Foram vários os acontecimentos que marcaram as últimas horas do 75.º dia da invasão da Ucrânia. Este é o ponto da situação:

• O governo ucraniano entregou a segunda parte do questionário especial de obtenção do estatuto de candidato à adesão à União Europeia. Na sua habitual mensagem diária, Volodymyr Zelensky mostrou-se otimista em relação ao processo, adiantando que a Ucrânia espera receber uma “resposta positiva em junho”.
• O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fez uma visita surpresa a Odessa e esteve reunido com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal. A reunião teve de ser interrompida devido a um alerta de bombardeamento. A localidade foi atacada por vários mísseis ao longo do dia.
• Ainda em Odessa, Charles Michel deixou uma mensagem aos ucranianos: “Vocês não estão sozinhos. Estamos ao vosso lado. Não vos vamos desiludir. Vamos estar convosco o tempo que for necessário“, garantiu o presidente do Conselho Europeu.
• Joe Biden assinou uma nova versão do “Lend-Lease Act”, uma lei originalmente implementada durante a Segunda Guerra Mundial que vai permitir aos EUA cederem material bélico à Ucrânia. Volodymyr Zelensky agradeceu no Twitter o apoio do Presidente norte-americano “na luta pela liberdade e futuro” da Ucrânia.
• Ursula von der Leyen viajou até Budapeste para se reunir com o primeiro-ministro húngaro por causa do novo pacote de sanções e o boicote europeu ao petróleo russo. No Twitter, a presidente da Comissão Europeia disse que a conversa ajudou a clarificar certos pontos e que foram feitos “Progressos”, mas que é preciso continuar a trabalhar.
• A Procuradoria-Geral da Ucrânia identificou outro oficial russo suspeito de ter cometido atrocidades em solo ucraniano. De acordo com o The Kyiv Independent, Anton Struyev, comandante da 15.ª Brigada de Fuzileiros Motorizados, terá espancado dois civis para obter informações sobre o Exército ucraniano.
• O Conselho de Direitos Humanos da ONU vai realizar uma sessão especial esta quinta-feira para discutir a situação humanitária na Ucrânia, noticia a AFP. A sessão foi pedida por Kiev e apoiada por mais de 50 países.
• Os prémios Pulitzer atribuíram este ano a sua citação especial aos jornalistas ucranianos pela “coragem, resistência e compromisso com a verdade” na cobertura da invasão russa. Os vencedores dos galardões norte-americanos de jornalismo foram anunciados esta segunda-feira à noite.

Os prémios Pulitzer atribuíram este ano a sua citação especial aos jornalistas ucranianos pela “coragem, resistência e compromisso com a verdade” na cobertura da invasão russa.

“Apesar dos bombardeamentos, sequestros, ocupação e até mortes nas suas fileiras, eles persistiram no seu esforço para fornecer uma imagem precisa de uma realidade terrível, honrando a Ucrânia e os jornalistas de todo o mundo”, afirmaram os membros do júri.

Congratulations to the journalists of #Ukraine. Thank you for showing the truth to the whole world. #Pulitzer prize acknowledges their courage, endurance & commitment to truthful reporting amid Russian invasion and propaganda war.

Thank you @PulitzerPrizes!#StandWithUkraine️ pic.twitter.com/HCxUdV9vJM

— MFA of Ukraine ???????? (@MFA_Ukraine) May 9, 2022

Os vencedores dos prémios Pulitzer, atribuídos aos melhores trabalhos jornalísticos e literários do ano anterior, foram divulgados esta segunda-feira.

O governador de Donetsk declarou que há “definitivamente” mais de 100 civis na fábrica de aço em Azovstal, onde estão os últimos membros da resistência de Mariupol.

De acordo com a BBC, Pavlo Kyrylenko disse que a intensa pressão por parte das tropas russas tem dificultado a evacuação.

Ao início da tarde, aAl Jazeera noticiou que o Ministério da Defesa ucraniano informou que as forças militares russas estavam a tentar controlar a fábrica.

Lembrando que hoje se celebra o Dia da Vitória e o fim da Segunda Guerra Mundial, Zelensky defendeu que “hoje tudo é diferente”.

“Nas capitais europeias, o tópico principal de conversa é o preço da paz que será pago para parar a guerra desencadeada pela Rússia. E também o preço que será pago por a Rússia ter trazido o mal da guerra total novamente para a Europa”, afirmou o Presidente.

“Tenho a certeza que também é o principal tópico de conversa em Moscovo. Podem mostrar qualquer coisa através da propaganda — que seja. E fazer quaisquer declarações políticas. Mas a realidade não pode ser alterada. A realidade pede paz. O único culpado pela destruição da paz é e será o Estado russo. É uma responsabilidade histórica da Rússia.”

Reiterando que os ucranianos continuarão a lutar pelo seu país, Zelensky disse estar agradecido por todos aqueles que defendem o território dos russos. “A bandeira ucraniana vai voltar. Porque este é o nosso país. Um país europeu livre. O nosso Estado”, concluiu o Presidente.

Na sua mensagem diária, Volodymyr Zelensky mostrou-se otimista em relação à adesão da Ucrânia à União Europeia.

Referindo-se à entrega da segunda parte do questionário especial para a adesão à UE, o Presidente ucraniana salientou que o passo geralmente “demora meses” a ser completado, mas que tudo foi feito “em semanas”. “Este é um documento que tem centenas de páginas.”

Apontando que Ursula von der Leyen se mostrou surpresa com a rapidez com que a Ucrânia completou o questionário, Zelensky disse ter ficado satisfeito por ouvir que isso encoraja a Comissão Europeia a agir igualmente depressa.

“Esperamos receber uma resposta positiva em junho sobre a aquisição do estado de candidato à União Europeia pelo nosso país”, disse o Presidente ucraniano.

Zelensky agradeceu ainda a Charles Michel e Ursula von der Leyen, com os quais conversou hoje, o apoio e atenção dados à Ucrânia num “tempo difícil de guerra”.

Odessa voltou a ser palco de bombardeamentos.

De acordo com o The Kyiv Independent, a cidade foi novamente atacada esta noite. O ataque provocou um incêndio num centro comercial.

Outras localidades na região foram também bombardeadas.

⚡️Russian missiles hit Odesa for the second time on May 9.

A fire broke out at a shopping mall as a result of the attack. Earlier on May 9, both Odesa and other locations in Odesa Oblast were hit by Russian missiles as well.

— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) May 9, 2022

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou hoje com a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, sobre cooperação na esfera energética, mais apoio na defesa contra as forças russas e reforço nas sanções.

“No Dia da Europa, os ucranianos defendem os nossos valores europeus comuns com armas nas mãos”, declarou Zelensky no Twitter.

Held negotiations with @SwedishPM. Discussed cooperation in the energy sphere, further defense support in the fight against the Russian aggressor, strengthening of sanctions on Russia. On #EuropeDay, Ukrainians defend our common European values ​​with weapons in their hands!

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 9, 2022

Por sua vez, a primeira-ministra sueca declarou no Twitter oficial que a Suécia vai continuar a apoiar os ucranianos na defesa da sua liberdade e valores comuns.

https://twitter.com/SwedishPM/status/1523684425883561984

Volodymyr Zelensky agradeceu no Twitter a Joe Biden pelo apoio “na luta pela liberdade e futuro” da Ucrânia.

O Presidente norte-americano assinou hoje ma versão atualizada do Lend-Lease Act, originalmente implementado durante a Segunda Guerra Mundial, que irá permitir a cedência de material bélico à Ucrânia.

Zelensky classificou a assinatura do documento “um passo histórico”.

“Estou convencido de que juntos iremos vencer. E que vamos defender a democracia na Ucrânia. E na Europa. Como há 77 anos”, declarou o Presidente ucraniano.

Grateful to @POTUS and ???????? people for supporting ???????? in the fight for our freedom and future. Today's signing of the law on Lend-Lease is a historic step. I am convinced that we will win together again. And we will defend democracy in Ukraine. And in Europe. Like 77 years ago.

— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 9, 2022

O Presidente dos Estados Unidos assinou esta segunda-feira uma versão atualizada do Lend-Lease Act.

Esta lei foi originalmente implementada pelos Estados Unidos durante a II Guerra Mundial (mas ainda antes de entrar no conflito) para permitir ao país ceder suprimentos e armamento a nações aliadas por meio de empréstimo.

Agora, a nova versão servirá para ceder material bélico à Ucrânia, adiantou Joe Biden: “Todos os dias, os ucranianos lutam pelas suas vidas. O custo da luta não é barato, mas ceder à agressão é ainda mais caro”, cita o The New York Times.

A presidente da Comissão Europeia falou esta tarde com o primeiro-ministro húngaro sobre o novo pacote de sanções europeias contra a Rússia.

No Twitter, Ursula von der Leyen disse que a conversa ajudou a clarificar questões relacionadas com as sanções e a segurança energética, considerando que foram feitos “progressos”, mas que é preciso continuar a trabalhar.

This evening’s discussion with PM Viktor Orban was helpful to clarify issues related to sanctions and energy security.

We made progress, but further work is needed. I will convene a VC with regional players to strengthen regional cooperation on oil infrastructure.

— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) May 9, 2022

Van der Leyen anunciou ao início desta tarde que se ia deslocar a Budapeste para conversar com Viktor Orbán, depois de o líder do governo húngaro se ter mostrado contra o novo pacote de sanções e o boicote ao gasóleo russo.

A aldeia onde nasceu o poeta e filósofo Hryhorii Skovoroda, líder do movimento cultural ucraniano do século XVIII, foi destruída sexta-feira na sequência de ataques russos.

De acordo com a CNN, a aldeia de Chornukhy, que albergava um museu dedicado ao poeta, cujo 300.º aniversário se celebra este ano, não fica localizada em nenhum ponto estratégico, o que será indício de se ter tratado de um “ataque cultural” deliberado.

O bombardeamento foi condenado por Volodymyr Zelensky no sábado.

Hryhorii Skovoroda nasceu em Chornukhy a 3 de dezembro de 1722 e morreu a 9 de dezembro de 1794, numa altura em que a Ucrânia integrava o império russo.

O Departamento da Defesa norte-americano disse ter “indicações” de que os russos estão a levar ucranianos para a Rússia “contra a sua vontade”, disse o porta-voz, John Kirby, esta tarde, citado pela CNN.

Sem adiantar números, John Kirby descreveu a situação como “inconcebível” e que não se trata de “um comportamento de um governo responsável”.

Duas pessoas ficaram feridas na sequência de bombardeamentos russos na cidade de Odessa, esta segunda-feira.

De acordo com a informação divulgada pelo Exército ucraniano, citado pelo The Kyiv Independent, foram disparados três mísseis. Cinco edifícios foram destruídos.

Os socorristas de Kharkiv retiraram 550 pessoas com vida dos escombros dos prédios bombardeados, desde o início da guerra. Mas no dia da Vitória o memorial da II Guerra esteve quase vazio.

Os russos bombardeiam quase sempre duas vezes

O Conselho de Direitos Humanos da ONU vai realizar uma sessão especial esta quinta-feira para discutir a situação humanitária na Ucrânia, noticia a AFP.

A sessão foi pedida por Kiev e apoiada por mais de 50 países.

O Presidente francês, que se encontra em Berlim para um encontro com o homólogo alemão, reiterou o compromisso de França em ajudar a Ucrânia e proteger a democracia, refere a BBC.

Numa conferência de imprensa, esta tarde, Emmanuel Macron garantiu que a União Europeia vai continuar a prestar assistência, financeira e militar, à Ucrânia e que vai também aumentar as novas sanções.

Macron defendeu ainda a importância de reduzir a dependência da Europa na energia fornecida pela Rússia.