Inteligência emocional é a capacidade que temos de saber gerir as nossas emoções. Em período de stress, quem melhor gere as suas emoções, melhor vive na vida pessoal e profissional. Quem souber gerir bem as suas emoções, melhor estará preparado para reagir aos períodos de stress a que somos postos à prova. A pandemia que atravessamos (Covid-19) mostrou-nos isso mesmo, fez-nos valorizar as coisas de base. Garantir que temos de saber gerir melhor o nosso dia-a-dia. O facto de estarmos confinados obriga-nos a gerir melhor as nossas emoções, primeiro, porque estamos limitados no nosso espaço, na nossa liberdade, connosco e com os que nos relacionamos.

Na vida pessoal e na vida das organizações, a forma como gerimos as nossas emoções e as emoções de com quem nos relacionamos é fundamental.

Porque é tão importante gerir emoções:

  • Porque nos ajuda a relacionar no nosso dia-a-dia com todos à nossa volta;
  • Porque baixa os níveis de stress;
  • Porque nos traz mais felicidade;
  • Porque nos faz bem à saúde;
  • Porque nos ajuda a nível pessoal;
  • Porque nos ajuda a nível profissional.

Saber gerir as nossas emoções desenvolve as nossas habilidades comportamentais e trabalha a nossa inteligência emocional. O desenvolvimento das nossas habilidades comportamentais e emoções está relacionado com as nossas soft skills. Soft skills é um termo inglês, usado pelos profissionais de recursos humanos, para definir habilidades de comportamentos, ou seja, as competências subjetivas, designadas de competências sóciocomportamentais. As soft skills são cada vez mais valorizadas nas organizações. As hard skills são as habilidades que podem ser aprendidas, relacionadas com as competências técnicas e facilmente aprendidas através de cursos e ensino. Somos contratados, maioritariamente, pelas nossas hard skills, mas muitas vezes somos dispensados numa organização por não termos soft skills.

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Uma das soft skills mais importantes, e também uma das mais difíceis de desenvolver, é precisamente como desenvolver e controlar as nossas emoções. Muitas vezes somos postos à prova e colocados em situações que não aceitamos na nossa vida pessoal e profissional. Por isso é tão importante trabalhar a inteligência emocional. Acima de tudo, no meio profissional, não deve jamais levar ou interpretar os temas como pessoais, deve encarar sempre os temas e situações como empresariais. Trabalhar a nossa inteligência emocional é trabalhar a nossa autoconsciência, ou seja, o conhecimento que temos de nós próprios e a capacidade de relacionamento com os outros.

Ao trabalharmos as nossas emoções, estamos a trabalhar a nossa autogestão, ou seja, a capacidade de controlar os nossos impulsos. Controlar os nossos impulsos permite controlar o nosso mau humor e o nosso bom humor. Quando trabalhamos a nossa inteligência emocional, trabalhamos:

  1. A nossa confiança;
  2. A nossa integridade;
  3. O nosso conforto;
  4. A capacidade de aceitar mudanças;
  5. Os nossos impulsos;
  6. Os nossos pensamentos;
  7. A nossa organização pessoal e profissional;
  8. As nossas emoções;
  9. As nossas convicções e motivações;
  10. As nossas paixões.

Todos os seres humanos têm as suas crenças, pessoais e profissionais, e na relação com os demais é importante trabalhar a forma como debatemos as nossas crenças. Tão importante como fazer passar as nossas convicções, é saber ouvir e aceitar também as convicções dos restantes. É do debate de opiniões que nascem grande ideias, grandes oportunidades e se criam grandes empresas.

A motivação é o que faz seguir em frente, é o que faz perseguir e ter foco, o que garante celebrar o cumprimento de objetivos. A paixão e a energia é o que nos faz entregar às coisas que fazemos, é o que faz ir mais longe. Mas é a inteligência emocional que nos faz sobressair nas relações. Por isso é tão importante saber relacionarmo-nos. A inteligência emocional não é uma habilidade inata, por isso ela deve ser trabalhada.

De que forma se pode trabalhar a inteligência emocional:

  • Compreender o cenário onde se está;
  • Aceitar o cenário e caso não concorde com ele, saber identificar o que quer mudar;
  • Aprender a gerir conflitos;
  • Aprender a ouvir os outros;
  • Saber expor as suas ideias;
  • Saber respirar, sempre que respiramos equilibramos o nosso interior.

Pessoas que trabalham a sua inteligência emocional são pessoas:

  1. Que trabalham a sua autoconsciência (conhecem-se a si e os seus limites);
  2. Trabalham a automotivação (colocam os seus sentimentos ao serviço dos seus objetivos);
  3. Reconhecem as emoções (sabem trabalhar no consenso);
  4. Controlam as emoções (pensam antes de falar, sabem explicar o que pensam e sabem barrar impulsos);
  5. Trabalham os relacionamentos interpessoais (sabem interagir em ambientes sociais);
  6. Sabem liderar;
  7. Inspiram todos à sua volta;
  8. Têm excelente performance ao nível pessoal e profissional;
  9. Focam-se no que é importante;
  10. Gerem os seus sentimentos e ajudam na gestão dos sentimentos dos terceiros.

A empatia é peça fundamental para ajudar a trabalhar emoções. Por isso, crie empatia com quem se relaciona. Trabalhar a inteligência emocional é garantir que somos emocionalmente inteligentes, por isso não se esqueça que é importante que, com tempo, trabalhe as suas emoções e saiba autoavaliar-se.

Pratique todos os dias os seus impulsos, as suas emoções. Como qualquer outra experiência, também a inteligência emocional precisa de prática; através de pequenos passos podemos fazer grande diferença. Nem que seja descobrir que não está feliz para mudar algo na sua vida!

Nádia Miranda é PhD (Doutorada em Engenharia Informática), IT Service Delivery Lead@Worten, mentora do Mentorship Program da Portuguese Women In Tech.

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõem o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.