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que teve o maior número de novos casos (média a cinco dias), com 937 casos registados, mas o Algarve é que registou a maior incidência cumulativa a 14 dias: 378,8 novos casos por 100 mil habitantes.

A região autónoma da Madeira apresenta a incidência cumulativa mais baixa de todo o país (51,2 casos por 100 mil habitantes), seguida do Centro (86 casos por 100 mil habitantes) e Norte (90,8).

A Guiné-Bissau registou mais 11 casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo dados hoje divulgados pelo Alto Comissariado para a Covid-19.

Segundo os dados, na quinta-feira foram registados mais 11 casos para um total acumulado de 3.880 e realizados 359 testes.

Os dados referem que mais três pessoas foram dadas como recuperadas da doença para um total acumulado de 3.591 e que há 214 casos ativos no país.

Segundo o boletim diário, 12 pessoas estão internadas devido à doença. Desde o início da pandemia, a Guiné-Bissau já registou 69 vítimas mortais.

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) alertou hoje para os “fortes impactos” da pandemia no setor e avisou que os apoios têm de chegar rapidamente às empresas, tendo já pedido uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa.

“No quadro da atual situação pandémica no país, que está a ter fortes impactos na atividade das empresas do turismo, e perante as dificuldades sentidas na recuperação nos meses de Verão”, a confederação adverte que “os apoios já definidos têm de chegar rapidamente às empresas, diz a CTP em comunicado.

A confederação apela para que “as atuais condições” do apoio extraordinário à retoma progressiva se mantenham até ao final de ano “e não apenas durante julho e agosto, como foi ontem [quinta-feira] aprovado em Conselho de Ministros”.

A Espanha volta a estar com um “risco elevado” de contágios de Covid-19, com a incidência acumulada a superar hoje os 150 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, segundo as autoridades sanitárias.

O país registou hoje 450 casos na faixa etária dos 20 aos 29 anos.

Segundo os números divulgados pelo Ministério da Saúde espanhol, a incidência acumulada (nível de contágios) teve uma subida, tendo passado dos 134 (quinta-feira) para 153 casos (hoje) diagnosticados por cada 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.

Itália registou 28 mortes e 794 novas infeções nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde, quando se confirma o reforço da variante Delta, responsável por quase 25% dos casos totais.

Com estes aumentos, em linha com as últimas semanas, o saldo do total de infeções chega a 4.261.582 – desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020 – enquanto o número de mortes subiu para 127.615.

Por outro lado, a pressão sobre os hospitais continua a diminuir: das 47.779 pessoas com Covid-19, 1.682 estão internadas, 79 menos que quinta-feira, e 213 estão em cuidados intensivos (-16).

O Alto Comissariado para a Covid-19 da Guiné-Bissau e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram hoje um acordo para reforço do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus, que prevê também aumentar a resiliência das comunidades.

Segundo o representante do PNUD na Guiné-Bissau, Tjark Egenhoff, o projeto está dividido em três áreas, nomeadamente o reforço e compra de material para lutar contra a Covid-19, o reforço do trabalho do call center, integrando-o em toda a vigilância e também na dimensão da vacinação, e uma terceira parte que inclui ações de oportunidades económicas para as pessoas mais vulneráveis.

“É um programa de transferência de recursos para as comunidades que desenham projetos para ativação ou reativação económica”, afirmou Egenhoff.

O representante do PNUD exemplificou por exemplo com as obras públicas.