O primeiro-ministro advertiu nesta terça-feira que o custo para os contribuintes resultantes da “salvação” do Banif dependerá da solução final do processo em curso naquele banco, adiantando que não pode fornecer as mesmas garantias que dá aos depositantes.

António Costa falava aos jornalistas à entrada para o tradicional jantar de Natal do PS, que começou com mais de uma hora de atraso, na Assembleia da República, depois de o primeiro-ministro ter recebido em São Bento os diferentes líderes parlamentares sobre a situação financeira do Banif.

Interrogado sobre se haverá custos para os contribuintes em geral, em resultado da situação financeira do Banif, o líder do executivo observou que o Estado “tem capitais públicos muito avultados” investidos naquele banco. “Espero que a solução que venha a existir proteja o melhor possível o dinheiro dos contribuintes. Mas a garantia que possa dar aos contribuintes não é a mesma que posso dar aos depositantes”, advertiu.

Segundo o primeiro-ministro, os depositantes “têm todas as razões para estarem plenamente confiantes na integridade dos seus depósitos, independentemente dos seus montantes”. “Quanto ao dinheiro público investido no banco, isso dependerá muito da solução final. Não posso dar a mesma garantia”, respondeu.

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Sobre os montantes de prejuízos que poderão estar envolvidos, António Costa sustentou que tal “dependerá da forma como se concluir o processo de venda em curso”. “No final se fará a avaliação. É conhecido o montante que o Estado investiu no Banif direta ou indiretamente, entre o final de 2012 e princípios de 2013. Vamos aguardar que o processo decorra sem precipitações”, defendeu o primeiro-ministro.

Interrogado sobre eventuais responsabilidades do executivo PSD/CDS-PP no estado atual do Banif, o secretário-geral do PS contrapôs: “Não creio que neste momento seja oportuno estarmos a teorizar sobre responsabilidades”.

“Para já, neste momento, a responsabilidade é minha, no sentido de assegurar a melhor satisfação do interesse público e a melhor proteção dos interesses dos contribuintes. Os dois principais valores são os da estabilidade e confiança no sistema financeiro e garantia absoluta a todos os depositantes sobre a integral proteção das suas poupanças”, acrescentou António Costa.