O PCP considerou este domingo “lamentável e infeliz” o jantar da Web Summit no Panteão Nacional, iniciativa incompatível com a dignidade do monumento, defendendo que os regulamentos aplicáveis devem ser alterados e é necessário bom senso na utilização destes espaços.
A polémica em torno da realização de um jantar exclusivo de convidados da Web Summit no Panteão Nacional levou o Governo a classificar esta utilização para eventos festivos como “absolutamente indigna”, tendo decidido alterar a lei que o permite, opção que o Presidente da República já considerou ser “muito sensata”.
Em declarações à agência Lusa, o deputado do PCP, António Filipe, defendeu que este “é um facto lamentável e não deveria ter acontecido”, considerando que este tipo de “iniciativas não são compatíveis com a dignidade de um momento nacional como é o Panteão”.
“Foi lamentável, foi um acontecimento infeliz. Aquilo que importa é que situações como esta não se repitam. Havendo necessidade de alterar regulamentos aplicáveis, esses regulamentos devem ser alterados e deve haver um critério de bom senso na utilização de monumentos nacionais para quaisquer tipos de atividades”, observou.
De acordo com o comunista, “manifestamente neste caso não houve o bom senso necessário”. “Aquilo que nós pensamos é que situações infelizes como estes não devem repetir-se e devem ser a tomadas as medidas necessárias para que isso não volte a acontecer”, insistiu.
A falta de orçamento para a Cultura, segundo António Filipe, “é conhecida e o PCP tem vindo a denunciá-la”. “O PCP tem vindo a apresentar propostas para que esta desorçamentação que vem de longe seja alterada e que haja um investimento na cultura que seja mais compatível com as responsabilidades do país nesse domínio”, recordou. Os comunistas até podem “compreender que os responsáveis pelos monumentos nacionais procurem obter receitas, mas isso tem limites, que é o respeito pela dignidade dos espaços e pela sua preservação”.
“Não é aceitável, a título nenhum, iniciativas como esta que são inadequadas para a dignidade do espaço em concreto. Há que fazer regulamentos que respeitem os monumentos nacionais e há que ter bom senso na sua aplicação”, reiterou.