De manhã falava em “retrocessos”, de tarde suavizou o discurso e pediu apenas que o Governo mantenha as linhas de reforma. Pelo menos foram essas as palavras que o Ministério das Finanças fez saber que Klaus Regling, o diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), disse depois da reunião com Maria Luís Albuquerque. Nas voltas da conversa, a ministra das Finanças fez saber que o Governo vai manter a estratégia definida.

As versões são ligeiramente diferentes. De manhã, Klaus Reglin, que participou numa conferência organizada pelo Diário Económico, falou no passado recente dizendo que têm havido “alguns retrocessos” no espírito reformista do Executivo liderado por Pedro Passos Coelho no período pós-troika. Deixou inclusivamente um avisou à navegação: falhar o objetivo do défice de 2,7% este ano “seria um mau sinal”.

À tarde, o ministério das Finanças enviou um comunicado às redações, citando Klaus Reglin e esclarecendo a posição do diretor executivo do MEE. Regling, que, além de Maria Luís Albuquerque, se reuniu também com Cavaco Silva e Passos Coelho, pedia a Portugal e aos países da zona Euro que prevenissem “os erros do passado”, mantendo “o rumo das reformas” e implementando “políticas sólidas”.

A ministra das Finanças, por sua vez, lembrou o sucesso do programa de ajustamento e reafirmou que a estratégia do Governo em relação à recuperação económica e orçamental é para manter-se, “bem como a forte determinação no cumprimento dos nossos compromissos”. Ou seja: “finanças públicas sustentáveis e robustas” e “criação duradoura de emprego”.

“A nossa estratégia mantém-se, bem como a forte determinação no cumprimento dos nossos compromissos. Finanças públicas sustentáveis e robustas são reformas estruturais fundamentais, pois são a base do crescimento sustentado e da criação duradoura de emprego”, pode ler-se no comunicado” enviado pelo ministério das Finanças.

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