A ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues justificou quinta-feira de manhã em julgamento a contratação de João Pedroso, irmão do ex-ministro socialista Paulo Pedroso, com a “falta de juristas” no Ministério da Educação.
“Não identifiquei nenhum técnico superior para fazer esse trabalho”, disse Maria de Lurdes Rodrigues ao coletivo de juízes, quando questionada sobre as razões porque não escolheu nenhum jurista daquele ministério para o efeito.
A ex-governante socialista alegou “falta de recursos humanos e de juristas” no Ministério da Educação (ME) e a necessidade de encontrar alguém com um “perfil abrangente” de jurista, investigador e académico para dirigir um grupo de trabalho que ia sintetizar e tornar legível toda a legislação existente no setor.
O julgamento da antiga ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues e de outros três arguidos, acusados de prevaricação de titular de cargo político, começou esta quinta-feira, nas Varas Criminais de Lisboa, após sucessivos adiamentos ocorridos desde outubro de 2012.
Além da ex-ministra, são também arguidos Maria Matos Morgado e João da Silva Batista, à data dos factos chefe de gabinete e secretário-geral do Ministério da Educação, e o advogado João Pedroso. Em causa está a contratação, por ajuste direto, deste último, para exercer tarefas de consultoria jurídica, a partir de 30 de janeiro de 2007.