O Comité de Ética da FIFA diz ‘devolve’. Platini diz ‘não devolve’ porque é bem-educado. No centro da polémica está um relógio que, segundo uma reportagem do Sunday Times, foi oferecido pela Confederação Brasileira de Futebol a elementos da FIFA e a representantes das federações das seleções participantes no Campeonato do Mundo de 2014, no Brasil.
This is the $25k Parmigiani watch Blatter & 26 Fifa execs got in Brazil against rules. Worth risking your job for? pic.twitter.com/ha4YAPb03Z
— Heidi Blake (@HeidilBlake) September 13, 2014
Heidi Blake, jornalista do Sunday Times, mostrou no Twitter de que relógio se trata. Está avaliado em 20 mil euros, tem o símbolo da CBF na pulseira e terá sido deixado em dezenas de quartos do hotel.
A Federação Portuguesa de Futebol confirmou ao Observador a receção do relógio e que já está a tratar da devolução. “Os presentes recebidos na qualidade de Presidente da FPF são considerados espólio da FPF, não usufruindo ou ficando o presidente da FPF na posse de qualquer objeto”, começou por dizer fonte da FPF.
“O relógio não está na posse do Presidente da FPF e o seu valor era desconhecido. Foram desencadeados os mecanismos para a devolução do relógio pela FPF”, finalizou.
Se o Comité de Ética da FIFA exige a devolução dos relógios para não haver climas de suspeição a envolver a Copa-2014, Michel Platini, o homem forte da UEFA, diz-se bem formado e que, por isso, não faz desfeitas. “Sou uma pessoa bem-educada. Eu não devolvo presentes”. Segundo a BBC, o francês afirmou que a FIFA tinha conhecimento da entrega dos relógios em junho e questiona por que não agiu na altura.