A fronteira entre a Ucrânia e a Rússia continua a ser palco de tensão. Em mais um domingo de conflito, houve avanços diplomáticos, mas ainda há uma ameaça que continua a assustar o mundo. O resumo do dia.

Esforços diplomáticos e sinais de guerra iminente. Mais um domingo de tensão entre a Ucrânia e a Rússia

Joe Biden e Emmanuel Macron já falaram sobre o momento tenso entre a Rússia e a Ucrânia.

Sem adiantar detalhes sobre a conversa telefónica entre os líderes norte-americano e francês, a Reuters avança que Biden e Macron já mantiveram esse diálogo, que surge depois de contactos entre o chefe de Estado francês e o presidente russo, por um lado, e o presidente ucraniano, por outro.

Emmanuel Macron e Boris Johnson falaram discutiram esta noite ao telefone os últimos desenvolvimentos no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

De acordo com o Palácio do Eliseu, Macron atualizou o primeiro-ministro britânico sobre os resultados da conversa que manteve, horas antes, também ao telefone, com o presidente russo e que resultou na garantia de que a via diplomática se mantinha válida para ultrapassar o conflito.

Citado pela CNN, um porta-voz de Downing Street disse que Boris considerou que “os compromissos acordados entre o Presidente Putin e o Presidente Macron são um sinal positivo de que ele [Putin] ainda pode estar disponível para encontrar uma solução diplomática” para o conflito. “O primeiro-ministro [britânico] sublinhou que a voz da Ucrânia deve ser central em quaisquer discussões”, referiu o porta-voz do governo de Londres numa declaração.

A mesma declaração refere a importância de ambos dos líderes — russo e ucraniano — “cumprirem os seus compromissos no que se refere aos Acordos de Minsk” e considerou vital que “o Presidente Putin recue nas suas ameaças e retire as tropas da fronteira ucraniana.

A embaixada dos Estados Unidos na Rússia acaba de lançar um apelo aos cidadãos norte-americanos que se encontram no país: tenham a postos um plano para o cenário de saída imediata.

“Houve ameaças de ataques contras centros comerciais, linhas férreas e estações de metros e outros locais públicos com grandes concentrações de pessoas nas zonas urbanas, incluindo em Moscovo e São Petersburgo além de em áreas em que a tensão escalou ao longo da fronteira russa com a Ucrânia”, refere a embaixada, citada pela comunicação social-norte-americana.

“Revejam os vossos planos de segurança” e “tenham planos de saída que não dependam da assistência das autoridades dos Estados Unidos”, refere a mesma nota da embaixada.

Os serviços de inteligência dos EUA souberam na semana passada que o Kremlin já tinha dado a ordem para que os seus militares invadissem a Ucrânia, avança o The New York Times citando “fontes oficiais” do exército norte-americano. Este terá sido o motivo para Biden ter afirmado que a Ucrânia ia ser invadida.

Ainda assim, uma destas fontes alertou que o Kremlin tem preparados vários cenários de guerra e ainda não é claro será um eventual ataque.

Na sexta-feira, Biden intensificou o alerta e disse que estava “convencido” de que Putin tinha tomado a decisão de invadir e que um ataque poderia começar nos próximos dias. As mesmas fontes afirmam que estas declarações têm sido feitas para atrapalhar os planos do Kremlin e adiar uma invasão.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente dos EUA, Joe Biden, vão falar este domingo na sequência das chamadas telefónicas que o líder da França teve com os congéneres ucraniano e russo, avança a CNN.

Este domingo, Biden reuniu-se com o Conselho de Segurança Nacional. Esta será a primeira conversa entre o presidente francês e o norte-americano após ter sido divulgado pelo Palácio do Eliseu que o Grupo de Contacto Trilateral, que junta representantes da Ucrânia, Rússia e Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, vai reunir-se.

Media norte-americanos estão a avançar a informação de que os militares russos estão prontos para invadir a Ucrânia — e já terão um plano de ação para as movimentações no terreno.

O correspondente para a segurança nacional da CBS, o veterano David Martin, disse este domingo no programa “Face the Nation” que os serviços de informações norte-ameircanos têm a informação de que os militares russos receberam ordens para concretizar uma invasão da Ucrânia.

De acordo com o jornalista (que cita fontes do Governo dos EUA), os comandantes das forças russas no terreno já estarão a desenhar os planos concretos de como deverão movimentar tropas tendo em conta essa invasão do território ucraniano.

A CNN, por outro lado, cita fontes da Inteligência dos EUA para avançar um dado concreto: a Rússia tem cerca de 75% das suas forças militares posicionadas para intervir no conflito com a Ucrânia.

Quanto às vias diplomáticas para a resolução do conflito, Augusto Santos Silva disse que, este domingo, estava “à espera de um sinal que seria positivo”. Porém, os exercícios da Rússia com a Bielorrússia junto da fronteiras continuaram. Por isso, adianta que “se a Rússia cometer um ato de agressão” a UE, EUA, Reino Unido e outros países “responderão com sanções económicas muito duras”.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse em declarações à CNN Portugal que há um “plano de contigência” para retirar “portugueses e luso-ucranianos” que estejam no país. “A nossa estimativa é que talvez entre 200 portugueses e luso-ucranianos estarão ainda na Ucrânia”, adiantou o governante dizendo ainda que 40 nacionais já abandonaram o país.

A nossa recomendação é que todos os que possam abandonar a Ucrânia o façam. A qualquer pessoa que ainda não tenha sido contactada pela nossa secção consular em Kiev, contactem-nos”, disse Santos Silva.

“É completamente diferente abandonar um país com as fronteiras abertas”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmando que é preciso “estar preparado”, apesar de esperar que as vias diplomáticas funcionem.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram este domingo durante uma conversa telefónica em convocar uma reunião do Grupo de Contacto Trilateral (que junta representantes da Ucrânia, Rússia e Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

O encontro dos representantes do grupo de contacto deverá ocorrer “nas próximas horas”, divulgou o Palácio do Eliseu, como avançou o Le Monde.

Os dois líderes concordaram na “necessidade de favorecer uma solução diplomática para a crise atual e fazer tudo para alcançá-la” .

O Grupo de Contacto Trilateral foi criado em 2014 com o objetivo de encontrar uma solução diplomática para o conflito de Donbass.