A nova coreografia de Paulo Ribeiro, “Lídia”, com música original do compositor Luís Tinoco, vai ter estreia mundial esta sexta-feira pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), no Teatro Camões, em Lisboa, às 21h00. “Lídia” tem interpretação musical da Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do maestro Pedro Neves, figurinos de José António Tenente e desenho de Luz de Nuno Meira.

As apresentações de “Lídia”, nome de uma personagem que já surge nas “Odes” de Horácio, um dos maiores poetas da Roma Antiga, com presença recorrente em toda a poesia europeia, vão estender-se até 16 de novembro.

Na literatura portuguesa, Lídia foi inspiração para poetas como Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen (“Não creias, Lídia, que nenhum estio/Por nós perdido possa regressar”), e escritores como José Saramago.

Mas é sobretudo a Ricardo Reis/Fernando Pessoa que a personagem ficará intimamente ligada: “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio/ Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos/ Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas/(Enlacemos as mãos)”.

A nova criação de Paulo Ribeiro para a Companhia Nacional de Bailado insere-se nas comemorações dos cem anos da Revista Orpheu, publicação trimestral portuguesa de literatura que, apesar de ter tido apenas dois números editados, viria a exercer grande influência na área artística e das letras em Portugal.

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