O secretário-geral do PS, António Costa, acusou neste sábado o Governo de Passos Coelho de querer agravar a “austeridade dos outros” em vez de aproveitar a flexibilização dada à Grécia para beneficiar os portugueses e a economia portuguesa. “Qualquer português fica perplexo quando vê as noticias no final do Eurogrupo e percebe que o Governo português, em vez de querer que os portugueses e a economia portuguesa beneficiem da flexibilidade da austeridade, quer aumentar a agonia da austeridade dos outros”, criticou António Costa à saída de uma conferência de líderes socialistas europeus em Madrid. “Isto é completamente absurdo”, reforçou o dirigente do PS.

As declarações de António Costa surgem um dia depois do Eurogrupo ter chegado a acordo para o prolongamento da assistência financeira à Grécia e depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que as delegações espanhola e portuguesa se opunham ao compromisso.

Para António Costa, “o Conselho Europeu demonstrou que o voto faz sentido porque depois de várias semanas de ameaças e posições como a do Governo português, de que a Grécia teria de servir como vacina para a imutabilidade, a resposta do Eurogrupo acabou por ser distinta e foi possível criar um espaço para a negociação”.

Segundo o mesmo responsável, os líderes socialistas que se reuniram na capital espanhola convergiram na ideia de que as políticas de austeridade falharam e que é preciso flexibilizar as medidas.

O secretário-geral do PS lamentou que o executivo português se tenha comportado como “o campeão do agravar da agonia da austeridade grega” e atribuiu os “pequenos sinais de crescimento” em Portugal, no ano passado, a razões externas ao Governo às decisões do Tribunal Constitucional que aliviaram os cortes nas pensões e nos salários dos funcionários públicos.

A conferência de líderes do Partido Socialista Europeu contou com a presença dos primeiros-ministros de França, da Roménia, da Suécia, bem como o vice-chanceler da Alemanha com a pasta da Economia e líder do SPD, Sigmar Gabriel, o presidente do Partido Socialista Europeu, Sergei Stanishev, e o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

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