Coincidência ou destino, faz agora dez anos que vim pela primeira vez à Colômbia, para o casamento dos amigos que agora nos recebem em casa. Vem já dessa altura o fascínio por este país, onde salta à vista a extrema amabilidade com que todos nos tratam.

Depois de 15 horas no avião, e a acertar os sonos com o fuso horário de seis horas a menos, demo-nos ao luxo de passar o primeiro dia em casa a recuperar forças. Foi também o momento para a Luísa e o Manel quebrarem o gelo com as suas jovens anfitriãs, de quatro e seis anos. Não foi logo à primeira, porque os visitantes entraram a pés juntos e fizeram uma OPA hostil aos brinquedos das filhas dos nossos amigos, mas com algum jogo de cintura lá alcançaram uma convergência de brincadeiras.

No fim de semana, outro amigo levou-nos a passear pelo centro de Bogotá. A Praça Bolívar, onde está a Catedral, o Parlamento e o Palácio de Justiça, foi o ponto de partida para uma caminhada pelo bairro da Candelária, com arquitetura colonial. Na Calle de los Amigos, celebrámos em foto o reencontro e alimentámos o desejo de poder voltar mais algumas vezes.

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Paragem prioritária foi o Museu Botero, onde vimos dezenas de quadros do mais conhecido artista plástico colombiano, que é um dos nossos preferidos. A Luisinha divertiu-se a apontar para cada rabo nu das gordinhas que pululam na pintura de Fernando Botero. O Manel, por sua vez, lançou um olhar guloso para as frutas tropicais das naturezas mortas.

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Depois de alimentar o espírito, chegou a hora de forrar o estômago. Andrés Carne de Rés é uma instituição de Bogotá, começada num restaurante-discoteca nos arredores da cidade e multiplicada entretanto por outros espaços, como este onde o Juan nos levou, num centro comercial da “Zona T”.

Além da comida deliciosa que serve, o espaço vale por si, com uma intensa decoração kitsch, cores fortes e placas com mensagens cheias de humor. Entre os vallenatos e demais música latina que animava o ambiente, fomos surpreendidos primeiro por uma morna de Cesária Évora, e logo a seguir por um fado de Jorge Fernando. Mais um sinal de que nos sentimos realmente em casa.

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Com poucos dias de viagem, a Luísa já nos perguntou “estás bien?” e já se despediu com “buenas noches”, tal como também já sugeriu que voltássemos para casa para ver desenhos animados em português. Mas logo a seguir pôs-se a imaginar: “Quando eu for adulta e fizer uma viagem com os meus filhos…” Não me lembro do que veio a seguir, mas fiquei contente por ver crescer nela a semente da curiosidade.