Apetece dizer “finalmente”!
Verde e amarelo por todos os lados. Ruas completamente cheias. Cafés a abarrotar, restaurantes sem mãos a medir. Fun Fest com milhares de almas. Cornetas, buzinas, bandeiras. Brasileiros, muitos, e estrangeiros (os gringos, como dizem aqui), alguns.
“É Copa!”.
O Brasil entrou em campo e Salvador convergiu para o Farol da Barra.
Fila interminável para entrar na Fun Fest.
Revista apertada da Polícia Militar.
Emoção e palmas. Gargantas afinadas durante o hino.
Gritos, suspiros. Mãos na cabeça quando Marcelo empurra a bola para o fundo das redes. As erradas, as brasileiras.
A fila para entrar na Fun Fest continua gigante. “Não interessa, importa é estar!”.
A cada remate a multidão agita-se. A vendedora de cerveja acena com o dedo no ar, “não foi, não foi!”.
Agora foi. Euforia, saltos. Neymar chutou de fora da área e a bola entrou junto ao poste esquerdo da Croácia.
Cerveja. Muita cerveja. Algodão doce de cores eléctricas, azul e cor-de-rosa.
Chove. Chove muito e os abrigos são poucos para tanta gente. Tapa-se a cabeça com o que está à mão.
“Aperta que bufa!”. Novos e velhos, lado a lado, incentivam. Pedem mais. Querem mais.
Falta. Dentro da área. Neymar outra vez. Respiração suspensa, e depois os saltos novamente.
Júlio César “tá sendo o abono”. Defende uma e outra vez. Rostos fechados. A Croácia ameaça.
Óscar corre, corre, corre. O povo fica em bicos de pés, mãos ao alto. Mais saltos, mais palmas, mais gritos. Golo! 3-1.
Milhares abraçam-se. Indicador e dedo médio fazem o V, de vitória.
O árbitro apita para o fim.
O Brasil entra a ganhar.
Salvador decidiu sair à rua.
Foi bonita a festa.
“É Copa!”.