O Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA) decidiu cancelar a exposição “A Besta e o Soberano”, que incluía uma obra polémica da artista austríaca Ines Doujak. A estátua chama-se “Haute Couture 4. Transport”. A notícia foi publicada pelo El Mundo.

Feita de papel machê, a obra representa um pastor alemão a ter sexo com a líder boliviana Domitila Barrios de Chúngara, enquanto esta faz o mesmo a Juan Carlos I. O rei é apresentado de joelhos a cuspir um ramo de flores para um monte de capacetes nazis da SS. Na inauguração da obra, Doujak disse que a peça “joga com as relações de poder e subverte-as”.

Já o diretor do MACBA, Bartomeu Marí, admite que “é uma imagem muito sensível” cujo conteúdo “não se deve vincular ao museu”. Para ele, este não é um caso de censura, mas apenas de mera decisão da entidade. Ainda assim, os comissários da exposição recusam-se a retirar a obra da exposição no museu. Foi por isso que o Museu de Arte Contemporânea de Barcelona decidiu cancelar toda a exposição, onde constavam peças de 30 artistas internacionais.

“A Besta e o Soberano” recebeu o nome do último seminário liderado pelo filósofo francês Jacques Derrida, que se dedicava a estudar os limites da soberania política na tradição metafísica. Marí lamenta o cancelamento da inauguração e diz que “em 25 anos de carreira nunca tinha visto nada similar”. Apesar do mal-entendido, o museu pretende continuar a trabalhar com a artista.

Atualização (20/3/2015 às 21h20): A direção do MACBA voltou atrás e decidiu abrir a exposição, este sábado, com a polémica escultura. Bartomeu Marí, o diretor do museu, pronunciou-se através de uma carta aberta publicada pelo El País.

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