Ainda está a cerca de 580 milhões de quilómetros do sol, mas aparentemente está a derreter. Rosetta, a sonda da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), detetou que o cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko está a perder, sob a forma de vapor, cerca de 300 mililitros de água por segundo (18 litros a cada minuto), revelou a ESA esta segunda-feira. Analisar o vapor de água vai revelar mais os segredos deste cometa.
A sonda Rosetta verificou a libertação de vapor de água quando ainda se encontrava a 350 mil quilómetros do cometa, no dia 6 de junho. “Sempre se soube que veríamos vapor de água a sair do cometa, mas ficámos surpreendidos por detetá-lo tão cedo”, disse em comunicado Samuel Gulkis, investigador principal no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (agência espacial norte-americana), na Califórnia (Estados Unidos).
“A este ritmo, o cometa poderia encher uma piscina olímpica em cerca de 100 dias. Mas à medida que fica mais perto do sol, a taxa de produção de gás irá aumentar significativamente”, ilustrou Samuel Gulkis. O objetivo da sonda Rosetta é detetar essas mudanças assim como a composição dos gases libertados que não são só vapor de água.
Há já dez anos que a sonda Rosetta foi lançada pelo foguetão Ariane da ESA com o objetivo de estudar este cometa, referiu o Público no dia 20 de janeiro de 2014, quando a sonda finalmente “acordou”. Estudar os gases, gelo e poeiras dos cometas poderá lançar uma nova luz sobre a origem do sistema solar e talvez sobre a origem da vida.
Na segunda-feira, Rosetta estava a 72 mil quilómetros do cometa e espera-se que encurte a distância a 100 quilómetros até dia 6 de agosto. Desde maio, que tem reduzido a velocidade de aproximação ao cometa. Quando estiver à distância estabelecida, começará a orbitar o cometa, pela primeira vez na história, enquanto este descreve a órbita em torno do sol. Philae, um equipamento para fazer recolha de dados à superfície, aterrará na superfície do planeta também nesta altura.