Noel de Miranda, um investigador português, tem tido notícias positivas ao longo da sua carreira. Os trabalhos que tem levado a cabo para desenvolver o tratamento do cancro têm tido sucesso e seriam suficientes para Miranda continuar a sua dedicação à área. Mas agora o reconhecimento chega da Fundação Alpe d´HuZes e da Sociedade Holandesa de Cancro, que o distinguiram com o galardão “Bas Mulder Award 2015”. Noel de Miranda também recebeu uma bolsa de 430 mil euros para continuar as investigações.

O investigador tem estudado o cancro intestinal, também conhecido por cancro do colo-rectal – o segundo a causar mais mortes por doença oncológica em Portugal.

“É uma contribuição preciosa para prosseguir a minha carreira nesta área, adquirir independência e estabelecer o meu próprio grupo de investigação no futuro. Acarreta também um sentimento de grande responsabilidade, uma vez que o financiamento é assegurado através das contribuições de ex-doentes, familiares e outras pessoas que se dedicaram a esta causa”, afirmou Noel de Miranda à Universidade do Minho, onde estudou Biologia Aplicada.

Atualmente, Miranda é  investigador no Centro Médico da Universidade de Leiden, na Holanda, onde se dedica ao estudo da genética e da imunologia do cancro do colo-rectal. O investigador procura desenvolver estratégias que estimulem o sistema imunitário de doentes com cancro do colo-rectal para que as células tumorais possam ser identificadas e eliminadas pelo mesmo.

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O sistema imunitário consegue reconhecer proteínas anormais produzidas pelas células tumorais mas, nos pacientes, nem sempre se verifica uma resposta imunitária competente durante o desenvolvimento do cancro colo-rectal. Noel de Miranda propõe utilizar as proteínas que se encontram modificadas nas células tumorais para estimular uma resposta imunitária contra as mesmas – semelhante ao que é feito através da vacinação contra algumas doenças.

“Para isto ser possível, o material genético de cada cancro/paciente tem de ser analisado através de técnicas de sequenciamento avançadas de forma a determinar que proteínas podem ser usadas para potenciar respostas imunitárias num contexto de medicina personalizada”, esclarece o ex-aluno da Escola de Ciências da Universidade do Minho.

Noel de Miranda, 33 anos, nasceu na Póvoa de Varzim, no Porto. Depois da licenciatura em Biologia Aplicada na Escola de Ciências da Universidade do Minho, seguiu para a Holanda e, no Centro Médico da Universidade de Leiden, fez um doutoramento ligado ao cancro do intestino. Daí, partiu para a Suécia onde fez um pós-doutoramento no Instituto Karolinska.