Para já, só um teste deu positivo, mas a possibilidade de um surto de Covid-19 no Centro de Formação de Portalegre da GNR não pode ser afastada. Fonte oficial da Guarda confirmou ao Observador que um dos formandos — os guardas provisórios — recebeu um diagnóstico positivo, encontrando-se em isolamento. Para além deste, e depois de alertadas as autoridades de saúde locais, mais 12 guardas provisórios ficaram em isolamento profilático. Atualmente, 302 frequentam o curso.

Antes deste caso, confirma a GNR, já um outro formando tinha sido enviado para isolamento por ter contactado com um doente Covid positivo. Apesar de o teste deste aluno ter dado negativo, continua, por precaução, em isolamento profilático. Estão, no total, 14 guardas provisórios em isolamento.

Os dois casos não estão relacionados, garante fonte do gabinete de relações públicas da Guarda, não se podendo falar, para já, de um surto. É preciso esperar pelos resultados dos testes para se afastar, ou não, esse cenário. “As autoridades de saúde consideraram que 12 guardas provisórios tiveram contacto relevante com o infetado e foi-lhes decretado isolamento”, explica a mesma fonte. Ainda se aguardam os resultados dos testes laboratoriais à presença do vírus da Covid-19, não havendo previsão de quando serão recebidos.

O Observador quis saber em que condições decorre o curso, mas não foram adiantados detalhes específicos. Apenas foi garantido que no Centro de Formação são cumpridas todas as regras impostas pela Direção Geral de Saúde e que o curso de guardas teve de ser reformulado para se adequar às regras sanitárias vigentes durante a pandemia.

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O 44.º curso de formação de guardas arrancou a 21 de junho, tem duração de oito meses e conta com 302 guardas provisórios (formandos). Segundo a GNR divulgou em comunicado no início das aulas, o curso decorre à distância e presencialmente, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde.

Entre os formandos, 10% são mulheres, 93% têm o 12.º ano e os demais 7% têm formação académica superior. Pouco mais de metade, 57%, têm entre 20 e 24 anos e 46% já cumpriu o serviço militar nas Forças Armadas. O curso oferece formação geral militar e formação nas áreas jurídicas e técnico-profissionais, tendo também uma vertente mais prática que procura proporcionar aos alunos um experiência semelhantes às funções operacionais da GNR.

A escola de Portalegre ficou marcada pelo processo Red Man que investigou a violência durante um treino de bastão, durante o qual um oficial provocou ferimentos graves a dez jovens guardas. Um deles ficou parcialmente cego.

Foi também depois de sair deste centro de formação, onde assistiu à cerimónia de Juramento de Bandeira dos formandos do 43.º Curso de Formação de Guardas da GNR, que Eduardo Cabrita teve um acidente rodoviário na A6. A viatura onde seguia o ministro da Administração Interna atropelou mortalmente um homem de 43 anos, havendo uma investigação em curso.