A sondagem da CNN é mais favorável a Biden do que a da CBS News, mas ambas corroboram: Biden conservou pelo menos a vantagem que levava antes do debate. Problema? O mesmo acontecera com Hillary, também dada como vencedora há quatro anos. Outros dois problemas para Biden: economia e comunidade latina. Leia tudo aqui:

Quem ganhou o debate entre Trump e Biden? O que dizem os números das primeiras sondagens

Donald Trump foi quem mais vezes mentiu ou usou argumentos enganadores — mas Joe Biden também fugiu à verdade em alguns momentos. Seis fact-checks ao primeiro debate das presidenciais americanas. Leia tudo aqui:

Fact Check. Pandemia, recessão e violência policial. Seis momentos em que o debate Trump-Biden fugiu à verdade

Trump e Biden protagonizaram aquele que foi para muitos o pior debate de sempre. Gritos, insultos e acusações, algumas falsas, deixaram pouco espaço para a política a 34 dias das eleições. Leia tudo aqui:

Entre gritos e insultos, nem Trump nem Biden conseguiram pensar

Pode rever aqui o debate na íntegra:

Terminou o debate.

“Espero que sejam eleições justas. Se forem eleições justas, estou 100% disponível. Mas se vir dezenas de milhares de boletins de voto a serem manipulados, não posso alinhar com isso”, disse Donald Trump. “Isso quer dizer que serão eleições fraudulentas.”

“Quando oiço Joe falar de uma transição… Não houve transição quando eu ganhei. Se olharem para a Hillary “Trapaceira”, não houve transição. Eles queriam fazer um golpe de Estado, espiaram a minha campanha desde o dia em que eu comecei a minha campanha”, disse, recuperando as acusações de que a administração de Barack Obama espiou a campanha de Donald Trump.

Depois sobre o tema do voto por correspondência, Donald Trump disse: “Isto vai ser uma fraude como nunca se viu”.

“A 3 de novembro vamos ver quem ganha as eleições — e eu acho que nos vamos dar bem porque as pessoas estão contentes com o nosso trabalho —, mas podemos não saber durante meses, porque estes boletins vão estar por todo o lado”, disse Donald Trump.

Sobre o Supremo Tribunal, Donald Trump disse ainda que está “a contar com eles para ver os boletins”.

Biden fala agora sobre as alterações climáticas.

“Na nossa administração, conseguimos baixar o preço das energias renováveis até tão barato como o carvão ou petróleo. Já ninguém vai construir uma central a carvão ou uma exploração de petróleo nos EUA”, diz Biden em resposta a Trump.

O candidato democrata elenca as prioridades ambientais da sua campanha, incluindo a renovação da frota governamental e a produção de energias renováveis. Até 2035, Biden quer os EUA carbonicamente neutros — e quer voltar a juntar o país ao Acordo de Paris.

Trump diz-lhe que o seu plano vai causar uma catástrofe económica, mas Biden diz que o Presidente está “completamente errado”.

“Vai criar milhares, milhões de empregos bem pagos”, afirma Biden sobre o seu plano para as políticas climáticas, recusando que as suas ideias sejam o “radical Green New Deal”.

Joe Biden é o primeiro a falar, defendendo a modalidade do voto por correspondência — algo que os democratas têm defendido e que, do lado republicano, tem havido resistências e alegações de que esse pode ser um meio de fraude.

“Isto é tudo para dissuadir as pessoas de votarem, porque ele quer assustar as pessoas e dizer que as eleições não vão ser legítimas”, disse. Virou-se para a câmara depois e acrescentou: “Vão votar. Vocês vão determinar o resultado destas eleições. Votem, votem, votem. Se no vosso estado podem votar antecipadamente, votem. Se pode votar pessoalmente, vote. Vote da melhor maneira para si”.

Sobre o resultado, disse: “Quando os votos forem todos contados, isso será aceite. Se eu ganhar, aceito. Se eu perder, aceito. Mas se ele diz que não tem a certeza do que vai fazer se perder, não interessa. Porque se votarmos, ele vai perder. Ele não fica no poder. Não vai acontecer”.

Começa o último tema, sobre segurança e integridade das eleições.

Chris Wallace traz à discussão o problema das alterações climáticas e começa por falar dos incêndios — e pergunta a Trump pela saída dos EUA do Acordo de Paris e pelas suas ideias para as políticas climáticas. “Em que é que acredita no que toca à ciência das alterações climáticas?”

“Quero água cristalina, ar lindo e limpo. Se olhar para os nossos números, estamos fenomenais. Mas não destruímos os nossos negócios. O Acordo de Paris era um desastre. Sobre os fogos, precisamos de gestão florestal. As florestas estão cheias de árvores velhas e folhas. Deita-se lá um cigarro e a floresta arde toda”, diz o Presidente.

“Acredito que temos de fazer tudo o que pudermos para termos ar e água imaculados. Estamos a plantar mil milhões de árvores”, acrescenta Trump.

Questionado diretamente sobre se acredita que a ação humana contribui para o aquecimento global, Trump diz que “até certo ponto sim”, mas que há outros fatores. “Todos os anos recebo o telefonema a dizer que a Califórnia está a arder. Na Europa eles gerem as florestas. Não podemos ter todos os anos hectares e hectares a arder.”

Donald Trump falou de Hunter Biden e Joe Biden falou-lhe de outro filho: Beau Biden, que morreu com cancro em 2016 e que foi veterano de guerra. Joe Biden aproveitou este gancho para referir o artigo da The Atlantic que conta que Donald Trump terá chamado “falhados” e semelhantes a soldados e veteranos de guerra.

“O meu filho esteve no Iraque, teve uma Estrela Castanha, foi condecorado, e não era um falhado. Era um patriota, e as pessoas que ficaram para trás não eram falhadas”, disse Joe Biden.

Donald Trump disse “não conheço o Beau”, e atirou novamente a conversa para Hunter Biden.

“Hunter foi retirado do exército, foi dispensado por consumir cocaína”, disse Trump.

Joe Biden olhou para a câmara e disse: “O meu filho, como muitas pessoas em casa, teve um problema com droga. Ele tratou disso, ultrapassou isso e tenho orgulho nele”.

É a vez de Biden:

“Sob este Presidente, ficámos mais fracos, mais doentes, mais pobres, mais divididos e mais violentos. Quando eu era vice-presidente, herdámos uma recessão, foi-me pedido que a consertasse, foi o que fiz, deixámos-lhe uma economia a crescer e ele causou a recessão”, diz Biden, que acusa Trump que é “a marioneta de Putin”.

O debate aproxima-se do final e Chris Wallace pergunta a ambos os candidatos porque é que os eleitores o devem escolher como Presidente em vez do oponente.

Começa Trump:

“Porque nunca houve uma administração ou Presidente que tenha feito mais do que eu num período de três anos e meio. Isto apesar da farsa do impeachment, apesar de ter passado por tudo isto, lutado contra todos os lados, não houve uma administração que tenha feito o que eu fiz. A melhor antes da Covid, a melhor economia da história, os números do desemprego mais baixo. Estava a ver unidade”, afirma Trump, acrescentando que melhorou a vida dos veteranos de guerra, escolheu juízes e aumentou o emprego no país.

Chris Wallace perguntou a Donald Trump se estava disposto a condenar inequivocamente grupos de supremacistas brancos e de vigilantes como os de Charlottesville e também os de Kenosha. “Está disposto a fazer isso?”, perguntou.

A resposta foi assim: “Estou afim de fazer isso. Mas diria que quase tudo o que vejo é da direita, não é da esquerda”.

Chris Wallace continuou a insistir.

“Quem é que quer eu condene?”, perguntou Trump. Depois disse, para as câmaras: “Rapazes, cheguem-se para trás, fiquem quietos”.

Rapidamente retomou a sua ideia: “Mas alguém tem de fazer alguma coisa sobre a esquerda e os antifa. Isto não é um problema da direita, isto é um problema da esquerda”.

Joe Biden respondeu que “antifa é uma ideia, não é uma organização”.

“Sou completamente contra a retirada de dinheiro da polícia”, garantiu Joe Biden, dizendo que é preciso haver outras formas de ajudar o trabalho dos polícias

“Os polícias precisam de mais apoio, precisam de ter ao lado deles alguém que seja psicólogo ou psiquiatra, para que eles não tenham de usar força e consigam dissuadir as pessoas. Precisam de polícia de comunidade, em que os agentes conhecem as pessoas da comunidade. É assim que o crime desce e não sobe”, disse Joe Biden.

“Não é disse que estamos a falar, ele quer tirar dinheiro da polícia”, retorquiu Donald Trump, que instou o seu adversário a dizer o nome de um grupo de polícia que o apoie. Joe Biden não respondeu.

Chris Wallace investiu agora contra Joe Biden, perguntando-lhe se alguma vez pediu aos líderes políticos de Portland, no Oregon, para pedir que tomassem ação contra os motins naquela cidade.

“Eu não tenho um cargo público, eu sou um ex-vice-Presidente”, disse. “Eu disse que a violência deve ser julgada em tribunal.”

Chris Wallace mantém o debate nas questões raciais e pergunta a Trump porque é que decidiu acabar com o programa de formação para as questões do racismo nas agências federais — e se acredita que existe racismo sistémico no país.

“Acabei com ele porque é racista, porque muitas pessoas se queixavam de ter de fazer coisas que eram loucas, que era uma revolução radical no nosso exército, nas escolas”, diz Trump.

“Estávamos a ensinar as pessoas a odiar o nosso país”, acrescenta. “Temos de voltar aos valores centrais deste país. Estavam a ensinar às pessoas que o nosso país é um país horrível e racista.”

Biden responde e aponta para Trump: “Ele é o racista”. “Há insensibilidade racial. As pessoas têm de perceber do que as outras pessoas sentem, o que as insulta. Muitas pessoas não querem magoar os sentimentos dos outros, mas faz muita diferença”, diz Biden.

“Somos todos americanos. A única forma de unir este país e fazê-lo juntos”, diz Biden.

Trump responde citando exemplos de manifestações anti-racismo que se tornaram violentas e desafia Biden a responder: “É a favor da lei e da ordem?”

Já passou sensivelmente uma hora desde o início do debate. Isso quer dizer que falta meia hora para terminar.

Estamos no quarto tema (racismo e tensões raciais) e ainda faltam dois: historial dos dois candidatos e integridade e segurança das eleições