E ao quinto álbum, Joan Wasser, que o mundo conhece como Joan As Police Woman, deu descanso à melancolia. “Sim, estou num lugar melhor. Sinto-me mais confortável comigo mesma, com a minha vida”, disse ao Observador, numa entrevista telefónica de antecipação aos quatro concertos que vai dar em Portugal, entre 5 e 8 de novembro.

A escolha de “Holy City” para single do novo álbum The Classic, lançado em março deste ano, já permitia adivinhar mais alegria. “Acho que é a canção mais ‘up’ do álbum. Faz-me querer mexer o corpo. Escolhi-a para single porque era o que eu queria passar”.

E passou. Não só a canção de amostra, mas todo o disco, o quarto de originais. “Senti que já chegava de fazer música melancólica. Apesar de algumas letras em The Classic não serem particularmente felizes”, disse.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

I thought we were good together
Yes, Idid
I thought we were good together
But I was wrong
And I’ve been wrong before so many times

(excerto da música “Good Together“)

“Mas, em geral, sim, estou num lugar melhor. Sinto-me mais confortável comigo mesma, com a minha vida… Isso ajuda a fazer música mais positiva”, contou a cantora e compositora, que namorou três anos com Jeff Buckley antes de este morrer afogado no Mississippi, em 1997. Um sentimento de perda que ajudou à melancolia na vida de Joan Wasser, como confessou numa entrevista à publicação Wondering Sound.

Em The Classic, o ambiente retro soul salta ao ouvido e há quem diga que certos momentos fazem lembrar Amy Winehouse. Comparação que não chateia Joan. “”Hum… Eu adoro a Amy e adoro música soul. Há muito tempo que ouço música soul e adoro-a. Acho que quanto mais confortável me sinto com a minha voz, mais entusiasmada fico para chegar a sítios onde antes não me sentia à vontade. Adoro essa tradição, e se é isso que as pessoas estão a ouvir, ótimo”. Tal não significa que tenha sido a soul a influenciar a composição. “Não estava a ouvir nada em particular antes do álbum. Em termos de som, quis que o soasse mais cru, mais direto”, explicou.

“Adoro perder-me em Portugal”

Os quatro concertos que Joan as Police Woman vai dar em Portugal inserem-se no Misty Fest, primeiro em Lisboa, a 5 de novembro, no dia seguinte no Porto, dia 7 em Braga e, por fim, no dia 8, na Figueira da Foz. Joan Wasser vai tocar guitarra, teclados e violino. Consigo traz três músicos, Parker Kindred (bateria), Benjamin Lazar Davis (baixo) e Matt Whyte (guitarra). “Mas toda a gente vai cantar bastante”, avisa.

É certo que algumas músicas do novo álbum vão ser tocadas pela primeira vez em Portugal, mas também haverá “muitas canções dos álbuns anteriores”. O alinhamento ainda não está definido. Mais informações, só quando os músicos pisarem o palco. Desde Abril que a banda tem andado em digressão, mas o fim está marcado para o final de novembro. Tal não é sinónimo de férias para Joan Wasser. “Ainda vou dar alguns concertos a solo e depois vou produzir um álbum de uma banda escocesa”.

Com quatro concertos em quatro dias, em quatro cidades portuguesas diferentes, há espaço para um ou outro passeio? “Vamos ver, espero que sim! Eu adoro mesmo passear por Portugal, sem destino, sem saber para onde estou a ir. Vou tentar arranjar uma maneira de fazer com que isso aconteça”, disse Joan, que já atuou bastantes vezes em terras lusas. “É um país onde eu sinto que vale a pena perder-me. Para mim, Portugal é um sítio mágico. Adoro a comida, a arquitetura, as pessoas. O que pode correr mal?”.