“Farto, farto, farto de toda esta encenação vergonhosa que acaba por nos atingir a todos por acção, inação ou mera observação”. Assim termina o último post escrito do blogue “A Educação no meu umbigo“, do professor Paulo Guinote, que decidiu terminar com uma das páginas mais lidas na área da Educação.
Em declarações ao jornal Público, o professor do 2º ciclo explicou as razões do seu cansaço e porque deixou de escrever a 25 de março – uma decisão que andava a adiar desde novembro porque havia sempre mais assuntos polémicos para alimentar o blogue.
“Já não existe um espaço para um debate sério e plural. O que se pensa estar a ser debatido afinal já está decidido e existe um consenso que se adivinha para o próximo Governo, seja este do PS ou do PSD”, disse.
O professor licenciado em História diz recusar entrar na “coreografia do fingimento”. Fartou-se dos partidos, dos sindicatos e da própria diferença de atitude nas escolas e na blogosfera. É que os que incendiavam a sua página com comentários corajosos e capazes de tudo, na vida real (leia-se nas escolas) nada faziam. Uma postura que o professor de 50 anos diz lhe trazer mais dissabores e o que o levou a por um ponto final naquela que era uma fonte de discussão dos problemas da Educação e, muitas vezes, de denúncia.
Na publicação mais recente do blogue, também a 25 de março, Paulo Guinote escreveu o título “Poderia explicar…”, para escrever de seguida “… mas daria um trabalho do passado”. E deixa a seguinte música dos U2: