Momentos-chave
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  • À 1h00 de terça-feira havia quatro fogos ativos em Portugal continental com cerca de 1500 operacionais no terreno. Para além dos grandes fogos de Vila de Rei e Penedono em Viseu, há fogos ativos em Faro e Viana do Castelo. Na Sertã, em Cernache de Bonjardim, o fogo regressou esta noite, mas estava considerado em resolução. Para esta terça-feira a Proteção Civil antecipa mais um dia difícil com altas temperaturas que poderão levar à repetição dos reacendimentos que marcaram o dia de segunda-feira. Há no entanto mais meios aéreos no terreno, dois aviões anfíbios de Espanha e os três helicópteros Kamov que estavam parados. Obrigada por nos ter acompanhado nesta cobertura que começou no sábado à tarde. O Observador vai continuar a seguir a evolução dos incêndios.

  • Os momentos-chaves das 57 horas marcadas pelo maior fogo do ano

  • Cinco incêndios ativos às 23.40

    Cinco fogos ativos às 23h40. Vila de Rei no distrito do Castelo Branco e Penedono em Viseu, são as situações que mobilizam mais meios. Ainda no distrito de Viseu, um outro fogo em Penalva do Castelo que estava a ser combatido por mais de 180 operacionais.

    Fogo ainda voltou ao concelho da Sertã esta noite, mas já foi dado como ultrapassado. Estavam ainda ativas ocorrências em Sintra e Braga.

  • Presidente da Proteção Civil estaria mais tranquilo com helicópteros Kamov operacionais

    O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) considera ser desejável que entrem quanto antes no dispositivo de combate a incêndios os três helicópteros Kamov.

    “Naturalmente que esses três Kamov fazem parte do dispositivo. É desejável que entrem quanto antes no dispositivo [da ANEPC]. Não entraram por razões de natureza técnica e amanhã [terça-feira] estarão ao serviço”, disse Mourato Nunes, durante a conferência de imprensa das 20:00, feita no posto de comando da Sertã, distrito de Castelo Branco. A denúncia foi feita pelo deputado do PSD, Duarte Marques, segundo o qual haverá mais três aparelhos do Estado parados.

    O responsável da ANEPC deixou claro que aquilo que não foi feito no combate ao incêndio de Vila de Rei (distrito de Castelo Branco) e Mação (Santarém) não foi por força da ausência destes helicópteros, mas admitiu que estaria “mais tranquilo” se os mesmos estivessem já posicionados.

    “Estaríamos mais tranquilos se tivéssemos esse posicionamento todo feito, relativamente a esses Kamov que até irão, em princípio, para outras áreas geográficas que precisam de ser devidamente municiadas de meios aéreos, para terem uma capacidade de intervenção mais atempada”, sustentou.

    Lusa

  • Em declarações à RTP, o vice-presidente da Câmara Municipal de Mação afirma que, neste momento, o fogo não representa perigo para os moradores.

  • Mais de 8.500 hectares afetados desde sábado

    Os dados do sistema europeu EFFIS mostram a dimensão da área ardida nos concelhos de Mação e Vila de Rei nos distritos de Santarém e Castelo de Branco, desde sábado.

    Vídeo. Mais de 8.500 hectares já arderam no centro do país

  • No último briefing feito pela Proteção Civil confirmou-se também um total de 39 vítimas assistidas, com 15 feridos ligeiros e um ferido grave. Dos feridos totais, cinco são civis. Durante a tarde foram assistidos quatro feridos ligeiros (três bombeiros e um GIPS).

  • Fogo em resolução em 70% do território atingido em Mação

    O cenário da tarde era o inicialmente previsto, confirmou o comandante Pedro Nunes da Proteção Civil em conferência de imprensa, que se realizou ao início da noite. “Tivemos um conjunto de reativações no flanco esquerdo que nos causou problemas e que colocou na linha do fogo as povoações como Chaveiras e Chaveirinhas. Infelizmente verificou-se o pior cenário”, assegurou.

    Toda a área do município de Vila de Rei atingida pelo incêndio está agora em resolução, numa fase de rescaldo. No município de Mação, também ele afetado pelo fogo que começou este sábado, 70% da área afetada está fase em rescaldo. Nos restantes 30% o fogo “está a lavrar uma frente que está repartida e reportada. A cabeça desta frente já bateu numa área de incêndio de 2017 e, neste momento, o que resta são dois flancos ativos, o esquerdo e o direito”.

    Pedro Nunes explicou ainda que durante a noite vão recorrer uma vez mais ao uso de máquinas de rasto, uma vez que durante o dia a prioridade foram as pessoas. “Este é um incêndio que teve um comportamento extremo, com uma libertação de energia muito acima daquilo que é a capacidade [de resposta] dos meios instalados. Esperamos agora que no período noturno o fogo perca — e já está a perder — alguma intensidade.”

  • Às 20h35, segundo o site da Proteção Civil, estavam 1085 operacionais a combater o incêndio em Vila de Rei, apoiados por 345 viaturas e quatro meios aéreos, que começaram a desmobilizar por estar a anoitecer. Na Sertã estão 45 operacionais e 10 viaturas.

  • Força Aérea Espanhola: Portugal pediu ajuda e Espanha respondeu logo

    Os dois aviões cedidos por Espanha, dois Canadair, já estavam ao final da tarde a operar no fogo de Vila de Rei. O Capitão Aurelio Soto da Força Aérea Espanhola disse à Rádio Observador que os meios vão ficar até os incêndios estarem sob controlo.

    A mesma fonte sinaliza que Portugal só pediu ajuda esta segunda-feira (o fogo em Vila de Rei e Mação deflagrou no sábado) e Espanha respondeu logo com dois aviões e a tripulação, quatro membros da Unidade Militar de Emergência que vão coordenar o uso dos aviões. O responsável pela Força Aérea de Espanha admite que o país poderá fornecer mais meios de auxílio ao combate ao fogo na zona centro de Portugal.

  • 400 bombeiros e 5 meios aéreos combatem às 20h00 dois fogos no distrito de Viseu

    Quatrocentos bombeiros, apoiados por 100 viaturas e cinco meios aéreos combatem esta segunda-feira, às 20h00, dois incêndios no distrito de Viseu, um em Penalva do Castelo e outro em Penedono, refere a página da Proteção Civil.

    De acordo com a informação, 210 operacionais, 57 viaturas e quatro meios aéreos estão em Penedono.

    Já em Penalva do Castelo, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o fogo exige a intervenção de 161 operacionais, 41 viaturas e um meio aéreo.

    Em Penedono, o incidente é um reacendimento de um fogo que deflagrou na tarde de domingo, às 17:49, em Beselga, uma das freguesias mais a sul de Penedono e a fazer fronteira com o concelho de Sernancelhe, e que durante a madrugada chegou a estar dominado.

    O incêndio em Penalva do Castelo é em mato, com início às 17:26 de hoje, em Antas e Miuzela, e “também longe de habitações”, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu.

    Lusa

  • O fogo dirige-se agora para Proença a Nova e o presidente da Câmara Municipal garante que a localidade já se está a prevenir. Em declarações à Rádio Observador, João Lobo diz que o objetivo é “contrariar a entrada e o avanço” do fogo em Proença a Nova e afirma que as aldeias vão ser evacuadas se assim as chamas obrigarem.

  • Apesar dos incêndios que se fazem sentir no país, e das elevadas temperaturas, no Carvalhal há registo de chuva e granizo, resultando em ruas inundadas.

    Também em Bragança já se ouvem trovões.

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  • A página da Proteção Civil indica que, pelas 19h30, estavam a combater o incêndio em Vila de Rei mais de 1000 operacionais apoiados por mais de 300 viaturas e 16 meios aéreos. Pelas 20h será feito um novo ponto de situação.

  • População de Vergão em Proença-a-Nova está assustada e preparada para o pior

    Na localidade de Vergão, fronteira entre o concelho de Proença-a-Nova e Mação, a população está assustada e a preparar-se para o pior devido à proximidade do fogo que está a escassos quilómetros.

    Américo da Silva, um dos habitantes desta localidade do concelho de Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, nas proximidades de Mação, distrito de Santarém, afirmou à agência Lusa que está muito assustado com o aproximar do fogo e do fumo. “Tenho aqui a minha casa, as minhas propriedades. Se o fogo salta o cabeço para cá, arde tudo”, lamentou. Este habitante explicou ainda que quase todas as casas desta povoação são velhas e estão desabitadas.

    Caso o fogo chegue aqui, só peço ajuda aos bombeiros. A minha esposa está numa cadeira de rodas”, disse, sem desviar o olhar da coluna de fumo do fogo que começou no sábado em Vila de Rei e que já atingiu Mação, ameaçando agora Proença-a-Nova.

    A agência Lusa percorreu as ruas de Vergão, que às 17h30 parecia mais uma aldeia fantasma. Um carro da Câmara de Proença-a-Nova, com uma equipa de dois sapadores, e munido de um depósito de 400 litros, está no local, de prevenção.

    “As ordens que temos são para nos mantermos aqui [Vergão] até ordens em contrário. Se o vento não mudar, não há perigo. Caso mude, a povoação é logo atingida”, explicou Paulo Marques. Este operador adiantou ainda que há na zona várias equipas de sapadores dos produtores Florestais de Proença-a-Nova a fazer vigilância. Na localidade mais próxima de Vergão, Montinho das Cimeiras, Maria Adelina Fernandes está “muito preocupada” com a coluna de fumo que vê do alto da sua casa. E que se aproxima. “Fui agora ligar a televisão para ver as notícias. Já arrumei a lenha toda e pedi ajuda a um vizinho para montar uma mangueira de 25 metros. Tenho outra ali na horta já preparada”, disse.

    Maria Adelina recorda o incêndio de 2017, precisamente o dia 23 de julho, quando ardeu tudo à volta da sua casa. “Estava rodeada de lume. Calhou cá estar o meu filho, a minha nora, a minha filha e o meu genro. Chamámos os bombeiros que vieram logo. Hoje, estou a reviver essa altura e já me precavi”, referiu. Esta habitante do Montinho das Cimeiras adiantou que este ano já mandou “cortar a erva por três vezes” à volta da sua casa. “Tive que pagar. Com 170 euros de reforma o que é que eu faço?”, questionou. Para além das mangueiras estendidas, um tanque cheio de água, está preparada para o pior: “Até comprei máscaras por causa do fumo”. José Luís, um vizinho de Maria Adelina, é, neste momento, a única ajuda que tem. “Se isto piorar, tenho que lhe ligar para me vir ajudar”, rematou.

    No percurso em direção a Cardigos (Mação), a agência Lusa chegou ao cruzamento das localidades de Chaveira e Chaveirinha, onde por volta das 17h50 estava um dispositivo de bombeiros e a GNR já tinha uma estrada cortada. As chamas já chegaram aos montes à volta destas localidades do concelho de Mação e vários meios aéreos estão a operar no local. Às 18h40, segundo a página da Autoridade nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), encontravam-se a combater o incêndio de Vila de Rei e Mação 1.087 operacionais, apoiados por 331 viaturas e 17 meios aéreos.

    Lusa

  • Entretanto, junto ao lar de idosos na aldeia de Roda, onde se encontram os jornalistas do Observador, há registo da chegada de uma ambulância a pedido do presidente Vasco Estrela. Sónia Simões, jornalista do Observador, relata que a situação está muito mais calma, que as temperatura desceram um pouco e que já não se sente tanto o fumo. “Os meios estão a desmobilizar para outros sítios para onde estão a ser chamados.” A Sónia Simões constata ainda que neste momento parece haver mais militares da GNR no local do que operacionais dos bombeiros.

  • "Houve zonas onde não houve um único bombeiro a ajudar"

    Tendo em conta os relatos de aldeias que, perante a falta de meios, combateram o fogo pelas próprias mãos, Vasco Estrela, presidente da Câmara Municipal de Mação, assegurou que até ao princípio da tarde, tanto no sábado como no domingo, havia “poucos meios no local”. “Basta observar os meios que estão hoje no concelho de Mação e os que estavam anteriormente. O que é factual, que não é passível de ser desmentido, é que houve zonas onde não houve um único bombeiro a ajudar as pessoas que estavam cercadas dentro de aldeias, nomeadamente durante a noite de sábado. Foram esses os relatos”, disse ainda ao Observador.

  • A evolução dos incêndios entre este domingo e esta segunda-feira através de imagens geradas pela equipa de Rapid Mapping do Copernicus.

  • Presidente da CM de Mação: "Vamos ajudar as nossas gentes como sempre ajudámos"

    Ao Observador, o presidente da Câmara Municipal de Mação descreve uma situação difícil. “Temos neste momentos três ou quatro localidades com fogo por perto, na zona de Casais de São Bento, Chaveira, Chaveirinha e Roda. São situações muito complicadas porque há sempre bens e vidas a proteger”, defende Vasco Estrela, que fala ainda num “fogo de grande dimensão”. “Assim que a temperatura começa a ligeiramente a subir há reacendimentos fortíssimos em vários pontos, o que faz com que a situação se torne muito facilmente incontrolável.”

    Em entrevista à jornalista do Observador Sónia Simões, Vasco Estrela esclarece que desde a manhã de segunda-feira tem três técnicas no terreno a fazer a avaliação de “todas as situações”. “Estamos a tentar fazer esse levantamento nas zonas onde já não há perigo do incêndio voltar, para podermos responder a todas as pessoas que eventualmente necessitem da nossa ajuda.” Questionado sobre eventuais ajudas provenientes do Governo, o presidente da CM de Mação refere que há dois anos as pessoas do concelho só receberam ajudas “a partir de novembro”. “Entretanto foi a câmara que o fez.Vamos ajudar as nossas gentes como sempre ajudámos. Mas acredito na boa vontade dos membro do Governo.”

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