A expansão da rede do Metro de Lisboa vai dar prioridade às novas estações de Santos e Estrela que vão ligar a Linha Amarela à Linha Verde no Cais do Sodré, até ao final 2021. O investimento de 216 milhões de euros será financiado com fundos do Banco Europeu de Investimentos. Está prevista a extensão da rede em dois quilómetros e a compra de 33 novas composições com um custo estimado de 50 milhões de euros.
O plano de desenvolvimento operacional do Metro de Lisboa, anunciado esta segunda-feira, vai criar um anel (ligação circular) entre o Campo Grande, Rato e Cais do Sodré, onde estão previstas circulações de seis carruagens, com intervalos nas horas de ponta de 3 minutos e 40 segundos. O objetivo é servir um padrão de mobilidade em que a zona central de emprego da capital começa a partir do Marquês de Pombal e já não na baixa lisboeta, assinalou o presidente da Câmara de Lisboa. Segundo Fernando Medina, cerca de 90% das pessoas que chegam por barco e comboio ao Cais do Sodré apanham um transporte público com destino a outro local. O autarca recordou ainda que há 15 anos não eram anunciada uma expansão do Metro dentro da cidade de Lisboa.
Segundo o presidente do Metro de Lisboa, Vítor Domingues dos Santos, os estudos de viabilidade mostraram que extensão da linha Amarela terá mais procura do que uma nova estação em Campo de Ourique. Este projeto deverá permitir um incremento de oito milhões de passageiros.
As obras de intervenção vão arrancar no segundo semestre do próximo ano. As duas novas estações terão saídas para a Basílica da Estrela e Calçada da Estrela e junto ao Batalhão dos Sapadores dos Bombeiros, na rua D. Carlos I (Santos). Quando estiver concluída a extensão a Linha Verde fica fechada num círculo e a linha Amarela ficará limitada ao troço Telheiras/Odivelas.
Amoreiras só em ligação pedonal e com elevadores
O plano ainda não tem decisões sobre a chegada do Metro às Amoreiras e a Campo de Ourique. Mas devera avançar a construção de uma ligação pedonal a partir do Rato às Amoreiras (Praça Santa Isabel). Em causa está uma extensão subterrânea de 300 metros com elevadores e esteiras rolantes, ao longo da Avenida D. João V e que tem uma estimativa de custo de 15,6 milhões de euros. De acordo com declarações do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, aos jornalistas, esta obra pode avançar a curto prazo e estar concluída até ao final de 2018.
Ainda este ano, avança a reabilitação de várias estações, incluindo Arroios que será encerrada em julho deste ano, de forma a permitir acolher seis carruagens na Linha Verde. Estão previstas intervenções também no Areeiro, Baixa Chiado, Olivais e Colégio Militar. Na estação de Arroios, que atualmente não permite a circulação de composições com seis carruagens na Linha Verde, o investimento será de sete milhões de euros.
Outro projeto referido, mas que ainda não tem calendário, é a ligação do Aeroporto, atualmente apenas servido pela Linha Vermelha, à Linha Verde, no Campo Grande.
Financiamento de Campo de Ourique e Amoreiras só depois de 2021
No caso de Campo de Ourique, foi desenvolvido um estudo de viabilidade para a ligação à Linha Vermelha, a partir de S. Sebastião. Este projeto, que prevê estações nas Amoreiras e Campo de Ourique, está estimado em 186,7 milhões de euros e não tem ainda data de execução prevista por ausência de garantias de financiamento.
O presidente da Câmara de Lisboa deixou o compromisso de que não desistirá até obter fontes de financiamento para a extensão da Linha Vermelha para Campo de Ourique, no limite no próximo quadro comunitário, a partir de 2021. O autarca defendeu ainda a extensão desse novo troço da Linha Vermelha até ao Vale de Alcântara, à atual estação do Alvito, na linha ferroviária de cintura, que se encontra atualmente sem funcionar.
O primeiro comunicado emitido pelo Ministério do Ambiente, na sexta-feira, e depois retirado, anunciava a abertura de quatro novas estações até 2022, incluindo Amoreiras e Campolide (que não é referido neste plano) e um investimento de quase 700 milhões de euros. O custo dos projetos agora anunciados soma cerca de 490 milhões de euros, mas ainda não há uma decisão sobre o calendário de alguns.
Os projetos que já têm luz verde para avançar deverão representar investimentos mais da ordem dos 300 milhões de euros, a ser financiados com fundos comunitários, Banco Europeu de Investimentos e verbas do fundo ambiental.