A economia portuguesa pode ter crescido em 2014 menos do que o estimado pelo Governo, caso o aumento do PIB tenha ficado abaixo de 1%, segundo estimativas de organizações económicas e analistas, que podem ser confirmadas hoje pelo INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje a estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre de 2014, sendo que no terceiro trimestre a economia portuguesa cresceu 0,3% face ao trimestre anterior e 1,1% em termos homólogos. No conjunto de 2013, o PIB caiu 1,4%.
No Orçamento de Estado para 2015 (OE2015), o Governo prevê que a economia nacional tenha crescido 1% no conjunto de 2014, previsão que foi corroborada pela Comissão Europeia na semana passada, quando Bruxelas melhorou a estimativa que tinha apresentado nas previsões económicas de outono, que era de 0,9%.
Entre os mais pessimistas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipam que o PIB português tenha crescido apenas 0,8% no ano passado, 0,2 pontos percentuais abaixo do objetivo do Governo.
As previsões do FMI foram conhecidas no início de novembro e mantidas no fim de janeiro, aquando da divulgação do relatório sobre a primeira monitorização pós-programa de ajustamento português, e as da OCDE foram reveladas no fim de novembro, com o ‘Economic Survey’ da instituição.
Além das organizações internacionais, também instituições e analistas portugueses antecipam um crescimento económico inferior ao estimado pelo executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
O Conselho de Finanças Públicas (CFP) espera que a economia portuguesa cresça “ligeiramente abaixo ou em linha” com a estimativa do Governo, ou seja, antecipa que o PIB tenha aumentado entre 0,9% e 1% em 2014.
Também o Banco de Portugal antevê que a economia tenha melhorado 0,9% no ano passado.
No final de janeiro, os economistas do Núcleo de Estudos de Conjuntura de Economia (NECEP) da Universidade Católica estimaram, para o último trimestre de 2014, um crescimento em cadeia de 0,2% e de 0,3% em termos homólogos, afirmando que, “a verificarem-se estes resultados, o PIB terá crescido 0,8% no conjunto do ano”.
Também o Montepio, que em fevereiro reviu em baixa as estimativas de crescimento económico do último trimestre do ano passado face ao terceiro trimestre, para 0,4%, antecipa que o PIB tenha aumento ligeiramente menos do que o pretendido no conjunto de 2014: 0,9%.
Por sua vez, o BBVA antecipou, no final de janeiro, um crescimento em cadeia entre 0,2% a 0,3% no quarto trimestre de 2014, valor que considerou ser consistente com a previsão de 0,9% para o conjunto do ano passado.