O primeiro Festival Internacional de Cultura (FIC) vai arrancar esta sexta-feira, em Cascais, mas é no sábado que um dos grandes momentos acontece, com o escritor António Lobo Antunes a ser entrevistado pelo irmão, o médico João Lobo Antunes.
Ao longo de dez dias, de 3 a 12 de julho, vários nomes da música, teatro e literatura vão estar reunidos para “celebrar os livros”. Para além da conversa entre os irmãos António e João Lobo Antunes, marcada para sábado, no Museu Paula Rego, a escritora Lídia Jorge, curadora do Festival, destaca outros momentos.
É o caso da entrevista da jornalista Clara Ferreira Alves ao escritor israelita David Grossman, às 21h30 de domingo, na Casa das Histórias Paula Rego. Também no domingo acontece o debate entre a escritora Maria Teresa Horta e o jornalista José Fialho Gouveia. “Penso que vão ser daqueles grandes momentos inéditos, que os amantes da cultura não vão querer perder”, disse a curadora.
Para Lídia Jorge, o Festival tem por objetivo mostrar que “o livro é o elemento estrutural e é o objeto que constitui o pilar fundamental de todas as artes”. Com entrada gratuita, o FIC arranca na sexta-feira, às 21h30, no Centro Cultural de Cascais, com a leitura encenada “Dom Quixote de La Mancha“, de Yves Jamiaque, baseado na obra de Miguel de Cervantes e encenada pelo Teatro Experimental de Cascais, numa homenagem aos 50 anos das Publicações D.Quixote.
Um dos momentos a não perder é o espetáculo multimédia “A Rota das Quimeras – um Livro Luminoso”, desenvolvido pelo atelier OCubo, em torno da obra “Dom Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes. Para ver de 7 a 12 de julho, das 21h30 às 00h30, no centro histórico de Cascais.
Atividades em família, percursos temáticos, artes plásticas e de outras disciplinas, debates sobre literatura e atualidade, exposições, noites de poesia e espetáculos de teatro e de música estão incluídos na programação do FIC, que também vai incluir uma Feira do Livro, no Jardim Visconde da Luz.
Do programa consta ainda o debate “A Europa no seu labirinto – A crise ética e a ética da crise”, entre Jaime Nogueira Pinto e Francisco Louçã, com moderação de Maria João Avillez. Para ver no dia 8 de julho, às 21h30, no Centro Cultural de Cascais.
“Rimos de quê? – O Humor e a Literatura” é o mote de discussão entre Rita Ferro, Maria Rueff e Nuno Artur Silva, moderado por Francisco José Viegas, a 9 de julho, na Casa das Histórias Paula Rego.
Os escritores Mia Couto, José Eduardo Agualusa e Lídia Jorge vão, a 10 de julho, falar sobre “África na Literatura Lusófona”, num debate moderado por Laurinda Alves.
A relação cinema e literatura vai chamar à discussão os realizadores João Botelho e Margarida Cardoso e a atriz Inês de Medeiros (que também dirigiu ficção e um documentário), num encontro moderado por Mário Augusto, a 11 de julho.
Na vez da música, João Afonso, Ana Bacalhau e Capicua vão falar sobre “Sons da Mudança – A música na definição da identidade”, a 12 de julho.
Organizado pela Câmara de Cascais e pelo grupo LeYa, o festival quer chegar a diferentes públicos e o objetivo é repetir-se nos próximos anos.